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Brasileirão - 2020

Como Gre-Nais 'apagaram incêndio' no Grêmio e amplificaram pressão no Inter

Grêmio e Inter jogam neste sábado pela sexta vez na temporada - Fotos de: Lucas Uebel/Grêmio FBPA e Ricardo Duarte/SC Internacional
Grêmio e Inter jogam neste sábado pela sexta vez na temporada Imagem: Fotos de: Lucas Uebel/Grêmio FBPA e Ricardo Duarte/SC Internacional

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

03/10/2020 04h00

O Gre-Nal arruma ou desarruma a casa. A frase, atribuída a Ibsen Pinheiro, ex-dirigente do Inter, pode muito bem explicar a rotina de enfrentamentos entre Grêmio e Colorado neste ano. O clássico "apagou incêndio" do lado azul e levou turbulência ao vermelho. Os rivais gaúchos voltam a se enfrentar hoje (3), às 17h, na Arena do Grêmio, pelo Brasileirão.

Jogo 1: Grêmio começa 2020 mal, até pegar o Inter

O Tricolor não começou a temporada como queria. Perdeu a Recopa Gaúcha nos pênaltis para o Pelotas e não avançou para a segunda fase do Gauchão em primeiro no seu grupo. Com nove pontos, o time de Renato Gaúcho acabou atrás do Caxias e teve o Inter pela frente logo na semifinal.

E foi o Gre-Nal que amenizou o clima na Arena. A vitória por 1 a 0 no Beira-Rio, com gol nos acréscimos do segundo tempo, foi tão importante que superou até a derrota que viria depois, na decisão contra o Caxias. Diego Souza, que colocou a bola na rede, se firmou como artilheiro da equipe, calando críticos de sua contratação.

Jogo 2: Neutralidade no duelo da pancadaria

Dos cinco confrontos nesta temporada, apenas um deles pode ser considerado "neutro". Exatamente o único que não teve vencedor. O empate em 0 a 0 pela Libertadores pode até ter reforçado as ideias de jogo do Inter, que pressionou e por pouco não venceu a partida. Mas não abalou o Grêmio de forma alguma. Até porque o jogo ficou mais famoso pela pancadaria generalizada nos minutos finais do que pelo que houve antes e depois dos chutes e socos trocados no gramado.

Jogo 3: Renato Gaúcho "na praia" gera críticas, mas vence na volta

A conduta durante a paralisação nas atividades do futebol devido à pandemia da Covid-19 gerou críticas no Grêmio. Renato Gaúcho não se apresentou com os demais funcionários do clube quando houve o início dos treinos. Permaneceu no Rio de Janeiro por ser considerado "grupo de risco".

Porém, Portaluppi foi flagrado mais de uma vez na praia, desrespeitando as orientações de isolamento. A atitude criava ambiente ruim entre os gremistas, que cobravam a presença dele para acompanhar as atividades do time. Tudo, porém, se tranquilizou quando a bola voltou a rolar. Mais uma vitória contra o Inter espantou qualquer desconfiança, e as tardes nas areias do Rio de Janeiro viraram até motivo de chacota com os colorados.

Jogo 4: Grêmio fica "quase fora", mas mantém jejum do Inter

O Grêmio chegou ao Gre-Nal da final do segundo turno do Gauchão após quase ter sido eliminado pelo Novo Hamburgo. Depois de sofrer, mesmo jogando em casa, e confirmar lugar na decisão só nos minutos finais, o Tricolor poderia ter ambiente abalado. Mas novamente a tábua de salvação foi o rival.

O Inter, que tinha passado com goleada sobre o Esportivo, viu ruir o melhor momento ao levar 2 a 0. Não foi apenas a eliminação no Estadual ou a quarta partida no ano sem superar o tradicional oponente, o revés simbolizou a manutenção do jejum de títulos do Estadual que dura desde 2016.

Jogo 5: Inter sob pressão, Grêmio se reconstrói na Libertadores

O Inter já tinha perdido o primeiro lugar no Brasileiro, vinha de tropeços contra Fortaleza e Goiás, não tinha vencido o Bahia, em casa. Mas na Libertadores tinha campanha irretocável. Até encarar o Grêmio no quinto clássico da temporada.

A quarta derrota para o tradicional oponente — que havia acabado de perder para a Universidad Católica e poderia se complicar caso fosse superado novamente na competição continental — acabou de vez com a paciência da torcida. Além de catapultar o Tricolor no torneio, o 1 a 0, com gol de Pepê, foi o 10º jogo de invencibilidade entre as equipes. Motivo de corneta dos gremistas, a partida iniciou o foco de pressão sobre Eduardo Coudet, que cresceu bastante nos últimos dias.

Neste sábado, o sexto duelo pode repetir o cenário dos anteriores, com tranquilidade no Tricolor e problemas no Colorado, ou criar algo novo. Tudo depende do que acontecerá no campo da Arena. Na zona norte de Porto Alegre, ao fim de 90 minutos, uma casa estará melhor arrumada, outra com coisas fora do lugar.