Prepare-se: no "novo normal" do futebol, 90 minutos de jogo têm sido pouco
Oito partidas válidas pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro aconteceram no último fim de semana e mostraram o "novo normal" do futebol, com protocolos de saúde em meio à pandemia do novo coronavírus e uma recomendação atualizada da Fifa sobre o uso da arbitragem de vídeo. Uma das consequências deste mix entre VAR e dez substituições é o aumento da duração dos jogos em dez minutos, em média.
Neste fim de semana, a duração média dos oito jogos foi de 100,1 minutos. A partida mais curta foi a vitória por 1 a 0 do Coritiba sobre o Sport, com 97 minutos de duração (47 no primeiro tempo e 50 no segundo), enquanto a mais longa foi a vitória do Flamengo diante do Santos, na Vila Belmiro, com 106 minutos (56 na etapa inicial e 50 na complementar). Outras três partidas também passaram de 100 minutos.
Dois fatores explicam o "novo normal" que fez o futebol de 90 minutos ser coisa do passado:
- O calendário apertado das competições por causa da longa paralisação dificulta a recuperação física dos atletas, então, a Fifa permitiu a realização de cinco substituições de jogadores por time até o fim de julho de 2021. A entidade tenta inibir a perda de tempo durante os jogos com o direito de apenas três pausas, mas em campo o cumprimento à regra tem sido relativo.
- Em junho, o livro de regras da Fifa trouxe uma nova recomendação para uso do VAR. A orientação, agora, é que o árbitro use com mais frequência a ARA, a área de revisão onde fica o monitor no campo, em lances interpretativos e também factuais, como impedimentos ou se a bola entrou ou não. A ideia é mostrar que o árbitro de campo que decide, não o de vídeo.
Como mostrou o UOL Esporte, o fim de semana foi cheio de polêmicas em relação ao VAR. No sábado (29), o Botafogo teve dois gols anulados na derrota por 2 a 0 para o Inter: um por impedimento, em lance factual que não teve a presença do árbitro Thiago Duarte na beira do gramado, e outro subjetivo, em que o juiz foi ao monitor e notou falta no meio do campo antes de o gol ocorrer.
Ao fim do jogo, o goleiro botafoguense Gatito chutou o monitor da beira do gramado em sinal de revolta.
Já no domingo, na vitória do Flamengo por 1 a 0 sobre o Santos, a reclamação foi do time da Vila Belmiro, que teve dois gols anulados que levaram mais de dez minutos para serem revisados. No primeiro, um impedimento factual, o árbitro de campo Wilton Pereira Sampaio optou por esperar a percepção dos profissionais do VAR, que viram Raniel adiantado. No segundo, o juiz foi até o monitor observar se houve interferência de Jobson, impedido, que não tocou na bola que entrou direto em falta cobrada por Marinho. Ele entendeu que sim, mas demorou seis minutos, o que causou revolta do técnico Cuca.
Os caras estão chamando a arbitragem para ficar discutindo por cinco minutos. Não tem como não ficar pilhado. Todo mundo fica louco (...) Eu não entendo mais as regras do VAR. O jogador fica muito pilhado, a comissão técnica também, a arbitragem também (...) A interpretação de campo fugiu, hoje quem apita o jogo, mais do que o árbitro de campo, é o de vídeo, porque ficam discutindo a interpretação. Quem ia reclamar se o gol do Raniel fosse dado? Quem ia reclamar se o gol do Marinho fosse dado?
Toda essa polêmica em relação à arbitragem de vídeo significa que você vai ver jogos chegando aos 47, 48 minutos de bola rolando num tempo e ainda longe de terminar. O segundo tempo de Santos x Flamengo, por exemplo, teve 56 minutos. A etapa complementar de São Paulo 2 x 1 Corinthians é outro exemplo: teve 52 minutos de duração. Foi aos 46, nos acréscimos, o gol da vitória marcado por Brenner.
Além deste, outros três gols decisivos foram marcados depois do tempo regulamentar. Gabigol fez o gol da vitória do Flamengo sobre o Santos aos 50 minutos do primeiro tempo, Marco Antônio, do Bahia, aos 49, e Sabino, do Coritiba, também aos 49.
Duração dos jogos da 6ª rodada do Brasileirão:
Botafogo 0 x 2 Internacional - 98 minutos (48 no primeiro tempo; 50 no segundo tempo)
Fluminense 2 x 1 Vasco - 99 minutos (48 no primeiro tempo; 51 no segundo tempo)
Bahia 1 x 1 Palmeiras - 100 minutos (48 no primeiro tempo; 52 no segundo tempo)
Fortaleza 3 x 0 Red Bull Bragantino - 99 minutos (50 no primeiro tempo; 49 no segundo tempo)
São Paulo 2 x 1 Corinthians - 102 minutos (50 no primeiro tempo; 52 no segundo tempo)
Santos 0 x 1 Flamengo - 106 minutos (56 no primeiro tempo; 50 no segundo tempo)
Coritiba 1 x 0 Sport - 97 minutos (47 no primeiro tempo; 50 no segundo tempo)
Atlético-GO 0 x 2 Ceará - 100 minutos (48 no primeiro tempo; 52 no segundo tempo)
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