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Ex-Santos sonhou com seleção brasileira antes de convocação para a Bulgária

Lateral direito Cicinho hoje defende as cores do Ludogorets, da Bulgária - Divulgação/Ludogorets
Lateral direito Cicinho hoje defende as cores do Ludogorets, da Bulgária Imagem: Divulgação/Ludogorets

Marcello De Vico

Do UOL, em Santos (SP)

28/08/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Ex-Santos, lateral Cicinho foi convocado para defender a seleção da Bulgária
  • Jogador de 31 anos defende o Ludogorets, time da Búlgaria, há cinco anos
  • Ao UOL Esporte, Cicinho admitiu que já sonhou em defender a seleção brasileira

O início desta semana foi especial para Cicinho. Ex-lateral de Ponte Preta e Santos, o jogador de 31 anos que defende o Ludogorets-BGR desde 2015, foi convocado pela primeira vez para defender a seleção da Bulgária. Ele foi chamado pelo técnico Georgi Dermendzhiev para os jogos contra a Irlanda (3 de setembro) e País de Gales (6 de setembro), válidos pela Liga das Nações.

A princípio, Cicinho pensou em se naturalizar por conta do limite de apenas três estrangeiros por clube. Com o tempo, porém, ele foi tomando gosto pela ideia e hoje, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, comemora a possibilidade de defender a seleção búlgara.

"A decisão de me naturalizar foi também porque tinham muitos estrangeiros no clube e no campeonato só poderiam jogar três. A princípio, a convocação foi por isso. Mas depois comecei a jogar, me adaptar bem no país e ver a possibilidade de ser convocado para disputar partidas pela seleção da Bulgária, e estou muito feliz por essa decisão", disse o lateral.

Cicinho sai jogando para o Santos no jogo contra o Palmeiras pelo Paulistão - Ricardo Nogueira/Folhapress - Ricardo Nogueira/Folhapress
Imagem: Ricardo Nogueira/Folhapress

Cicinho viveu grande fase pela Ponte entre 2012 e 2013 e acabou chamando a atenção do Santos, onde foi titular por dois anos e campeão paulista em 2015. As boas atuações deixaram o lateral com esperanças de um dia ser lembrado para vestir a camisa da seleção brasileira.

"Em algum momento, sim [pensou em ser convocado para defender o Brasil]. Quando estava no Santos, de lateral, foi um momento em que tive esperança, mas não aconteceu. Mas isso não me abalou, continuei jogando meu futebol e agora vou poder defender uma seleção de um país que aprendi a gostar também", ressaltou.

Não esperava ficar tanto na Bulgária

Lateral direito Cicinho em jogo pelo Ludogorets, time da Bulgária - Divulgação/Ludogorets - Divulgação/Ludogorets
Imagem: Divulgação/Ludogorets

Cicinho partiu para a Bulgária na metade de 2015, e não voltou mais. O lateral, inclusive, ainda tem mais dois anos de contrato com o clube europeu, e, por enquanto, não pensa em retornar ao Brasil.

"Renovei o contrato em mais dois anos. Acredito que, enquanto estiver dando certo para as duas partes, pretendo seguir aqui. Claro, que no futuro, penso em voltar ao Brasil, mas não é a prioridade no momento", explicou.

"Quando cheguei aqui, não imaginaria que jogaria tanto tempo. Aqui na Europa, eles têm um modo de pensar diferente, eles esperam o jogador se adaptar. Eu precisei de um ano pra me adaptar, eles tiveram paciência, confiaram no meu trabalho e agora estou bem adaptado, gostei muito do país. É um clube que gosta muito de brasileiros, quando eu cheguei eram dez, e isso também ajudou a eu ficar tanto tempo por aqui", completou.

LEIA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA

Conhecidos na seleção búlgara

"A maioria dos jogadores atua no campeonato local, só alguns jogam em outras ligas, então conheço quase todos, de jogar muito tempo contra. Da minha equipe são dois; outro iria, mas se machucou. Estão montando uma seleção bem forte e espero que possamos chegar bem longe. O técnico já trabalhou com a gente há 3 anos."

Adaptação à cultura mais rápida que ao futebol

"É um futebol totalmente diferente. No Brasil, o lateral é bem ofensivo. Aqui, eu aprendi a ser um lateral bem europeu mesmo. Eu me adaptei mais rápido ao país e à cultura do que ao futebol [risos]."

Brasileiros ajudaram a evitar perrengues

"Não tenho história de perrengue porque eram muitos brasileiros, que já estavam há cinco ou seis anos aqui. Eles ajudaram muito, a gente não sofreu muito, não."

Cicinho, da Ponte Preta, tenta passar pela marcação de Juninho, do Palmeiras - Leandro Moraes/UOL - Leandro Moraes/UOL
Imagem: Leandro Moraes/UOL

Competições pela Bulgária

"Temos dois torneios: Liga das Nações, jogos no próximo mês [setembro], e em outubro tem a Eurocopa. São dois campeonatos importantes e espero que possamos estar dentro, principalmente na Eurocopa, que temos a Eliminatória antes."

Memórias da Bulgária de 1994

"Eu era criança, mas me recordo daquela grande equipe, liderada pelo craque [Hristo] Stoichkov. Por pouco, não fizeram a final contra o Brasil. Seria um grande encontro entre Stoichkov e Romário, que estavam brilhando pelo Barcelona. Lembrar isso e saber que, agora, eu estarei com a camisa da Bulgária chega a ser inacreditável. É um sonho que estou vivendo."