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Como PSG esfriou rusga Leonardo x Tuchel na base de contratações no mercado

Thomas Tuchel, técnico do PSG, gesticula durante jogo na França - REUTERS/Regis Duvignau
Thomas Tuchel, técnico do PSG, gesticula durante jogo na França Imagem: REUTERS/Regis Duvignau

João Henrique Marques

Colaboração para o UOL, em Paris (FRA)

11/10/2020 04h00

A briga entre Leonardo e Thomas Tuchel no Paris Saint-Germain foi pública. O treinador reclamou da falta de reforços apontando o elenco como enfraquecido com relação à temporada anterior, e a resposta do dirigente brasileiro foi com contratações emergenciais. Nas últimas horas do encerramento da janela de transferências, o PSG trouxe os meio-campistas Danilo e Rafinha, e o atacante Moise Kean, trazendo um cenário de paz para os bastidores.

Leonardo também respondeu Tuchel nas palavras, comentando estar insatisfeito com o posicionamento do treinador. No entanto, o golpe sofrido fez o brasileiro intensificar os valores oferecidos no mercado e as condições das propostas. Com o brasileiro Rafinha, por exemplo, o PSG aceitou pagar 3 milhões de euros ao Barça - saída do jogador seria gratuita ao final da temporada.

Com o meio-campo português Danilo, do Porto, a estratégia foi a de pagar 4 milhões de euros ao Porto pelo empréstimo de uma temporada, sendo o valor de uma possível compra sendo fixado em 16 milhões de euros. Já Kean veio por empréstimo de uma temporada do Everton em uma contratação sem custos e sem opção de compra ao fim do período.

"Podemos considerar que o golpe do Tuchel fez efeito. O Leonardo teve agilidade final e aceitou condições que aparentemente ele lutava contra. Nenhum reforço tem a cara de um PSG a longo prazo como ele tanto planeja", comentou Florent Tourchut, repórter francês da revista France Football.

Tuchel ainda passa longe da satisfação plena muito por conta da saída de Thiago Silva para o Chelsea. O pedido do treinador era para a renovação do contrato com o brasileiro, mas Leonardo usou de uma estratégia de demora em realizar uma proposta para conseguir abaixar a pedida salarial do defensor.

"É uma situação que me deixou irritado. Realmente não gostei da forma como tudo foi conduzido. Mesmo com a pandemia, as coisas deveriam ter sido feitas de maneira diferente. Eu estava no Brasil, em quarentena, quando o Leonardo me ligou para dizer que, por causa da pandemia e das dificuldades... Não, primeiro ele me perguntou se eu poderia continuar por mais dois meses para a fase final da Champions. Disse a ele que sim. Então ele respondeu que o clube não iria além desses dois meses. Seriam dois meses e nada mais", contou Thiago Silva após deixar o PSG.

Outro ponto de desagrado de Tuchel está na gestão de contrato dos jogadores do PSG. Recentemente, além de Thiago Silva, o zagueiro Tanguy Kouassi (Bayern de Munique) Meunier (Borussia Dortmund) e Cavani, saíram do clube de forma gratuita ao final de seus vínculos. Agora, é o argentino Di Maria que está em final de contrato - vínculo termina em junho de 2021.

A estratégia de Leonardo foi a de não contratar zagueiros por acreditar não ter problemas na posição. O plano foi o de montar o elenco com, ao menos, um reserva para cada posição no campo. Assim, a defesa central tem Marquinhos e Kimpembe como titulares, sendo Diallo e Kehrer os reservas.

No plantel articulado por Leonardo, o reserva de Neymar é o alemão Julian Draxler. Já o brasileiro Rafinha fica ao lado de Gueye como uma opção para a vaga de Verratti no time.