Ex-Santos tem licença A da Uefa e ocupa 3 cargos diferentes na França
Líder do Grupo G da Copa Libertadores, o Santos tem chances hoje (24) de deixar mais perto sua classificação às oitavas de final, mas para isso precisa vencer o Delfín-EQU, às 23h, na cidade de Manta. É aí que está o problema: já faz mais de 16 anos que o time não consegue uma vitória no Equador.
Desde março de 2004 já foram quatro jogos e nada de resultado positivo. A inspiração é no passado e em quem estava em campo naquela ocasião, como o ex-lateral Paulo César.
"Foi um ano de aprendizado. O Santos vinha de uma final em 2003 e não ganhou, a gente fez de tudo para que pudesse chegar ao objetivo, mas não conseguimos. Fizemos uma boa campanha no começo e eu, particularmente, tive um ano espetacular", resume ao UOL Esporte.
Em 2004, o Santos venceu o Barcelona por 3 a 1 no Equador, com gols de Renato, Basílio e Robinho. Foi o melhor time da fase de grupos, com cinco vitórias e um empate. Depois eliminou a LDU [também do Equador], mas parou nas quartas de final diante dos colombianos do Once Caldas - que seriam campeões daquela edição. Mas o torcedor alvinegro já esqueceu, porque naquele ano o time acabou campeão brasileiro.
Foi um dos anos que Paulo César considera como mais importantes de sua carreira. Ele também cita as temporadas de 2000 e 2001, com a camisa do Fluminense — chegou a ser convocado à seleção brasileira na preparação para a Copa do Mundo que rendeu o penta —, 2002/2003, no Paris Saint-Germain, e 2007, pelo Toulouse. A carreira terminou em 2014, após quase 20 anos em campo.
De auxiliar a treinador
Poucos meses após deixar o futebol, PC voltou como assistente técnico de Toninho Cecílio no Criciúma. No ano seguinte, a dupla trabalhou no XV de Piracicaba, que acabou eliminado pelo Santos nas quartas de final do Campeonato Paulista. Já em 2016, o ex-jogador foi contratado como treinador do sub-20 do Juventude. No fim do mesmo ano foi efetivado no time principal, mas caiu em março de 2017 com apenas sete jogos.
Depois de toda essa maratona no mercado da bola, decidiu se mudar para a França: "Em vez de ficar andando de clube em clube no Brasil, fazer três, quatro, cinco jogos e por ser um treinador novo ser mandado embora como fazem com todos que tem, eu optei por essa situação e graças as Deus está dando tudo certo."
Paulo César, que possui licença A da Uefa para trabalhar como treinador — a segunda certificação mais alta da Europa —, hoje tem três ocupações diferentes na França: é auxiliar técnico do time feminino sub-19 do PSG, além de diretor esportivo e treinador do time principal do "Futsal Paulista" em Clichy, nos arredores de Paris.
Uma curiosidade: o gestor do time de futsal que disputa a segunda divisão nacional francesa é o zagueiro David Luiz, do Arsenal. "Ele é o mentor dessa associação de futsal e eu cuido de toda a parte metodológica do clube. Hoje, temos 250 jogadores dentro do clube de futsal de todas as categorias, dos 6 anos até o principal, além de um time feminino sênior também", explica PC.
Neymar será o melhor do mundo?
Paulo César é um dos ídolos em 50 anos de história do Paris Saint-Germain. Atuou por lá entre 2002 e 2007, com o empréstimo ao Santos durante o período. Foram 67 jogos e seis gols pelo clube, que na época não era uma força mundial.
"Já era um grande clube na França, mas não tinha esse número de títulos que vem conquistando a partir do momento em que chegaram as pessoas do Qatar. Deixaram o Parque dos Príncipes em alto nível e agora estão construindo o novo centro de treinamento para que eles possam estar cada vez maiores."
Segundo o ex-lateral, o sonhado primeiro título da Liga dos Campeões da Europa só não veio esse ano porque o adversário era o Bayern de Munique, "ainda melhor estruturado para isso". Ele vê o ex-time no "caminho certo" e acha que é possível Neymar ser eleito como o melhor do mundo como jogador do PSG.
"Depois da parada ele teve atuações realmente fora do comum. Eu acho que ele precisa ter uma regularidade maior para que ele possa se tornar o melhor do mundo. Possibilidade ele tem, futebol ele tem, vai depender só dele. No Brasil e aqui na França todo mundo fala isso."
Escassez na lateral direita da seleção
Paulo César começou no Nacional-SP, estreou como profissional no Flamengo, mas só atingiu algum status quando se transferiu para o Fluminense. Meio-campista no começo da carreira, ele mostrou capacidade para atuar nas duas laterais e sua polivalência rendeu convocação à seleção para a lateral direita, mesmo sendo titular da esquerda no time carioca, em 2002. Ele esteve na última lista antes da Copa.
Após 18 anos, e sem mágoas por não ter jogado uma Copa do Mundo, o ex-lateral viu Tite — atual técnico da seleção — convocar o volante Gabriel Menino, do Palmeiras, para a lateral direita nas Eliminatórias da Copa do Mundo. PC opina sobre uma suposta escassez da posição.
"Acho que é essa parte tática de linha de quatro, de linha de quatro atrás que mal se movimenta, que está lá para proteger e deixar mais liberdade para os extremos que jogam pelo lado. Isso bloqueia um pouco a subida, o jogador se desenvolve menos. Mas tem alguns despontando."
"O Daniel Alves vem sendo convocado por muitos anos porque foi muito eficiente na posição dele. Agora, o Gabriel Menino tem essa oportunidade. Eu acho que é interessante para ele. Não sei se ele vai se fixar nessa posição, mas é um jogador polivalente no Palmeiras, que pode jogar em várias posições e se foi convocado é porque realmente tem uma qualidade que pode ajudar o Tite", opina.
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