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Cinco motivos para o Palmeiras evitar a demissão de Luxemburgo no momento

Vanderlei Luxemburgo e Maurício Galiotte acompanham treino do Palmeiras - Cesar Greco/Palmeiras
Vanderlei Luxemburgo e Maurício Galiotte acompanham treino do Palmeiras Imagem: Cesar Greco/Palmeiras

Thiago Ferri

Do UOL, em São Paulo

04/09/2020 04h00

A irritação da torcida com Vanderlei Luxemburgo ficou ainda mais clara depois da atuação ruim no empate com o líder Internacional, na última quarta-feira (2), pelo Brasileirão. Com movimentação especialmente nas redes sociais, muitos pedem a saída do comandante. Apesar do incômodo com o atual desempenho, a diretoria decidiu que esta não é a hora de tratar da demissão do treinador, que em agosto conquistou o Campeonato Paulista.

Desde o presidente Maurício Galiotte, passando pelo diretor de futebol Anderson Barros, a cúpula no clube defende a sequência do trabalho, ao menos até o jogo de domingo (6), contra o Red Bull Bragantino. O UOL Esporte lista os cinco principais motivos para esta decisão.

Cenário atípico

Por conta da pandemia do coronavírus, o Palmeiras ficou quatro meses sem jogos, e a diretoria entende que isto criou um cenário atípico. Luxemburgo ainda teve dois problemas médicos: operou a vesícula e contraiu Covid-19. Quando as competições voltaram, os jogos foram se amontoando, com pouco tempo de trabalho entre eles.

Na única semana livre, após a vitória sobre o Santos, os jogadores tiveram de cuidar do desgaste físico - Luiz Adriano, inclusive, foi poupado contra o Bahia. Além disso, na avaliação interna no clube, o Verdão não é o único dos grandes a jogar mal no Brasileirão.

Título recente

Há pouco menos de um mês, Vanderlei Luxemburgo teve sua imagem retratada em um mosaico 3D, na final do Campeonato Paulista, no Allianz Parque. Na ocasião, o técnico tinha uma responsabilidade: vencer o Corinthians na decisão, independentemente de um bom futebol. O time atingiu a meta e venceu nos pênaltis, após Dérbis fracos tecnicamente.

Os números são também citados: foram 26 jogos na temporada, com apenas duas derrotas - no Paulista, para Red Bull Bragantino e Corinthians, os próximos rivais no Brasileirão. O time venceu mais 13 partidas e empatou 11. Apesar do desempenho ruim, o Verdão vem de 11 jogos sem perder (cinco triunfos e seis igualdades). Há no Palmeiras a avaliação de que não faz sentido cogitar a saída agora com estes dados a favor do treinador.

Reformulação e elenco enxuto

Luxemburgo é visto internamente como a pessoa certa para a reformulação que o clube tem feito em 2020, com menos investimento e mais uso das categorias de base. Foram apenas dois reforços na temporada: Viña e Rony. E a expectativa é de que, se chegarem mais atletas, serão situações bem pontuais, por conta dos impactos financeiros da pandemia.

Por isso, o Palmeiras emprestou Dudu ao Al-Duhail (QAT) e não buscou uma reposição à altura - a ausência do principal jogador nos últimos cinco anos é um dificultador no trabalho. Dentro do clube, citam que mesmo neste cenário Luxemburgo não cobrou de forma pesada a chegada de novos nomes e entendeu o momento.

Exagero nas críticas

O protesto no aeroporto em Curitiba após vencer o Athletico, os muros pichados no Allianz Parque ontem (3) e as campanhas nas redes sociais pela saída de Luxemburgo são atos considerados de tom muito exagerado no Palmeiras. Houve, inclusive, um manifesto publicado recentemente no site oficial, questionando ações hostis contra jogadores e funcionários.

Possibilidade de melhora com Luxa

Todos no Palmeiras admitem a falta de desempenho, mas a diretoria ainda considera ser possível a melhora sob o comando de Luxemburgo. Desde a saída de Dudu, o técnico ainda não pôde contar com Gabriel Veron, que voltou aos treinos com o grupo nesta semana. Além disso, líderes no departamento de futebol defendem a divisão de responsabilidades pelo momento ruim com elenco e diretoria. Assim como no mês passado, Luxa ainda não é visto como o principal responsável pelo fraco desempenho.

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