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Fifa impede Cruzeiro de registrar atletas em punição, mas clube recorre

Willian defendeu as cores do Cruzeiro no início da década, até se mudar para o Palmeiras - Washington Alves/Light Press/Cruzeiro
Willian defendeu as cores do Cruzeiro no início da década, até se mudar para o Palmeiras Imagem: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

02/09/2020 12h55

O Cruzeiro foi punido pela Fifa depois de o FC Zorya, da Ucrânia, contestar um acordo firmado entre as partes no mês passado, envolvendo uma dívida de 1,159 milhão de euros (R$ 7,35 milhões na cotação atual), vencida em 20 de agosto passado.

Diante da contestação do clube europeu pelo negócio de Willian, em 2014, os mineiros receberam a sanção de transfer ban (impossibilidade de registrar novos atletas) por 12 meses. O Cruzeiro lamenta o caso por meio de nota oficial e reforça que houve acordo entre as partes. A informação sobre a punição foi inicialmente divulgada pela Rádio Itatiaia.

"O acordo celebrado entre as partes se fez mediante canais oficiais previstos pela Fifa para tanto", diz a nota oficial do clube, que ainda acrescenta: "Na véspera da data de vencimento da dívida, o FC Zorya notificou o Cruzeiro, por meio de seu e-mail oficial, cadastrado no Fifa/TMS, informando que realizou uma cessão do crédito específico ao Alik Football Management, da Estônia. Desta forma, o Cruzeiro negociou o parcelamento do débito diretamente com o Alik, mas, para se resguardar, exigiu que o FC Zorya fizesse parte do acordo como terceiro interessado, e informou que faria o pagamento somente após sua homologação pela Fifa".

O UOL teve acesso aos documentos, que mostram o acordo citado pelo Cruzeiro. Os mineiros contam com a participação do advogado Breno Tannuri no negócio: "No trâmite, além do selo de autenticação e assinatura do representante do FC Zorya em todos os documentos, nos quais o mesmo atesta, num primeiro momento, a cessão do crédito para o Alik, e, num segundo momento, o termo de formalização do acordo, é importante destacar que a comunicação entre os todos os envolvidos sempre se deu por meio dos canais oficiais estabelecidos pelo sistema Fifa/TMS, que é extremamente rigoroso com o acesso, cadastramento e processos dos seus e-mails".

"Sendo assim, diante da manifestação do FC Zorya, a contestação do Cruzeiro se baseia em duas variáveis: ou o sistema da Fifa apresentou algum tipo de falha, o que é pouco provável, ou o clube ucraniano está contradizendo os documentos que seu próprio representante validou e assinou", acrescentou o clube.

"Por esta razão, na noite de ontem, 1º de setembro de 2020, o Cruzeiro enviou manifestação formal à Fifa, esclarecendo o ocorrido e exigindo a reconsideração da pena por ora imposta. O Clube reitera que em todos os momentos e processos agiu com absoluta clareza, boa fé e dentro da legalidade, confiando que a comunicação feita por meio dos canais oficiais da Fifa, com todos os envolvidos em cópia, inclusive o advogado do FC Zorya, são válidas", concluiu.

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