Sá Pinto exalta história do Vasco e mostra surpresa sobre atrasos salariais
Novo técnico do Vasco, o português Ricardo Sá Pinto embarcou nesta manhã (15) para o Brasil e conversou com a imprensa local no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. O treinador fez elogios à grandeza e à história do Cruz-Maltino, afirmando que aceitou a proposta por acreditar no projeto. Por outro lado, apesar de indicar saber que o clube atravessa uma crise financeira, apontou não ter conhecimento sobre os atrasos salariais a funcionários e elenco.
Sá Pinto, que foi anunciado oficialmente ontem (14) pelo Vasco, chega ao Rio de Janeiro no começo da noite de hoje. Juntamente a ele, assinam também o auxiliar Rui Mota, o preparador físico João Moreira e o analista de desempenho Igor Dias. O vínculo vai até o fim do Campeonato Brasileiro.
"A grandeza e a história do clube levaram-me a aceitar. Há muitos anos que acompanho o Vasco. Enquanto jogador até cheguei a jogar contra eles. Sempre que as horas nos permitem também acompanho o futebol brasileiro. Há um grande carinho da minha parte e dos torcedores, que me têm enviado mensagens e me pediram para que fosse ajudar a equipe. Eles têm um grande carinho por Portugal e acreditam no meu trabalho. Houve uma série de circunstâncias que me levaram a entrar neste grande desafio, de grande responsabilidade, porque o Brasileirão é dos campeonatos mais competitivos do mundo. Todos os jogos são uma final e temos muito trabalho pela frente", afirmou, ao "A Bola".
Ele também garantiu que "acredita nos valor" do time de São Januário e indicou em que caminho pretende trabalhar com o elenco.
"Acredito no valor da equipe. Vi os últimos três jogos e levo mais outros jogos para ver. Vou conhecendo melhor. Há coisas boas e há outras que temos de melhorar. Temos de melhorar os números que temos. Se a equipe se organizar mais defensivamente, estamos mais perto de ganhar. Na parte ofensiva temos de melhorar a nossa chegada e criar mais oportunidades. Temos muitos jogadores com muito talento, de qualidade, que precisam de confiança. A minha ambição é ajudar o Vasco a melhorar os resultados o mais rapidamente possível. Um clube histórico como o Vasco tem de andar nos primeiros lugares. Estou muito motivado e muito confiante", reiterou.
Questionado sobre os atrasos salariais, o comandante demonstrou saber que o Cruz-Maltino atravessa momento delicado financeiramente, mas que não tinha ciência da atual situação em relação aos vencimentos.
"É uma informação que eu não tinha. Sei que o clube tem dificuldades. Quando assinei com o Vasco, não assinei por questões financeiras. Obviamente, há que salvaguardar isso, até porque vou ter pessoas sob a minha responsabilidade, toda a gente precisa de dinheiro para viver. Ninguém me falou em uma situação tão grave, ouvi, sim, que é uma situação difícil. Espero que não seja tão grave assim, espero também que rapidamente isso possa melhorar", disse, em entrevista ao site "Goal".
"Pelo que percebi, essa situação também é vista em outros clubes, dizem até que o Flamengo é, com mais dois ou três, o único clube que está financeiramente melhor. Não sei, sinceramente. O que posso dizer é que não foi a questão financeira que me moveu", completou.
Sá Pinto não escondeu certa preocupação com a grande rotatividade que acontece com os técnicos no Brasil e lamentou tal instabilidade, salientando que os treinadores que "gostam de trabalhar com cabeça, tronco e membros" precisam de tempo.
"Claro que sim, não vou esconder. Estou sem treinar tem alguns meses, tive algumas possibilidades, sendo uma delas na Grécia [Panathinaikos]. É verdade, há muita instabilidade a nível de treinadores no Brasil, e o tempo do meu contrato [até o fim do Brasileirão], foi uma opção minha, até para as pessoas perceberem a qualidade do meu trabalho e também notarem se é aquilo que querem. Existe uma opção para aumentar o vínculo, mas quero primeiro que eles me conheçam verdadeiramente bem. Quero perceber também, é claro, se os resultados também acompanham tudo isso. Todos os treinadores vivem de resultados, existe realmente esse risco. É uma pena que exista tamanha instabilidade, porque, quando criamos uma ideia de jogo, é normal, e isso não serve de desculpa... Os treinadores que gostam de trabalhar com cabeça, tronco e membros precisam de tempo. Não dá para fazer isso com um mês", assegurou ao "Goal".
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