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CBF diz que torcida em 30% de estádios 'não repõe' prejuízo de clubes

Walter Feldman, secretário-geral da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) - Lucas Figueiredo/CBF
Walter Feldman, secretário-geral da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Do UOL, em São Paulo

22/09/2020 20h04Atualizada em 23/09/2020 10h32

O secretário-geral da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Walter Feldman, afirmou hoje que a proposta de permitir a presença de torcedores com 30% da capacidade nos estádios "não repõe" os prejuízos dos clubes na pandemia do novo coronavírus.

"No Brasil, a participação da torcida na fonte de receita dos clubes é muito mais baixa do que na Europa. Se chegasse a 30% [a capacidade nos estádios], quase pagaria os custos da presença no estádio. Achamos que o retorno às competições era viável na segurança e saúde. Nunca a questão da saúde foi relevada em segundo plano. Com esse limite de 30%, não repõe nenhum prejuízo que foi atingido até agora", disse em entrevista à CNN Brasil.

Hoje, o Ministério da Saúde aprovou o plano da CBF para volta de público no Brasileiro em ofício. Inicialmente, está prevista a capacidade de 30% dos estádios já em outubro. Para a volta definitiva da presença de torcedores, são necessárias regras de autoridades municipais com regulações sanitárias e uma reunião com clubes para definir quando e como ocorrerá o retorno no campeonato.

Na mesma entrevista, Feldman também falou que a CBF irá priorizar a saúde dos torcedores em um possível retorno do público aos estádios.

"Produzimos um protocolo [para volta das competições], talvez um dos mais bem elaborados do mundo, com a participação de mais de 140 médicos. Isso foi feito da mesma maneira agora [para volta da torcida]. Reunimos os médicos, avaliamos com especialistas, e nenhuma medida de presença de público será tomada sem os fatos que avaliamos agora. A curva, que pode piorar, o que nos fará repensar qualquer possibilidade de retorno. Nada será irresponsável. Nenhuma medida será tomada que leve em risco a saúde dos torcedores. Se tiver qualquer possibilidade de insegurança, teremos a responsabilidade para tomar a melhor decisão", declarou.

Reunião com clubes

Posteriormente, em declarações divulgadas pela própria CBF, Feldman celebrou o cenário visto no futebol brasileiro até aqui, que permitiria, segundo ele, começar a dar um passo à frente. A entidade vai se reunir com os clubes depois de amanhã para discutir a possibilidade.

"Já realizamos quase 300 partidas com total saúde e segurança aos atletas e comissão técnica", disse o dirigente. "Não faremos nada de forma irresponsável. Não há prazo nem quantidade definidos. Os próximos passos incluem uma reunião com os 20 clubes da Série A, mais as federações dos estados correspondentes e logo em seguida uma consulta às autoridades municipais e estaduais de saúde para que conjuntamente possamos decidir pelo retorno."

Ainda de acordo com Feldman, "o desejo da CBF é que o retorno seja feito de forma integrada, sistêmica e gradual".

"E esse será um dos temas centrais da próxima reunião de quinta-feira, com os 20 clubes da Série A", concluiu.