Após ignorar relatório, Fla corre por apuração devido a e-mails revelados
A troca de e-mails revelada pelo UOL Esporte, fato que indica suposta negligência do Flamengo no incêndio que vitimou dez jovens no Ninho do Urubu, motivou uma verdadeira devassa no clube.
Após a reportagem, o Rubro-Negro mobilizou departamentos e vice-presidências para buscar internamente novas provas e elementos que podem, eventualmente, trazer problemas futuros. A ideia é fortalecer a defesa flamenguista em diferentes frentes e rastrear possíveis problemas do passado.
O objetivo da empreitada atual é evitar o cenário de 2018 e 2019. No primeiro ano citado, as condições precárias do Ninho foram ignorados por funcionários com cargo de diretoria. Já no ano do incêndio, após a tragédia, o clube não se movimentou diante do relatório da empresa Anexa Energia que alertava para os problemas no dormitório das vítimas, bem como não repassou a situação para os agentes públicos responsáveis pela investigação. O Flamengo, enfim, se mexe.
Os e-mails envolvendo diferentes diretores que passaram pela gestão de Bandeira de Mello e até mesmo de Rodolfo Landim caíram como uma verdadeira bomba na Gávea, embora tudo isto tivesse sido detalhado pelo parecer técnico elaborado pela empresa Anexa, em março de 2019. Antes deste conteúdo ser tornado público, estes fatos não constavam sequer na investigação criminal e no radar da diretoria.
A varredura do Flamengo inclui "limpa" nos departamentos pessoal jurídico, de engenharia, patrimônio, tecnologia da informação, dentre outros. O Rubro-Negro já sabe que as investigações irão apertar e tenta se munir de todas as formas de novas informações.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as causas do incêndio irá convocar novamente diversos envolvidos para novos depoimentos. O Fla não foi comunicado oficialmente, mas já sabe que terá de prestar novos esclarecimentos aos deputados.
O Ministério Público finaliza denúncia criminal sobre a tragédia e a alta cúpula rubro-negra já está com o sinal de alerta ligado. Ainda que não seja falado de forma aberta, os dirigentes tentam "jogar" a catástrofe no colo do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello. Ex-diretor do CT, Marcelo Helman, que tinha ciência de todos os riscos, foi colaborador de Bandeira e de Landim.
A Defensoria Pública também aperta o cerco e vê os novos elementos como "prova inconteste da responsabilidade do clube" e indicou que os documentos "serão anexados à ação coletiva" que, juntamente ao Ministério Público do Rio de Janeiro, move contra o Rubro-Negro.
Em nota oficial divulgada ontem (10), já durante o jogo que terminou com a vitória por 2 a 1 no clássico ante o Fluminense, o Rubro-negro afirmou que "não obstante os elementos relatados na matéria (troca de e-mails) tenham ocorrido na gestão anterior, segue à disposição das autoridades para quaisquer averiguações necessárias sobre o incidente".
O comunicado acrescenta que "a atual gestão do clube providenciou com celeridade e perícia todos os reparos e melhorias devidos no CT, que hoje dispõe de alvará, aprovação dos Bombeiros e todas as liberações necessárias para pleno funcionamento, prezando a segurança de todos os atletas e colaboradores que frequentam o local".
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