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Vasco realiza votação das eleições diretas sob guerra de liminares

Sócios do Vasco votarão proposta das eleições diretas de maneira virtual pela primeira vez na história - Paulo Fernandes / Flickr do Vasco
Sócios do Vasco votarão proposta das eleições diretas de maneira virtual pela primeira vez na história Imagem: Paulo Fernandes / Flickr do Vasco

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

30/08/2020 11h45

Após muita polêmica, o Vasco realiza hoje (30), de maneira online, a votação da proposta de eleições diretas na Assembleia Geral Extraordinária (AGE). No total, 8.893 sócios estão aptos a votar. Caso elas sejam aprovadas, o próximo presidente cruz-maltino será conhecido após vitória simples no pleito presidencial que deve acontecer ao fim deste ano. Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo, e Edmilson Valentim, presidente do Conselho Fiscal, boicotaram o evento e não integram a mesa diretora.

Atores políticos contrários ao processo tentaram impedir na Justiça a realização da votação alegando que o presidente da Assembleia Geral, Faues Cherene Jassus, o Mussa, feriu as normas do estatuto do clube. Uma comissão de inquérito chegou a ser formada para apurar as denúncias e a mesma indicou, por maioria de votos, o afastamento do dirigente do cargo.

O tema, então, foi encaminhado para o Conselho Deliberativo, que votaria na última sexta-feira (28) a possível punição, no entanto, Mussa conseguiu uma liminar na Justiça que anulou a reunião e manteve a convocação original.

Presidente do clube, Alexandre Campello tentou convencer Jassus a adiar a AGE para 12 de setembro com a votação sendo gerida por uma empresa escolhida pela diretoria administrativa, mas o presidente da Assembleia Geral não aceitou a proposta.

Desde sempre as eleições do Vasco foram feitas de maneira indireta. Nesta configuração, as duas chapas mais votadas têm o direito a indicar conselheiros, sendo a primeira colocada com 120 e a segunda, com 30. Estes 150 conselheiros eleitos se juntam aos outros 150 natos e os 300 votam entre si - numa sessão extraordinária do Conselho Deliberativo - pela escolha do novo presidente.

Foi neste formato, por exemplo, que Alexandre Campello venceu o último pleito, tendo sido vice-geral de Julio Brant na votação entre os sócios e depois rompendo com o candidato para lançar candidatura própria entre os conselheiros, algo permitido pelo estatuto.

Tendência é que diretas sejam aprovadas, mas guerra jurídica deve seguir

A tendência é a de que os sócios votem em sua maioria pela aprovação das eleições diretas, o que não necessariamente garantirão efetivamente tal mudança no pleito presidenciável, uma vez que os que são contra não deverão aceitar passivamente e cogitam a possibilidade de anular a decisão na Justiça.

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