Dome ganha sobrevida no Flamengo, mas futuro segue aberto e em debate
O vice de futebol Marcos Braz atuou como bombeiro e jogou um pouco de água sobre a fervura em cima de Domènec Torrent. A situação do treinador do Flamengo, porém, segue desconfortável após o massacre por 5 a 0 sofrido para o Independiente del Valle (EQU). A tentativa atual é de apaziguar os ânimos em meio ao momento conturbado.
Braz disse que há unidade em torno da permanência do espanhol, mas a situação é de desconforto e desconfiança. Apesar da manifestação pública de apoio, a lupa sobre Dome e seus auxiliares segue cada dia maior e o jogo de terça (22) contra o Barcelona de Guyaquil (EQU), às 19h15, no Monumental, ganhou ares de final de campeonato.
"Essa derrota tem sempre impacto, foi um 5 a 0. Lógico que acende um alerta, lógico que fica todo mundo desconfortável. Perder de 5 a 0 não é esperado, a gente sempre faz análises. A programação está feita até terça-feira e para o jogo contra o Palmeiras (dia 27 de setembro)", disse ele.
A goleada segue entalada na direção da direção, que está em peso na cidade equatoriana. O debate sobre o futuro segue nas conversas informais e nos bastidores. A depender do que acontecer na próxima partida, a permanência ficará insustentável. Mas mesmo que não haja um grande acidente de percurso, a tendência é que os próximos passos ainda sejam amadurecidos no retorno ao Rio de Janeiro.
Principal avalista da contratação do espanhol, Braz está seguro de que a manutenção é o caminho correto. Ele crê que o cenário de pandemia e o calendário mais apertado que o normal jogam contra o trabalho, mas também sabe que não pode desperdiçar todo o capital acumulado com os títulos em série caso a permanência vire uma questão pessoal.
"Os títulos e o planejamento nos dão o norte para que a gente possa fazer nosso trabalho. Não estou pedindo para esses títulos nos darem carta branca para fazermos coisas ruins, estou pedindo a oportunidade para que a gente possa passar a tranquilidade possível. Aqui não existe ninguém de estimação, tomaremos atitudes quando tiverem de ser tomadas. A gente tem de catalisar forças e tirar o que precisamos para que a gente continue uma temporada maravilhosa. Tomara que seja com esse técnico. Acredito que seja com ele", acrescentou o dirigente.
O ambiente entre toda a delegação ainda é de consternação e questionamentos, pois foi tida como inconcebível a atuação dos atuais campeões da Libertadores em Quito. O que já era confuso ficou ainda mais conturbado após a divulgação de nota do grupo político "FlaFut", que exigiu a cabeça de Torrent e mandou indireta ao vice de futebol.
A saia justa foi ainda maior por conta da presença na viagem de Dekko Roisman, membro do "Conselhinho do Futebol" e integrante desta ala. O comunicado não foi bem recebido por Braz e o episódio só serviu para apimentar um pouquinho mais o clima no Rubro-negro.
Diretamente envolvidos na goleada, os jogadores acabaram um pouco mais preservados por conta da guerra de bastidores e a disputa interna que há. "Prestigiado" ao menos até o próximo jogo, Domènec segue seu trabalho e uma nova atividade com os jogadores está prevista para hoje (20), mas o prazo de validade do comandante ainda é indefinido.
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