Sites de apostas são mais de 60% dos patrocínios de clubes das Séries A e B
A quantidade de sites de casas de apostas nos clubes do Campeonato Brasileiro não para de crescer. Até o momento, esse segmento já representa mais de 60% dos patrocínios nas agremiações das séries A e B.
No total, são 25 clubes que possuem esse tipo de segmento, sendo 14 na elite principal e outros 11 na segunda divisão. Na Série A: Casa de Apostas (Bahia, Botafogo e Santos), Betsul (Atlético-MG, Coritiba, Grêmio e São Paulo), NetBet (Red Bull Bragantino e Vasco), Estadium Bet (Ceará), Galera Group (Corinthians), Flamengo (Sportsbet.io), Galera.net (Sport) e EsporteNet (Fortaleza).
E na Série B: Casa de Apostas (Vitória), Estadium.Bet (Avaí, CRB, Nautico, Paraná), Betsul (Ponte Preta, Chapecoense) , EsporteNet (Confiança), Galera Group (Cruzeiro), Bets1 (Sampaio Correa) e LeoVegas (Guarani).
"Estamos falando de um mercado que, apesar de novo no país, é altamente confiável. No momento estamos passando por um processo regulatório, que está sendo bem conduzido pelo Ministério da Economia, e vejo um futuro cada vez mais promissor, pois o Brasil já está entre os principais mercados do mundo. A tendência é que a atividade se consolide e popularize cada vez mais a partir do momento em que as práticas estiverem reguladas", afirma Hans Schleier, diretor de marketing da Casa de Apostas.
Atualmente são cerca de 450 sites de apostas de fora do país que atuam no Brasil sem nenhum tipo de tributação. Para controlar isso, em dezembro de 2018, o Governo Federal sancionou a Lei 13.756/2018, autorizando o Ministério da Fazenda a criar regras para o licenciamento da exploração de apostas esportivas de quota fixa no Brasil.
De acordo com o portal do próprio Governo, a modalidade seria um serviço público exclusivo da União, cuja exploração comercial ocorreria em todo o território nacional, em quaisquer canais de distribuição comercial, físicos e também em meios virtuais.
"Podemos esperar deste setor associações com grupos de mídia que tenham o esporte como ativo. Entramos em uma época em que a estatística virou entretenimento. Há um geração que consome futebol através dos games e jogos e que lida intensamente com consumo de dados. Essas parcerias certamente vão gerar muito mais receitas a esses grupos de mídia", analisa Bruno Maia, especialista em inovação e novos negócios na indústria do esporte, e sócio da 14, agência de conteúdo estratégico. Recentemente, ele lançou o livro 'Inovação é o Novo Marketing', que aborda o tema.
Um dos pontos que os executivos deste mercado de sites de casas de apostas batem na tecla é que, quando acontecer a regulamentação, ela seja parecida com regulamentações de mercados já maduros como Dinamarca e Reino Unido, que são um equilíbrio na base do cálculo para a cobrança desses impostos e a criminalização no funcionamento das casas de apostas que não tiveram a licença.
A previsão aqui no Brasil era que essa legislação entrasse em vigor em 2019, foi postergada para 2020 e, agora, estamos com expectativa que aconteça tão logo a pandemia pelo Covid-19 seja superada.
"Acreditamos que será um passo enorme para o mercado de apostas e, consequentemente, fará com que não apenas os clubes de futebol, mas o esporte em geral receba uma injeção ainda maior em termos de investimentos", acrescenta Hans Schleier, diretor de marketing da Casa de Apostas.
Para o advogado de direito desportivo Eduardo Carlezzo, especialista neste nicho, a regulamentação no Brasil precisa ser acelerada. "Em algum momento é muito provável que tenhamos todos os 20 clubes da série A com algum tipo de acordo comercial com empresas de apostas esportivas. Contudo, este mercado vai realmente deslanchar quando as empresas estiverem operando legalmente no país, e para isso o governo federal tem ainda que abrir um processo de concessão de licenças, coisa que está extremamente atrasada", esclarece.
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