Antes artilheiro, Paulo Baier sofre como técnico: "Não deu pra engrenar"
Terceiro maior artilheiro da era dos pontos corridos do Campeonato Brasileiro com 106 gols, Paulo Baier embarcou na carreira de técnico de futebol desde que pendurou suas chuteiras. O ex-jogador já treinou o Toledo, do Paraná, e Brusque, também de Santa Catarina. Agora, ele tenta engrenar na segunda passagem pelo catarinense Próspera.
"Dentro dos clubes que trabalhei a gente fez campanhas boas, campanhas ruins. Esses altos e baixos fazem parte. Não deu para engrenar, vamos dizer assim, mas eu já tenho um título já e isso é importante dentro de um currículo como técnico e daqui a pouco as coisas começam a encaixar, o negócio é ter paciência", disse Baier em entrevista ao UOL Esporte.
Após toda sua experiência como jogador, Baier está sentindo na pele a cultura de demissão de técnicos do futebol brasileiro. O treinador não concorda com esse hábito, mas prefere 'aceitar' do que tentar nadar contra a maré.
"Eu acho que tem que dar continuidade sempre ao trabalho, uma hora ou outra as coisas vão melhorar, mas isso faz parte da cultura nossa e dos próprios dirigentes. Existem também pressões fora do cube, então isso aí é uma coisa normal, mas vai fazer o quê? Virou rotina e é assim no nosso país, não adianta", opinou Paulo, que exaltou a diretoria do Grêmio
"Quem sabe um dia aparecem mais dirigentes como o Grêmio. O Romildo Bolzan banca o Renato Gaúcho e está conseguindo os títulos. Viveu já momentos ruins, manteve, conseguiu, está vivendo momento ruim agora também, mas vai conseguir reverter isso, então eu acho que é dar continuidade", acrescentou.
No ano de 2017, Baier iniciou sua carreira como técnico. No ano seguinte, o ex-jogador conquistou seu primeiro título: campeão da Série C do Campeonato Catarinense justamente com o Próspera. A ideia de se tornar treinador veio ainda na época em que ele estava nas quatro linhas.
"Nos últimos anos quando eu estava parando já estava observando alguns treinadores e aí decidi, muitos treinadores falavam que eu tinha uma leitura de jogo que eu tinha uma liderança e aí a gente iniciou essa carreira", contou Paulo, que vai trilhando a carreira de técnico aos poucos.
Baier não tem tanta pressão para chegar ao topo rapidamente. A instabilidade não preocupa tanto o novo treinador, uma vez que não depende só dessa carreira para administrar a vida familiar.
"Eu sou bem consciente com a questão de economia. Eu acho que a família é importante nesse momento... Além do trabalho como treinador, eu lido aqui no sul com plantação de soja. Enfim, então a gente está bem tranquilo sobre o sustento de todos", falou.
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