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Sem dinheiro e com poucas opções, Inter vive dilema para manter nível

Inter busca driblar falta de poder financeiro com opções que já possui no grupo - Fernando Jacondino/Foto FC/UOL
Inter busca driblar falta de poder financeiro com opções que já possui no grupo Imagem: Fernando Jacondino/Foto FC/UOL

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

16/10/2020 04h00

O Internacional vive um dilema. Ao mesmo tempo que não tem poder de investimento para reforçar o elenco de olho no restante da temporada, convive com a falta de opções no grupo, repetidamente citada por Eduardo Coudet. Para resolver a equação e seguir competitivo, o Colorado tenta criar vias com o que já possui.

Coudet usa sempre a mesma frase para definir a ausência de alternativas. "Quando estamos completos, jogamos como queremos. Quando não estamos, jogamos como podemos", repete o argentino. E a situação é evidente em momentos de dificuldade pela sequência de partidas.

Prestes a ter calendário cheio por três competições — com a continuação da Libertadores e o início da participação na Copa do Brasil — a tendência é que o Inter conviva ainda mais com o time "jogando como pode". Preservações serão cada vez mais necessárias e é inevitável que ocorram lesões e suspensões.

Depois da vitória sobre o Athletico-PR, no dia 11, Coudet citou a dificuldade gerada pelo "grupo curto". Segundo ele, é complicado lidar com ausências como a de Edenilson, que não jogou em razão de uma suspensão e não tem substituto de característica semelhante.

"Quando faltam dois ou três jogadores, fica muito difícil. Não duvidem que queremos ter toda criação possível. Às vezes, se exige o que não tem. Uma realidade que não há no clube", disse Coudet. "Precisamos de algo que não temos, que o clube não tem. Novos jogadores, reforços. Não temos essa realidade. Então, vamos colocando os jovens e tentando fazer o melhor com o que temos", completou.

De acordo com o treinador, a alternativa para ter mais força e manter o nível de atuação seria um grupo mais robusto. O problema é que não há poder de investimento para chegada de jogadores que demandem custo elevado. Desta forma, o Colorado se vê contra a parede.

"Nosso maior compromisso é terminar a temporada com obrigações em dia. É um grande esforço terminar sem dever nada para o grupo de jogadores. Nossas receitas foram escasseadas por uma pandemia, que ainda está em curso. Apresentamos um déficit significativo que terá que ser pago ao longo do ano que vem e até 2022. O Inter é um clube muito grande, obviamente observa o mercado, mas não posso criar uma falsa expectativa no nosso torcedor. Temos uma grande dificuldade financeira e a probabilidade de nos reforçarmos é pequena", afirmou o vice-presidente, Alexandre Chaves Barcellos.

Entre os primeiros do Brasileirão, a capacidade financeira do Inter é bem inferior a Flamengo e Atlético-MG, por exemplo.

Como resolver o problema?

A alternativa encontrada pelo Colorado para contornar o problema é aproveitar da melhor forma o que tem "em casa". Eduardo Coudet trata de utilizar preservações específicas e dá oportunidades a jovens para que a falta de algumas peças não abale a estrutura central da equipe.

"Também temos que ter sorte. Não podemos perder vários jogadores da mesma posição, seja por lesão ou que testem positivo (para Covid-19), como aconteceu em outras oportunidades", explicou o treinador.

O retorno de Rodrigo Dourado já aumenta as possibilidades no meio-campo, que hoje não tem Musto e Boschilia. E com este "entra e sai" de jogadores é que a equipe gaúcha tentará manter o ritmo sem abrir mão de competição alguma até o fim da temporada. Mas também sem perspectiva de reforços que demandem investimento maior.

O Inter volta a campo no domingo (18), quando recebe o Vasco, no Beira-Rio.

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