Causos, punição e 132 jogos: o 'lado vascaíno' do lateral Madson, do Santos
O lateral direito Madson ainda não engrenou com a camisa do Santos, mas reencontra hoje (2) o clube pelo qual mais atuou na carreira: o Vasco. O duelo ocorre na Vila Belmiro, às 21h30, pela sétima rodada do Brasileirão.
Trocado com o Grêmio por Victor Ferraz no fim do ano passado, o camisa 13 fez uma pré-temporada mais longa do que os demais atletas por causa de lesões sofridas em 2019. Ainda assim, foram poucas as chances para o jogador no Peixe até aqui.
Madson soma cinco jogos pelo clube paulista, sendo apenas um como titular, e não conseguiu impressionar o técnico Cuca durante os treinos no CT Rei Pelé. Mesmo questionado durante boa parte do ano, Pará é o titular absoluto da lateral direita.
O perfil discreto de Madson do jogador no Santos, porém, contrasta em parte com o que apresentava no Vasco. No clube carioca, o jogador sempre foi tranquilo, mas era um dos mais falantes no vestiário com seus "causos" e foi pivô até de uma confusão com o técnico Milton Mendes.
Formado no Bahia, Madson chegou ao Vasco em 2015 após destaque no ano anterior pelo ABC, onde esteve por empréstimo. Com estilo veloz, ganhou a posição e, logo na primeira temporada, sagrou-se campeão carioca, feito que iria se repetir no ano seguinte.
Durante as três temporadas e 132 jogos pelo Cruz-Maltino, o jogador viveu altos e baixos, mas em muitos momentos foi perseguido pela torcida. Internamente, porém, sempre foi muito querido e recebeu o apelido de Canelinha, pelo estilo franzino.
Madson fez apenas um gol e deixou o clube no início de 2018, quando foi negociado para o Grêmio.
Problemas com Milton Mendes
De perfil tranquilo, Madson nunca foi de dar problemas disciplinares no Vasco. Porém, o lateral teve um entreveiro com o técnico Milton Mendes em 2017. Tudo por conta de ter sentado em um cooler de água durante o treinamento, algo expressamente proibido na cartilha do treinador, que não tinha um bom relacionamento com o grupo.
Milton não gostou da atitude e levantou a voz com o comandado, que não gostou da maneira como o treinador o abordou e respondeu, dizendo que tinha apenas esquecido a orientação e que não tinha feito por mal. O argumento, porém, foi insuficiente para livrá-lo da barração no jogo seguinte, diante do Cruzeiro.
Tempos depois, este episódio e outros serviram para os jogadores se rebelarem contra o treinador e organizassem uma reunião a sós.
Contador de causos
No vestiário, Madson era um dos jogadores que mais divertia os companheiros por conta dos "causos" que contava no dia a dia como, por exemplo, quando foi comprar seu primeiro apartamento ainda na época do Bahia e, após ouvir que poderia apresentar um cheque caução como garantia, pensou que teria que dar um calção do Tricolor baiano ao corretor.
Ou ainda sobre a pitoresca e duvidosa lenda de Itacaré, cidade do Interior da Bahia, que teria promovido uma micareta tão lotada que um homem foi esfaqueado no início do bloco e as pessoas só teriam se dado conta de que ele estava morto depois (confira o depoimento do jogador ao UOL Esporte na época).
Lei do ex
Quando defendia o Athletico-PR, ano passado, Madson aplicou a chamada "Lei do Ex" ao fazer um gol sobre o Vasco, em São Januário, no empate em 1 a 1 pelo Campeonato Brasileiro. Na ocasião, ele preferiu fazer uma comemoração discreta em respeito ao seu ex-clube.
"Fui muito feliz no Vasco, mais de 130 jogos com essa camisa pesada, conquistei o bicampeonato carioca, coloquei o clube na Libertadores. Isso é marcante. Feliz com o gol, fiquei meio sem graça se comemorava ou não, mas fui contido ali por respeitar a história que tive aqui. Mas também procurar me dedicar sempre quando vestir a camisa do Athletico", disse na ocasião à TV Globo.
FICHA TÉCNICA:
SANTOS x VASCO
Campeonato Brasileiro - 7ª rodada
Data: 2/09/2020 (quarta-feira)
Horário: 21h30 (de Brasília)
Local: Vila Belmiro, em Santos
Árbitro: Rodrigo Dalonso Ferreira (SC)
Assistentes: Heitor Nunes (SC) e Éder Alexandre (SC)
VAR: Heber Roberto Lopes (SC)
SANTOS: João Paulo; Pará, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan; Alison, Diego Pituca e Carlos Sánchez; Marinho, Soteldo e Raniel. Técnico: Cuca
VASCO: Fernando Miguel; Yago Pikachu, Miranda, Marcelo Alves (Ulisses) e Henrique; Andrey, Fellipe Bastos e Juninho; Bruno César (Guilherme Parede), Germán Cano e Martín Benítez. Técnico: Ramon Menezes
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