Rodolfo Landim: 'Tantos jogos já foram adiados. O que significa mais um?'
O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, declarou que não é razoável manter a partida entre Palmeiras x Flamengo no próximo domingo (27), diante da grande quantidade de pessoas contaminadas com a covid-19 no clube rubro-negro. O mandatário do clube carioca argumentou que não seria um esforço para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) adiar mais um jogo, uma vez que vários jogos já foram adiados pelo mesmo motivo.
O dirigente flamenguista explicou que vários jogadores que vão a campo se o jogo acontecer estão potencialmente contaminados até a próxima terça-feira (29), ou seja, seus testes podem apontar falso negativo até a próxima semana. Assim, Landim entende que não seria seguro colocar esses jogadores em campo antes dessa data.
"A discussão não é o número de jogadores. É o período da janela de infecção que a gente tem. Consultamos dois infectologistas e o que eles disseram foi que tem uma carga viral muito grande no grupo. São 16 jogadores, sem contar os funcionários, dirigentes. Todos os envolvidos podem ter tido ou passado para outros. E alguns podem ter contraído o vírus no último momento dessa viagem porque estavam conosco no avião. E eles precisam de, no mínimo, cinco dias, para dar um teste positivo ou não. Até segunda ou terça, todos estão potencialmente contaminados, mesmo dando negativo na véspera", disse o presidente em entrevista ao Redação SporTV, hoje.
"Isso (a manutenção do jogo) para mim é um contrassenso. Não foi um infectado. Foi um monte de gente. É insana a discussão do número de jogadores. Todos estavam lá, juntos e misturados. Se chegar na segunda-feira, e testar negativo, é porque esse jogador não pegou. Simples assim. Mas deixar um monte de gente que pode estar contaminada jogar não é razoável. Tantos jogos já foram adiados. O que significa mais um?", complementou.
Landim ainda defendeu que os protocolos sanitários adotados pelo Campeonato Carioca e pelo Campeonato Brasileiro são mais seguros que o da Conmebol por conta do tempo entre os testes e a entrada dos jogadores em campo.
"Quando eu falei que o protocolo era seguro, foi o protocolo do Campeonato Carioca, que previa testes contínuos, ambiente do CT desinfetado e testes na hora do jogo. Se tivesse positivo na hora do jogo, o jogador era isolado. No caso do Brasileirão, há mais risco, porque você é obrigado a testar, quando viaja, alguns dias antes. E a gente testa os nossos jogadores antes da partida, o que nem é obrigatório", explicou.
"O que aconteceu, e estão colocando em xeque todo o tratamento do Flamengo em relação à doença, foi uma situação totalmente excepcional e dentro do protocolo da Conmebol. No protocolo da Conmebol, você testa dias antes para ter autorização de viagem, então o risco aumenta mais porque a janela entre o teste até o jogo é maior. Você já pode ter jogadores infectados durante a viagem. (...) Tivemos que nos adaptar a um ambiente que não era com nossas regras, não era o nosso CT, é outro país e tendo testado os jogadores muito antes. (...) Não tenho dúvida de que, por envolver um período maior entre o teste e a viagem, o risco de jogar um jogo no protocolo na Conmebol é maior do que dentro do Campeonato Brasileiro", afirmou.
O Flamengo e o retorno da torcida aos estádios
O mandatário rubro-negro ainda afirmou que o Flamengo não é a favor do retorno da torcida aos estádios em qualquer hipótese. O dirigente explicou que o clube está alinhado à decisão do Supremo Tribunal Federal de que os governos e municípios tenham autonomia para decidir quando será o retorno.
"A postura do Flamengo em relação à volta da torcida sempre foi a mesma: quem deve decidir são as autoridades. Eu não posso dizer para uma autoridade de saúde o que pode ser liberado e o que não pode. Não vou ensinar o trabalho deles. O STF estabeleceu que as autoridades locais devem decidir quando e como deve voltar o público para os jogos. O Flamengo não opina. O clube só vai cumprir a lei. Não é uma posição do Flamengo, é das autoridades de saúde. O Flamengo é apoiador da volta do público aos estádios se essa for a decisão das autoridades", concluiu Landim.
Foto polêmica
Questionado por Marcelo Barreto, apresentador da atração, sobre uma foto que mostrava jogadores do Flamengo aglomerados e sem máscara dentro do avião na viagem de volta, Landim defendeu que 'ninguém tira foto com máscara'. O dirigente alegou que ele mesmo tira a máscara e segura a respiração quando vai posar para fotos.
"Ninguém tira foto com máscara. Isso acontece com todo mundo. Acontece comigo. Quando eu vou tirar uma foto, eu tiro a máscara e seguro a respiração. Os jogadores estavam com máscara dentro do avião e tiraram para a foto. Vamos relevar. Mas é difícil conter os jogadores. Eles jogam sem máscara, depois comemoram juntos, sem máscara. A gente tenta fazer o possível, orienta, mas é mais um problema", disse Landim.
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