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Estreante fominha, Bruno Guimarães avisa Tite: faz qualquer função no meio

Volante da seleção brasileira durante entrevista coletiva na Granja Comary hoje (6) à tarde - Lucas Figueiredo/CBF
Volante da seleção brasileira durante entrevista coletiva na Granja Comary hoje (6) à tarde Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

06/10/2020 15h15

Lembrado pela primeira vez pelo técnico Tite em março, na convocação que acabou cancelada por causa da pandemia, o volante Bruno Guimarães finalmente vestiu a camisa da seleção brasileira hoje (6), quando se apresentou à Granja Comary para ficar à disposição de Tite nas duas primeiras rodadas das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, contra Bolívia (sexta-feira, 9) e Peru (terça-feira, 13).

Mesmo estreante, o jogador do Lyon-FRA mostrou personalidade durante entrevista coletiva e disse que conversou com o treinador da seleção para dizer que está disponível para atuar em qualquer função no meio-campo.

"É o primeiro treino com todo mudo hoje, então vou conversar mais com o Tite. Mas já falei que me sinto à vontade em qualquer posição, vamos ver em qual posição ele vai preferir me usar (...) Óbvio que a primeira vez na seleção você fica ansioso para treinar, jogar, passar logo no trote (risos). É normal. Se o professor Tite optar por mim espero ajudar da melhor maneira possível", afirmou o jogador de 22 anos.

Tanto no Athletico-PR, quanto no futebol europeu e na seleção de base, Bruno Guimarães se divide entre primeiro e segundo volante. Em muitas partidas chega a fazer as duas funções por adaptações táticas. Também já atuou mais adiantado, como armador, mas é mais raro: "Fico à vontade para exercer qualquer função no meio-campo e espero poder mostrar todo meu trabalho para que isso se torne frequente."

Em boa fase no Lyon, o volante brasileiro ainda tem idade olímpica e sonha em participar do ciclo da Copa do Mundo do Qatar e também dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. A caminhada para esses objetivos já começou: "Por tudo que fiz no Pré-olímpico e no Lyon eu esperava estar na lista do Tite, eu sou fominha, se puder jogar as duas, Olimpíada e Copa América, eu quero. Esperava estar na lista do Tite, mas se for na do Jardine não tem demérito nenhum."

BG - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Bruno Guimarães, volante da seleção brasileira, durante apresentação na Granja Comary hoje (6)
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Veja outras declarações de Bruno Guimarães

Jogar pela seleção

"Para mim estar aqui vestindo a camisa da seleção pela primeira vez é sonho realizado, sempre almejei isso. É o sonho da minha família e amigos e como sempre espero dar o meu melhor (...) Para vestir essa camisa tem que ter personalidade, você entra em campo para honrar cinco Copas do Mundo e uma população do Brasil apaixonada por futebol. Estou feliz, sou abençoado, quero pisar em campo e ajudar meus companheiros e a seleção brasileira."

Como chamar atenção

"Fizemos no Lyon uma Champions muito boa, eram dez, 11 anos sem chegar nas semifinais, mas infelizmente não conseguimos o título. Como o Campeonato Francês acabou com dez rodadas faltando isso nos prejudicou e não disputaremos nenhuma competição europeia nessa temporada. Mas o importante é estar aqui na seleção mostrando meu trabalho, tentar fazer o Lyon voltar a conquistar o Francês e a Copa. É um pouco desfavorável, sim [não jogar Liga dos Campeões e Liga Europa], mas tenho que dar meu melhor porque assim é meio caminho andado."

Lucas Paquetá no Lyon

"Eu já tinha jogado contra, nunca no mesmo time, mas conversamos, sim. Jogamos videogame e no computador juntos, já tenho amizade com ele, e espero que ele seja muito feliz com a gente no Lyon."

Bolha da seleção

"É um momento complicado para o futebol e para o mundo, sabemos o que acontece. Mas já passei por isso na Champions League, sem contato com ninguém. Meu pai, minha mãe, primos e amigos queriam estar no estádio, mas fica para a próxima. O melhor a fazer agora é cuidar da saúde. Eles vão estar da TV assistindo de pertinho também."

Relação com Juninho Pernambucano na França

"O futebol francês é muito duro, muito físico, quando pisei lá já comecei a fazer trabalho de força, porque o Juninho já tinha me falado que cobrariam isso. Eu gosto de ter a bola, mas gosto de marcar e participar do jogo, fico incomodado quando não pego muito na bola, espero desempenhar tudo que fiz na carreira aqui na seleção (...) O Juninho me passou da questão de viagem, ida, volta, importância de se hidratar e dormir bem por causa do fuso horário. Ele me dá dicas direto, acaba o jogo conversamos, é um pai para mim, gosto muito. A maior parte da minha ida ao Lyon foi por ele."

Parceria com Renan Lodi

"Fico muito feliz, o Renan é um irmão para mim, chegamos a morar juntos, é um cara que torço muito, admiro, é um cara que sou fã. Estar com ele agora é uma realização, porque é um irmão, somos íntimos, conhecemos a família um do outro e espero que possamos fazer o que fizemos no Athletico na seleção e dar alegria."