Erros individuais cobram conta e Flu perde chance de embalar no Brasileirão
Surpreendendo no Brasileirão, o Fluminense enfrentava o lanterna Atlético-GO no Maracanã e tinha tudo para embalar de vez na competição. Apesar da superioridade no início, entretanto, o Tricolor repetiu erros individuais, ficou no empate e pode sair do G-4 ao fim da rodada.
O placar por 1 a 1 foi justo para o que a partida apresentou. E se o jogo se desenhava fácil no primeiro tempo, foi o próprio Flu quem complicou: primeiro, Hudson, que voltava de lesão, acabou expulso com dois amarelos. Depois, Michel Araújo carregou a bola já na reta final do segundo tempo, quando a equipe de Odair Hellmann estava perto de conseguir se livrar do sufoco do Dragão.
"Tínhamos o jogo controlado, fizemos o gol, estamos bem no jogo, criamos muito, fazíamos boa partida, poderíamos ter matado o jogo, não aproveitamos a oportunidade, aconteceu uma expulsão e o jogo se transformou", afirmou Odair Hellmann após o jogo.
Foi também assim que o Fluminense desperdiçou importantes pontos contra Palmeiras e principalmente Bragantino nesta edição do Brasileirão. Se venceu o líder Internacional, o Tricolor "compensou" empatando com o então lanterna — o Atlético-GO passou o Sport com o empate.
Na tabela, a equipe dorme no mesmo quarto lugar, com 11 pontos e ainda na zona de classificação para a Libertadores, o que pode mudar até o fechamento da rodada, hoje (3), quando o Flu precisará secar o Atlético-MG, que tem 9 pontos e enfrenta o São Paulo, vice-líder com 13, no Morumbi.
Gols perdidos
Não foi só contra o Dragão que o Tricolor pecou nas finalizações. Mesmo nas vitórias sobre Vasco, Athletico e Internacional, a equipe perdeu chances claras na altura da marca do pênalti.
Ontem foi a vez de Marcos Paulo perder a chance de abrir dois gols com 20 minutos e praticamente matar o jogo para o Flu. O camisa 11 também desperdiçou chance na vitória sobre o Furacão, enquanto Evanílson, autor do gol contra o Atlético-GO, parou em Cleiton, na derrota para o Red Bull Bragantino, em Sidão, na classificação sobre o Figueirense pela Copa do Brasil e em Fernando Miguel, na triunfo no clássico de sábado contra o Vasco.
Ainda que esteja mais organizado, encorpado enquanto time e jogando bem, o Fluminense não pode se dar ao luxo de desperdiçar tantas chances dado o equilíbrio da competição e a realidade que vive.
Expulsão boba
Voltando de lesão, Hudson já vinha mal no jogo antes mesmo da boba expulsão no Maracanã. O primeiro cartão amarelo foi em carrinho desnecessário no campo de ataque e longe de gerar perigo. O segundo veio após erro de Nino, mas ainda assim, o volante é experiente demais e deveria ter evitado ceder tanto espaço para o drible de Renato Kayzer — que também retornava de contusão.
A queda de rendimento do jovem zagueiro do Flu, inclusive, também é ponto que merece destaque. Se Luccas Claro fez falta na cobertura e redução de espaços, compensando a falta de velocidade do companheiro, os passes forçados e errados de Nino seguem mais altos do que deveriam.
Com o jogo controlado e outras opções, o camisa 33 poderia ter evitado o erro que gerou a expulsão. Poucos minutos antes, Odair Hellmann já havia chamado sua atenção por perigoso passe no meio para o mesmo Hudson, que geraria um contra-ataque se não fosse o passe errado também da equipe adversária.
Pesado e ainda sem ritmo de jogo, Hudson ostentou faixa de capitão, mas se Odair Hellmann mantiver o critério, seguirá na reserva de Yuri, que fez falta contra o Atlético-GO. Apesar de ter menos qualidade com a bola nos pés, o camisa 5 compensa com muito mais agilidade e marcação, fazendo o time jogar com mais fluidez no primeiro passe e fechando melhor os espaços.
Dupla erra de novo
A derrota para Red Bull Bragantino teria sido ainda pior se o árbitro de vídeo não anulasse — corretamente — um pênalti de Nino, que cortou chute de Alerrandro com o braço aos 46 minutos do segundo tempo. Na jogada, o próprio zagueiro forçou saída de jogo para Michel Araújo, que tentou carregar a bola e perdeu dividida para o mesmo atacante do Massa Bruta.
Contra o Atlético-GO, os mesmos dois jogadores falharam em lances capitais. Nino na expulsão de Hudson e Araújo no gol de Renato Kayzer. A cabeçada do atacante do time goiano, inclusive, veio em antecipação à Calegari que o zagueiro tricolor poderia cobrir se não estivesse marcando a bola no lance.
Falta de opções
Com um a menos, o ideal era que o Flu tentasse explorar ao menos o contra-ataque com homens de velocidade nas costas dos zagueiros do Dragão. Mas com Wellington Silva suspenso e Fernando Pacheco mais uma vez mal nos minutos que teve, o Tricolor não conseguiu agredir.
A primeira opção foi Luiz Henrique. Pela ponta direita, o jovem de Xerém até entrou bem, mas não teve muita companhia com um já cansado Evanílson. O camisa 99 ficou tanto tempo isolado brigando com zagueiros e sendo a única opção de ataque que não tinha mais fôlego e acabou substituído.
Sem ele, Nenê e Marcos Paulo, a equipe, claro, perdeu poder de fogo: o trio marcou 28 dos 45 gols da equipe em 2020, ou 62,2% deles. No ranking de artilheiros da equipe em 2020, os quartos colocados são Luccas Claro, poupado e o negociado Gilberto, com três gols cada. Depois, Wellington Silva, que estava suspenso, com dois.
Apenas jogadores que balançaram as redes uma só vez na temporada estavam em campo: Fred, Dodi, Pacheco, Yago e Nino. Além deles, Hudson (expulso no jogo), Gabriel Capixaba e Felippe Cardoso (que nem foram relacionados) marcaram pelo Flu em 2020.
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