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Brasileirão - 2020

Mais caro do ano no Atlético-MG, Marrony ajudou Vasco a por contas em dia

Marrony, do Atlético-MG, celebra gol contra o Ceará - Bruno Cantini / Agência Galo / Atlético
Marrony, do Atlético-MG, celebra gol contra o Ceará Imagem: Bruno Cantini / Agência Galo / Atlético

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ) e em Belo Horizonte (MG)

04/10/2020 04h00

O confronto entre Atlético-MG e Vasco, hoje (4), no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro, reserva um reencontro especial. Cria do Cruz-Maltino, Marrony foi a contratação mais cara do Galo para a temporada e, depois de um começo animador, busca retomar espaço no time de Jorge Sampaoli.

A transferência aconteceu após idas e vindas na negociação, fazendo com que o roteiro quase entrasse na prateleira de "novelas". O negócio foi concretizado em junho, e o Atlético-MG pagou R$ 20 milhões por 80% dos direitos econômicos do jogador de 21 anos de idade. O Vasco manteve 14%, e o Volta Redonda, onde o jogador começou, tem os outros 6%.

Mesmo em um ano em que foi muito ativo no mercado da bola, o Atlético-MG não desembolsou uma quantia maior do que a paga por Marrony por nenhum outro jogador.

Logo nas primeiras atuações com a camisa do Galo, o atacante esteve bem e animou a comissão técnica e a torcida alvinegra. Contra o Ceará, por exemplo, marcou duas vezes na vitória por 2 a 0 e foi o nome do jogo.

Depois, porém, houve uma queda de rendimento, e hoje Marrony briga por espaço no ataque com Keno, Sasha e Savarino, outros reforços para 2020. A última partida como titular foi contra o Santos, há quase um mês. Hoje, contra o clube que o criou, deve começar no banco.

Marrony comemora após marcar pelo Vasco contra o Volta Redonda - Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/AGIF
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

No Vasco, o adeus do atacante, que estava em São Januário desde 2014, se tornou a grande venda da temporada e serviu para quitar salários atrasados, aliviando um pouco a crise financeira. Porém, ainda assim, o montante recebido - cerca de R$ 15 milhões - não atingiu nem 50% da meta orçamentária para 2020 no quesito vendas.

Segundo o documento, aprovado pelo Conselho Deliberativo em dezembro do ano passado, a estimativa é de uma arrecadação de R$ 46 milhões com jogadores nesta temporada. Vale ressaltar, porém, que ele foi elaborado antes da pandemia do coronavírus.

Até por isso, o clube carioca vive a expectativa de ter mais alguma joia envolvida em uma transação. O atacante Talles Magno, que tem multa rescisória avaliada em mais de R$ 200 milhões, é costumeiramente apontado neste cenário. Ainda em junho, o Vasco recusou uma proposta (que seria de cerca de R$ 56 milhões) do Krasnodar-RUS, segundo indicou o presidente Alexandre Campello, à Rádio Tupi, na ocasião.

"Cria" do Vasco

Marrony deu os primeiros passos no futebol no Volta Redonda e desembarcou no Vasco em 2014, com 15 anos, para o time sub-17. Era badalado desde as categorias de base e chegou ao elenco principal em 2018. De lá para cá, viveu altos e baixos, mas sempre esteve em evidência no mercado, sendo, inclusive, sondado por clubes europeus.

No ano passado, foram 56 atuações. Em algumas oportunidades, até atuou improvisado como 9, após a saída do argentino Maxi López.

Venda anterior é analisada pela CBF

Marrony começou no Volta Redonda. Na transferência para o Vasco, o Voltaço ficou com 30% dos direitos econômicos do jogador, e o Cruz-Maltino com os outros 70%.

Em 2018, porém, o Volta Redonda vendeu 10% destes direitos a um empresário ligado ao ramo imobiliário por R$ 200 mil. Esta pessoa, cujo nome está registrado no documento que indica o acordo, tem relações com a "Pantera Sport", empresa que gerencia carreira de atletas.

Desde 2015, o artigo 18 do Regulamento sobre Status e Transferência de Jogadores (RSTP) diz que os direitos econômicos dos atletas não podem estar sob o controle de terceiros. Apenas clubes estão aptos a os ter.

A transação veio à tona justamente no decorrer das negociações entre Atlético-MG e Vasco. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pediu explicações tanto ao Volta Redonda quanto ao clube de São Januário, indicando que o caso seria levado à Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD).