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Bastidores: campeão da Libertadores pelo Atlético-MG defende goleiro Victor

Victor perdeu muito espaço com a chegada de Sampaoli e hoje é o terceiro goleiro do Galo - Pedro Souza/Atlético-MG
Victor perdeu muito espaço com a chegada de Sampaoli e hoje é o terceiro goleiro do Galo Imagem: Pedro Souza/Atlético-MG

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

13/10/2020 13h00

A chegada de Sampaoli ao Atlético-MG tirou muito espaço do goleiro Victor no atual elenco do Galo. Considerado como "santo" na campanha do título alvinegro na Libertadores de 2013, o eterno camisa 1, antes tido como unanimidade e peça imprescindível no time, atualmente é apenas a terceira opção para o gol atleticano.

E se um dos maiores goleiros da história do Atlético-MG não está em alta com o atual treinador, há quem entenda que o legado do eterno camisa 1 alvinegro, que ainda está em atividade e vestindo o manto preto e branco, mereça ser mais respeitado.

"A situação que o Victor vive e viveu alguns dias atrás no Atlético-MG me entristeceu bastante, porque me enxergo ali. Existe uma coisa que não é só do Atlético-MG, mas acho que é cultural aqui no Brasil. Não existe gratidão, existe momento na maioria dos clubes. A maioria dos clubes, e eu falo não só do Atlético-MG, não tem o reconhecimento que os europeus têm com os jogadores que vestiram e honraram as camisas dos clubes. Quando você vê o Victor que ainda está atuando passar por um momento desses, você pensa, poxa. Vejo o momento do Victor com muita tristeza, porque é um cara que fez muito e ainda faz para o Atlético-MG", comentou o ex-volante Pierre, campeão da Libertadores pelo Galo, em entrevista ao canal do jornalista Breno Galante, no Youtube.

Depois de ficar mais de seis meses sem entrar em campo, Victor estreou com o técnico Sampaoli na partida em que o Atlético-MG perdeu por 3 a 1 para o Santos, o ex-clube do atual comandante alvinegro.

Na partida da nona rodada do Campeonato Brasileiro, Victor substituiu Rafael, expulso aos 15 minutos de jogo. E a entrada do hoje terceiro reserva não foi nada boa. O goleiro falhou em lances capitais que contribuíram para a derrota atleticana.

"Não é fácil, porque o cara fica um ano sem jogar, seis meses sem jogar, entra em uma fogueira daquela, no jogo contra o Santos, uma bucha, sem aquecer e sem nada, e jogam uma carga dessas em cima do goleiro. Fica aqui o meu desabafo em relação a tudo isso", lamentou Pierre, amigo e ex-companheiro de Victor no Galo.

Palavra do vice-presidente

Após o desabafo do volante Pierre, o vice-presidente do Atlético-MG, Lásaro Cândido da Cunha, usou o seu Twitter pessoal para opinar sobre o tema.

"O Pierre levantou a questão que os jogadores não estão sendo homenageados pelos ex-clubes, especialmente o Atlético-MG. Aqui no clube, o presidente Sérgio (Sette Câmara) adotou a política de tentar resgatar os grandes ídolos e o fez muito bem, trazendo o Reinaldo, que é o maior jogador da história do Atlético-MG, está na base ajudando. Temos o Éder (Aleixo) que é celebrado pela comunidade do futebol de uma forma geral. Tem o Léo (Silva) que se aposentou, se preparou e está na equipe. O Atlético-MG já prestou inúmeras homenagens ao Ronaldinho, só não fizemos o jogo de despedida, porque em iniciativa dele próprio vai adiar um pouco", disse.

"Outro detalhe importante é que o futebol mudou muito, os jogadores estão cada vez menos tempo nos clubes, e isso dificulta. Além do mais, vamos ser realistas, a própria torcida mudou o seu envolvimento com os atletas e alguns jogadores não respeitam os seus ex-clubes. Temos que ponderar vários aspectos. Na Arena MRV também levamos vários jogadores, mas essa discussão é interessante", completou Lásaro.

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