Ex-Corinthians, Rubinho elogia Ceni e alfineta Cássio: 'Não é tudo isso'
O ex-goleiro Rubinho fala com carinho sobre a vida no Corinthians, time em que jogou até os 22 anos. Enfatiza, o tempo todo, que o clube é sua casa no Brasil. Entre as memórias preferidas por lá — "são muitas, não consigo destacar uma" —, ele cita a alegria da equipe sempre que a sirene do Parque São Jorge tocava anunciando uma nova contratação, nos anos 2000. Era uma comemoração só!
Hoje, aos 38 anos, Rubinho trabalha em uma empresa que intermedeia e agencia a contratação de jogadores na Europa. Ele mora na Itália, mas vem ao Brasil com frequência — e não tira os olhos atentos do futebol brasileiro.
Em entrevista ao UOL Esporte, ele critica a campanha corintiana neste 2020, apesar de o time ter chegado à final do Paulista. Compara ainda o ídolo Cássio a outros grandes goleiros do clube, e alfineta: "Muito abaixo de Ronaldo e Dida".
"Cássio é um dos goleiros mais importantes que o Corinthians já teve, indiscutivelmente. Só que em relação a outros grandes ídolos, fica muito abaixo tecnicamente. Ele ganhou grandes títulos pelo time [Libertadores, Mundial de Clubes, Brasileiro e Paulistão], que foi muito vencedor com Cássio no gol. Mas eu não o considero um goleiro 9 [decisivo]. Ele oscila muito: grandes jogos, grandes falhas. Às vezes, no mesmo jogo ele faz defesas incríveis e comete erros grotescos", comenta. "Não o acho tudo isso. É um goleiro válido. Ponto".
Desesperança pelos títulos
Ao acompanhar os últimos jogos do Corinthians, Rubinho se diz desesperançoso com a possibilidade de o time ser campeão brasileiro. Avalia o grupo como perdido, e diz que o Corinthians ainda não ganhou forma nesta temporada.
"O time está irregular. Mesmo chegando à final do Paulistão, Tiago Nunes não fez um bom campeonato. Depois, sofreu derrota contra o São Paulo. Agora, pelo Brasileiro, perdeu para o Palmeiras. Não vejo o Corinthians disputando título em 2020", afirmou — a entrevista foi concedida antes da demissão do treinador, no início da noite de ontem (11).
Um apreço por Rogério Ceni
Com a saída de Tiago Nunes, o nome de Rogério Ceni chegou à boca do dirigente na semana passada, em entrevista à Fox Sports: Sanchez afirmou que contrataria o ídolo do São Paulo "sem problema algum".
Rubinho também não vê empecilho na sondagem e não se oporia à contratação, caso ela existisse. Segundo o ex-goleiro, caberia ao torcedor corintiano diferenciar o ídolo do time rival de um treinador "muito, muito interessante". "Eu acho que seria muito bom para o Corinthians [ter Ceni].
"Ele é um dos poucos treinadores que interferem diretamente na tática do time. Dá para ver que tem o dedo dele ali no Fortaleza. O time segue as instruções dele à risca, o que faz com que ele se mostre um treinador muito preparado. Ceni foi vencedor como jogador e será vencedor como treinador", diz.
Futebol virou novela
A má fase do Timão, segundo Rubinho, pode ter fim em breve. Ele acredita que o Corinthians ainda pode angariar títulos, desde que volte a levar o futebol a sério, coisa que, diz o ex-goleiro, tem sido difícil de presenciar no futebol brasileiro. "Os jogadores são muito superficiais dentro e fora de campo. O futebol se tornou uma novela", opina.
O coração corintiano de Rubinho guarda um bocado de lembranças. Chegou ao profissional do clube aos 18 anos no que chama de "caminho familiar", uma vez que o irmão Zé Elias era volante no Parque São Jorge. Dentre as memórias preferidas, destaca o Bar do Suco, os jogos de futebol de salão no ginásio grande e os treinos no jardim em frente ao estacionamento do profissional. "Eu cresci no Corinthians, vivi praticamente a minha vida toda dentro do clube. São muitas lembranças".
Aos 22 anos, começou a saga europeia de Rubinho: deixou o time paulista, teve uma breve passagem pelo Vitória de Setúbal, de Portugal, e, logo, chegou à Itália —"onde passei por um monte de clube". Ainda assim, ri ao mencionar que os 13 anos de Europa não o eximiram do título de "Rubinho do Corinthians". "Os jovens não me conhecem, mas tenho certeza de que os pais e avós, sim", brinca.
O codinome fica, mas foi na Itália que o jogador conquistou seus títulos mais marcantes. Foram quatro títulos italianos com a Juventus — duas Copas da Itália e duas Supercopas. "Antes disso, fiz parte de um excelente grupo de jogadores no Mundial sub-17 e no Sul-Americano sub-20. São muitos títulos importantes para mim", afirma.
Sobre desafios, atribui a Romário o título de jogador que o deu mais trabalho em toda a carreira. "Eu ficava preocupado, tinha que ficar sempre ligado nele, porque era um fenômeno. Foi um fenômeno dentro do campo", relembra.
Hoje, Rubinho cuida de suas finanças com a ajuda de uma gerente de banco, a quem chama de "parceiraça". Diz que, nos tempos áureos de jogador, conseguiu guardar dinheiro para a aposentadoria. "Me preparei financeiramente e, também, para não ficar parado. Quis ter um trabalho depois do futebol, e consegui. Não me vejo treinando um time, mas claro que pensaria bem caso recebesse um convite. Estou feliz na empresa em que trabalho hoje", finaliza.
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