Marta: sem igualdade com homens, futebol feminino teve 'geração perdida'
Marta disse que o futebol feminino teve "uma geração perdida" pela falta de igualdade de condições e pagamento. A jogadora apareceu na CNN na tarde de hoje, para comentar decisão da CBF, anunciada nesta semana, de equiparar os salários das seleções brasileiras de homens e mulheres.
Para ela, toda uma leva de jogadoras "perdeu tempo" com a luta constante por mais visibilidade e valorização, não podendo assim viver todo o seu potencial — mesmo que tenham conseguido resultados até então inéditos no futebol feminino brasileiro.
"Entre 2004 e 2011, tivemos atletas como Pretinha, Roseli, Sissi, Katia Cilene, Daniela Alves, enfim... Conseguimos bons resultados, mas não foi o suficiente para começar a mudar o cenário do futebol feminino. Perdemos tempo", disse.
A atacante, no entanto, disse que sente "gratidão" pelas transformações que está vendo agora: "É importante aproveitar o momento e dar continuidade a um trabalho que atletas e ex-atletas começaram há muitos anos atrás. Estamos colhendo os frutos agora".
Marta frisou que a igualdade de salários é importante para que as jogadoras possam se dedicar inteiramente ao esporte, e garantir que elas se aposentem com uma condição financeira melhor. E ela disse que a desigualdade não é só entre homens e mulheres.
"A gente vê isso no masculino também. Nem todos ganham como o Neymar. Ele tem um destaque maior, e por isso ganha mais, é claro. O que a gente procura é fazer com que essa diferença não seja tão enorme, que o que as atletas ganham possam dar uma tranquilidade maior a elas", explicou.
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