Hoje treinador, Mancini vê Luxemburgo e Spaletti como melhores da profissão
Mancini teve uma carreira vitoriosa no futebol. Campeão por Atlético-MG, Roma, Inter de Milão e seleção brasileira, o ex-lateral direito se arrisca como treinador depois de pendurar as chuteiras. Com cursos da Uefa e da CBF, o atual técnico do Villa Nova-MG vê Vanderlei Luxemburgo e Luciano Spalletti como os melhores de sua nova profissão.
"Vanderlei Luxemburgo e o Luciano Spalletti [são os melhores], tive José Mourinho e o Fabio Capello também [como treinadores], mas o Spalletti e o Luxemburgo de 90 a 2000", disse o treinador em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
Na conversa, Mancini explicou por que considera Luxa (que o treinou na seleção brasileira) e Spalletti (que o comandou na Roma) como os dois melhores treinadores com quem trabalhou.
"Luxemburgo, pelo comando dele, ele tinha pulso forte, pelo nome pela força. E o Spalletti pela questão dele na gestão de grupo, na questão tática como ele ensinava o futebol", comentou.
Revelado nas divisões de base do Galo, Mancini atuou como jogador profissional entre 1999 e 2016. Há quatro anos, decidiu interromper a trajetória dentro das quatro linhas e se dedicou aos estudos para se tornar técnico.
"Eu me formei na Itália, foram três anos de curso da Uefa B, Uefa A e Uefa Pro, fiz o curso da CBF, trabalhei na Itália durante quatro meses no Foggia, um clube da quarta divisão italiana. Hoje eu estou no Villa Nova, de Nova Lima, na Série D do Brasileiro. Sempre pensei em ser treinador", contou.
A carreira como treinador ainda é curta. Com apenas dois clubes no currículo, teve uma experiência breve pelo Foggia, da quarta divisão italiana. Mancini explica como foi o trabalho na Europa e o que fez com que assumisse o Villa Nova-MG em meio à pandemia do novo coronavírus.
"Foi boa [a passagem pelo Foggia]. Só que, no percurso, um diretor que queria ser treinador acabou querendo se intrometer no meu trabalho e, como eu sou treinador e eu tenho as minhas convicções, não aceitei e acabei saindo, mas foi uma experiência boa. Tinha três anos de teoria e eu precisava de prática. Então, isso me deu uma prática e também me deu a convicção que eu queria ser treinador. Muitas vezes, a pessoa estuda, trabalha, forma e faz cursos, mas quando se depara com a realidade, vê completamente diferente. Vi aquilo que eu realmente imaginava que fosse."
"Eu tive propostas de outros clubes, mas como o Vila Nova é um clube que eu acredito, um clube que tem tradição, um clube que tem o potencial gigante, eu acredito que seja um desafio bom porque está numa região muito rica de Belo Horizonte. Como eu falei, tem tradição e eu estou com uma comissão muito boa, pessoas em volta de mim que dão um alicerce bom e eu acredito muito no meu trabalho. Por isso que eu aceitei começar de baixo, com calma, sem queimar etapa. Acho que esse é o segredo".
Ícone na Itália, jogou pouco pela seleção brasileira
Como treinador, Mancini tem uma curta passagem pelo futebol. Ele se tornou referência no esporte como atleta. Revelado pelo Atlético-MG, surgiu como lateral direito e foi alvo de vaias da torcida do clube. Mesmo com as manifestações contrárias, foi para a Itália e brilhou no futebol europeu. No entanto, já havia adotado uma nova posição.
"Como atleta, jogando como lateral, tinha uma característica ofensiva muito interessante. Na minha passagem pelo Atlético-MG, em 2002, no Campeonato Brasileiro, fiz 17 gols como ala, jogando no sistema 3-5-2. Quando cheguei à Itália, com o Fabio Capello, ele pediu que eu jogasse no 4-4-2. Porém, na segunda linha, como ponta. Cheguei ao Campeonato Italiano com 20 assistências e oito gols no primeiro ano. Fui crescendo, crescendo e ganhando confiança. Aí, continuei naquela posição", explicou o jogador, que ainda falou sobre a falta de paciência da torcida atleticana em seu início de carreira:
"É normal receber vaias e críticas. O importante é que, quando você é criticado e passa por alguma turbulência dentro do clube, muitas vezes o atleta se esconde. E eu sempre fui o contrário, eu cresci com aquilo, me fez crescer e me fez ganhar mais maturidade. Foi isso o que aconteceu comigo."
Na mudança para a Itália, as críticas ficaram para trás. Em cinco anos pela Roma, se tornou referência no clube e foi negociado para a Internazionale de Milão. Mesmo com o sucesso em solo europeu, recebeu poucas chances na seleção brasileira. Perguntado sobre a ausência de oportunidades na equipe nacional do país, ele explicou: "Na verdade, a geração que eu tive, contava com bons nomes para a lateral direita, tinha Belletti, tinha Cafu. Então, a concorrência era muito grande. Hoje em dia, a concorrência diminuiu muito".
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