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Flamengo sofre com maratona e ultrapassará 2 meses sem descanso

Willian Arão, jogador do Flamengo, disputa lance com Bruno Tubarão, jogador do RB Bragantino, durante partida do Campeonato Brasileiro 2020 - Thiago Ribeiro/AGIF
Willian Arão, jogador do Flamengo, disputa lance com Bruno Tubarão, jogador do RB Bragantino, durante partida do Campeonato Brasileiro 2020 Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

16/10/2020 04h00

A chance perdida de abocanhar a liderança do Brasileirão frustrou o Flamengo, que não saiu do empate por 1 a 1 contra o Red Bull Bragantino, mas um outro rival invisível tem atormentado o clube e virou um grande desafio: a recuperação dos jogadores ante uma maratona incessante.

Nos últimos tempos, o Fla teve de superar os adversários em campo, um surto de Covid-19 que atingiu todo o departamento de futebol, as lesões e um calendário que contempla três competições simultâneas. Em um intervalo de seis dias, o time entrou em campo três vezes e o desgaste ficou evidente contra a equipe do interior paulista.

Para aumentar o tamanho da encrenca de Domènec Torrent, as "jornadas duplas" vão ao menos até novembro. Caso não haja mudança na programação, o Rubro-Negro só terá uma semana livre para trabalho tático, treinos e descanso entre um jogo e outro de 7 a 14 de novembro.

A última vez que Dome teve um pouquinho mais de tempo para aplicar conceitos e recuperar jogadores foi na semana que compreendeu o empate contra o Botafogo (23 de agosto) e a vitória sobre o Santos (30 de agosto). Depois deste pequeno refresco, a equipe já entrou em campo nada menos que 13 vezes. Serão, no total, mais de dois meses sem descanso.

A correria cobra a conta, e Torrent vai tentando driblar estas adversidades. Contra o Braga, o espanhol não contou com Diego Alves, João Lucas, Rodrigo Caio, Filipe Luís (suspenso), Arrascaeta, Pedro Rocha e Gabigol. Para complicar um pouco mais, Everton Ribeiro saiu com dores no joelho e virou uma nova dor de cabeça. Um dos principais jogadores do time, o camisa 7 será reavaliado hoje (16) e pode engrossar a lista de desfalques.

Apesar dos obstáculos, o Rubro-Negro vem sobrevivendo ao caos, embora as mudanças constantes e a falta de tempo para descanso tenham interferência direta na performance. Entre uma partida e outra, o time carioca, várias vezes com times formados por muitos jovens da casa, empatou em pontos com o líder Atlético-MG e se classificou às oitavas de final da Copa Libertadores.

"A recuperação já começou no vestiário e segue no CT. Estou muito orgulhoso do time. Vocês sabem o que aconteceu no último mês, jogamos com sete contaminados no Equador. O time é maravilhoso, o esforço que o time fez esse mês é maravilhoso. Se você lembra o que aconteceu, foi uma loucura. Todos jogaram muito bem. O esforço deste elenco foi maravilhoso", elogiou Dome.

Com tantos compromissos, o treinador "divide" com médicos e jogadores a escalação. No treino que antecedeu a última partida, o comandante se muniu de relatórios da área científica, mas conversou individualmente com os mais desgastados. Pedro, por exemplo, foi "proibido" pelos médicos de jogar mais de um tempo, visto que havia um risco iminente de lesão.

"Falamos com todos individualmente. O Gerson estava morto, o Pedro tinha risco de lesão. Isla, que jogou nas Eliminatórias, falou que podia jogar uns 70 minutos e jogou 90. Falei com o médico do clube, e ele disse que o Pedro podia jogar 45, 50 minutos, não mais que isso. Não queria que ninguém se machucasse. O Gerson teve problemas para treinar, estava muito cansado. Quando é o jogador que fala que está muito cansado, tem de procurar que ele não se machuque", completou o espanhol.

Na próxima rodada, o Flamengo visita no domingo (18) o Corinthians, às 16h, na Neo Química Arena. Com o resultado de ontem (15), o Rubro-Negro chegou aos 31 pontos, empatado com Atlético-MG e Internacional, mas atrás nos critérios de desempate. Com espaço curto para recuperação, o Fla tenta recuperar suas peças e ter a equipe mais saudável possível em São Paulo.