Vestiário do Inter após tropeço tem política, Covid-19 e elogio ao Galo
O empate com São Paulo em 1 a 1, ontem, não foi um resultado bom para o Inter. O terceiro jogo seguido sem vitória no Brasileiro deixou o Atlético-MG mais longe. E no vestiário, entre lamentações, houve espaço para política, Covid-19 e elogios ao Galo.
"Anos eleitorais em grandes clubes são sempre complicados", disse o técnico Eduardo Coudet. O comandante foi questionado sobre a saída de Alessandro Barcellos do cargo de vice de futebol, ocorrida na última semana. E não se escondeu de opinar.
"Mal, eu recebi mal. Não foi uma notícia agradável para mim", disse. "Tentamos não deixar que isso afete a questão esportiva. Mas não vou mentir que me afetou emocionalmente. Tenho uma grande relação com ele (Alessandro Barcellos). É uma pessoa que eu gosto, e saiu do clube. Tomara que isso não nos atrapalhe", completou.
Marcelo Lomba, representante dos jogadores, não fez qualquer comentário sobre a demissão. Rodrigo Caetano, executivo de futebol, elogiou o antigo parceiro de pasta mas reconheceu a influência no ambiente.
"É óbvio que essas interrupções, neste momento, faltando três meses para acabar o ano, nunca são ideais. Eu sou profissional, tenho contrato vigente e pretendo cumprir. Já passei por isso em outros clubes. Você tenta de todas as formas blindar o vestiário e os atletas. A questão não é a mudança, é entorno e ambiente pré-eleitoral que invariavelmente afeta o futebol. Não tem jeito e temos que entender que faz parte da vida política de todos os clubes. Lamentamos é que temos o decorrer de uma temporada indo até 2021. Uma eleição, com todo este ambiente, não é nada benéfica. Sou profissional, tenho compromissos e são nestes momentos que temos que tentar seguir da mesma forma que antes", disse.
Alessandro deixa o comando porque por opção do presidente Marcelo Medeiros. Os demais membros do grupo político do antigo vice também optaram por deixar a gestão e ele deve concorrer à presidência na eleição do fim do ano.
Covid-19
Mas não foi apenas o clima eleitoral que chamou atenção no vestiário gaúcho. Eduardo Coudet citou os casos de Covid-19 e a rotina alterada entre as razões para oscilação da equipe, que vive uma fase bem diferente da encontrada no início de 2020.
"Mais da metade do nosso grupo teve Covid-19. Não é algo menor. Tentamos encarar tudo com normalidade, mas vemos vocês (jornalistas) de máscara, temos que usar máscara... A realidade é que convivemos com um vírus, e um vírus que afeta os pulmões. Modificamos muitas coisas no futebol para que continue tudo como se fosse normal, mas não é. Para ninguém, não só para o Inter. O time que jogaria ontem não era o de hoje. Outro dia a mesma coisa. Vocês acham que não repito o time porque não gosto, mas na verdade é porque temos muitas coisas para analisar. Estamos analisando a temporada como se fosse normal, mas não podemos perder de vista que temos um vírus que afeta os pulmões e os jogadores precisam de ar para correr, de pulmões", falou o técnico, que ainda lembrou que o cenário afeta o grupo.
"Pela manhã temos um companheiro sentado conosco à mesa. À tarde precisamos isolar ele porque testou positivo e ficará 15 dias fora. Isso acontece constantemente. Não é uma situação normal. Entendo que se faça críticas, mas não são problemas fáceis de levar. Estamos convivendo com jogadores contagiados. Com gente em contágio. Isso afeta o emocional de todos os times. Não é justificativa, mas uma análise que precisa ser feita", completou.
Por fim, o Atlético-MG foi eleito como principal candidato ao título brasileiro. Coudet disse que, por ter apenas uma competição no calendário até o fim da temporada, é a equipe de Jorge Sampaoli que tende a ser campeão. E, coincidência ou não, lidera a competição.
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