5 times que "quebraram a cara" ao apostar em quem era ídolo no arquirrival
Contratar um jogador que já possui uma história no arquirrival, por melhor que ele seja, às vezes pode não dar muito certo. A história mostra uma série de exemplos de clubes que se deram mal ao apostar em atletas que já tinham uma identificação com o grande rival.
Em alguns casos, a relação de um jogador com o clube já é tão forte que fica praticamente inviável atuar pelo rival, até pela pressão da torcida. No início desta semana, Thiago Neves ficou perto de reforçar o Atlético-MG, mas o histórico pelo Cruzeiro, inclusive com provocações ao Galo, fizeram a torcida atleticana se manifestar, e a diretoria recuou na contratação.
O UOL Esporte aproveita o tema para relembrar alguns casos de clubes que 'quebraram a cara' ao apostar em jogadores que eram ídolos nos arquirrivais. Confira:
Corinthians - Paulo Nunes
O ídolo alviverde chegou ao Corinthians em 2001 marcado pelo título da Copa Libertadores 1999 pelo Palmeiras e por algumas provocações contra o clube alvinegro, como a entrevista em que mandou o rival 'ficar com o Paulistinha'.
Paulo Nunes teve uma atuação discreta pelo Timão (quatro gols em 25 jogos) e, em boa parte de sua passagem, acabou pressionado e até ameaçado pela torcida. "A torcida não gritava nem meu nome. Eu pegava na bola e eles me vaiavam", recordou em uma entrevista ao UOL Esporte.
"A torcida me xingando o jogo inteiro, porque acharam que eu tinha tomado partido [na briga Ricardinho x Marcelinho]. No outro dia, comecei a receber ameaças, eu e minha família, e aí cheguei no vice-presidente [Roque Citadini] e falei que não queria mais jogar no Corinthians", recordou. "Saí sendo xingado, mas assumo que foi o maior erro da minha vida. Eu, seu fosse corintiano, também me odiaria", completou.
Corinthians - Serginho Chulapa
Maior artilheiro da história do São Paulo, Chulapa teve uma passagem apagada pelo Corinthians, em 1985. Além do Tricolor, o atacante havia acabado de defender o Santos e ser campeão paulista em 1984, justamente em uma decisão tensa contra o Corinthians.
"Teve um problema muito sério. Tivemos o jogo de 84, e baixamos a madeira nos jogadores, arrancamos até o cabelo, a final. Apavoramos eles mesmo. Vi muitos jogadores que, quando eu entrava no vestiário, saíam. Ali eu já matei: 'não vai dar certo'. E não deu", disse em uma entrevista à TV Cultura.
Foram 38 jogos e 14 gols com a camisa do Corinthians. Depois de "um ano de férias", como ele mesmo disse, Serginho Chulapa retornou ao Santos no ano seguinte.
Corinthians - Amoroso
A passagem de Amoroso pelo Corinthians em 2006 começou com o pé esquerdo logo em sua apresentação, quando ele cometeu uma gafe e chamou o clube de "Sociedade Esportiva Corinthians". Em campo, o jogador que havia brilhado pelo São Paulo em 2005 - com os títulos da Copa Libertadores e do Mundial - não rendeu o esperado e fez apenas quatro gols em 23 jogos pelo arquirrival.
"Vamos avaliar o grupo. Queremos jogadores que tenham vontade de jogar aqui, que lutem o tempo todo", disse, na época, o presidente Alberto Dualib.
Santos - Marcelinho Carioca
Marcelinho Carioca já era ídolo absoluto do Corinthians quando desceu a Serra e assinou com o Santos em 2001, após uma briga com Vanderlei Luxemburgo no Timão. A contratação do Pé de Anjo dividiu a opinião entre os santistas, e o jogador ficou na Vila Belmiro por apenas três meses. Foram 15 jogos e cinco gols.
Marcelinho acompanhou a fraca campanha do Santos naquele Brasileirão (time foi apenas o 15º colocado) e teve atuações discretas. No fim da temporada, sem interesse de ambos na permanência, o meia-atacante acabou acertando para jogar no Japão.
Fluminense - Pedrinho
Melhor amigo de Felipe, Pedrinho chegou ao Fluminense em 2006 com pompa. O habilidoso meia canhoto encantou jogando no melhor Vasco de todos os tempos no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, mas nunca alcançou o que se esperava no futebol em função das lesões. No Flu, sofreu com a perseguição de torcida e imprensa, que lhe deram a dura alcunha de "Podrinho", por frequentar mais o departamento médico que os campos com a camisa tricolor.
Recentemente, o hoje comentarista do SporTV relembrou a passagem com muita tristeza, afirmando ter passado por forte depressão em função da pressão sofrida naquele momento. Pelo Fluminense, Pedrinho jogou apenas 18 jogos e fez um gol em toda a temporada.
Fluminense - Felipe
Ídolo como lateral esquerdo e maior campeão da história do Vasco, Felipe já havia 'virado a casaca' ao ir para o rival Flamengo. Por lá, como meia-direita, fez ótimo ano e despertou o interesse do Fluminense, à época forte financeiramente com a parceira Unimed. O jogador foi o grande reforço do Tricolor de Abel Braga — que também trocou a Gávea pelas Laranjeiras — para 2005, mas não deu muito certo vestindo as "três cores que traduzem tradição".
Logo no início do ano, o camisa 10 agrediu o volante Marcos Mendes, do Campinense, na Copa do Brasil, e pegou 180 dias de punição. No meio da suspensão, teve desavenças com a diretoria e deixou o clube. Ele ainda voltaria em 2013 após nova grande passagem pelo Cruz-Maltino, reforçando a equipe tetracampeã brasileira em 2012, mas fez parte de uma trágica campanha no Brasileirão. O Flu terminou a 38ª rodada na zona de rebaixamento, só que Portuguesa e Flamengo foram punidos pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e o time paulista acabou rebaixado.
São Paulo - Ricardinho
Depois de ganhar quase tudo com o Corinthians, Ricardinho chegou ao São Paulo após a Copa do Mundo de 2002. Uma das contratações mais midiáticas da época, o meia não teve a trajetória esperada no Morumbi e permaneceu no clube até 2004, quando se transferiu para o Middlesbrough, da Inglaterra, logo no mês de janeiro. Foram 62 jogos pelo Tricolor, e apenas quatro gols.
"A realidade é que esperava-se uma conquista, até por aquilo que eu tinha conquistado no Corinthians. Isso não aconteceu no São Paulo. Tínhamos um time muito bom, e foi ruim para todo mundo", disse RIcardinho em uma entrevista ao programa Bola da Vez, do canal ESPN.
Palmeiras - Dodô
O 'artilheiro dos gols bonitos' teve na década de 90 uma marcante passagem pelo São Paulo, onde formou um ataque histórico ao lado de Aristizábal e conseguiu chegar à seleção brasileira. Dodô ainda passou pelo Santos entre 1999 e 2001, antes de chegar ao Palmeiras, em 2002.
O atleta não vingou com a camisa alviverde e fez parte do elenco que foi rebaixado com o time alviverde no Campeonato Brasileiro, pela primeira vez na história do clube. Ele conviveu com a reserva e com contusões e fez só três gols em 16 jogos; teve o contrato rescindido em 2003.
Palmeiras - Mano Menezes
Campeão da Série B, do Paulista e da Copa do Brasil pelo Corinthians, Mano Menezes chegou ao Palmeiras no ano passado já bastante identificado com o Timão. O técnico ficou apenas 20 jogos no comando e não resistiu à pressão da torcida e à sequência ruim resultados — entre eles a derrota em casa para o Flamengo que provocou a sua demissão.
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