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Brasileirão - 2020

Artilheiro no Inter, Galhardo foi discreto pelo Bota em 1ª chance na elite

Thiago Galhardo defendeu Botafogo em 2011; hoje se destaca no Internacional - Colagem de fotos de Fábio Castro/AGIF e Ricardo Duarte/Internacional
Thiago Galhardo defendeu Botafogo em 2011; hoje se destaca no Internacional Imagem: Colagem de fotos de Fábio Castro/AGIF e Ricardo Duarte/Internacional

Jeremias Wernek e Alexandre Araújo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS)

29/08/2020 04h00

Um dos artilheiros do Campeonato Brasileiro, com três gols, e bastante utilizado no elenco do líder Internacional, Thiago Galhardo teve passagem pelo Botafogo com status bem menor. No reencontro com o primeiro grande clube da carreira do camisa 17, no estádio Nilton Santos, o time Colorado conta com o jogador para tentar manter a ponta da tabela, enquanto a equipe alvinegra quer se aproximar do G-4. O duelo de hoje (29) entre as equipes começa às 17h (horário de Brasília).

Em abril de 2011, chegava a General Severiano uma jovem cria do Bangu e que havia se destacado no Campeonato Carioca daquele ano. À época, o Glorioso havia vencido a concorrência com outros clubes, como Vasco e Cruzeiro — que demonstraram interesse no jogador na ocasião — e acertou um vínculo por empréstimo.

No Botafogo, logo de cara, fez um golaço em um amistoso com o América-MG, em Juiz de Fora (MG). O jogo terminou empatado em 1 a 1.

"Primeira vez que entrei na sala [de imprensa], fiquei assustado. Era muita gente. É... Isso eu acho uma coisa legal. Sempre sonhei, sempre vi o painel [backdrop] e achei legal. Agora, estar aqui, é muito engraçado", disse, ainda sem jeito, em uma das primeiras entrevistas coletivas pelo Bota.

"Lá em Juiz de Fora [Minas Gerais] foi uma coisa de outro mundo. Depois [do jogo], eu fui ao shopping jantar com minha família e não conseguia comer. Um monte de gente querendo foto e autógrafo", contou na ocasião.

No primeiro jogo oficial, foi titular, em um duelo com o Palmeiras. Depois, porém, perdeu espaço sob o comando do então técnico Caio Júnior e houve jogos em que sequer foi relacionado. Após a demissão do treinador, entretanto, Flávio Tenius assumiu o time de forma interina até o fim do ano e escalou Galhardo como titular em um confronto com o Internacional, já na reta final do Brasileiro e considerado decisivo.

Thiago Galhardo, do Botafogo, disputa lance com Oscar, do Internacional, durante partida no Nilton Santos - Fabio Castro/AGIF - Fabio Castro/AGIF
Galhardo, pelo Botafogo, disputa lance com Oscar, do Internacional, em 2011
Imagem: Fabio Castro/AGIF

A atuação satisfatória colocou uma "pulga atrás da orelha" da diretoria, que ainda discutia o futuro do meia e avaliava se investiria para ficar com o jogador.

A permanência no Alvinegro acabou não acontecendo e, após a despedida, Thiago defendeu diversos clubes, como o próprio Bangu, Comercial, América-RN, Remo, Boa Esporte, Brasiliense e Madureira, até chegar ao Coritiba, em 2015, quando voltou a figurar no "cenário nacional".

Em 2020, chegou ao Inter depois de deixar o Ceará. Aos olhos do treinador argentino Eduardo Coudet, uma peça muito útil por ser versátil. Aos dirigentes, negócio de ocasião perfeito para encorpar o elenco.

Com o passar dos jogos, Galhardo mostrou regularidade. Ganhou a confiança da comissão técnica, torcida. Companheiros. Atualmente, é o segundo artilheiro do time e com boas chances de virar goleador — Paolo Guerrero só volta em 2021 devido grave lesão no joelho e os outros concorrentes marcaram bem menos, até agora. Na ausência do peruano, aliás, a versatilidade se confirmou.

Thiago Galhardo tem sido escalado perto do gol, com a missão de finalizar as jogadas do Inter. Um improviso que tem dado certo. Tem ajudado.