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"Ele odeia o United": estreia do PSG mexe com emocional de Dí Maria

Angel di María escapa de garrafada no jogo Manchester United x PSG, em 2019 - Phil Noble/Reuters
Angel di María escapa de garrafada no jogo Manchester United x PSG, em 2019 Imagem: Phil Noble/Reuters

João Henrique Marques

Colaboração para o UOL, em Paris (FRA)

20/10/2020 04h00

A estreia do Paris Saint-Germain na Liga dos Campeões contra o Manchester United, hoje (20), às 16h (de Brasília), no Parque dos Príncipes, é visto pelo clube francês como uma revanche pela eliminação na fase oitavas de final da competição há dois anos. Só que para Ángel Di María é ainda mais do que isso. O argentino colecionou problemas na passagem pelo time inglês, na temporada 2014-2015, e cultiva o sentimento de raiva pelo adversário.

Em Manchester, Di Maria sofreu dentro e fora de campo, mesmo ficando apenas uma temporada. Brigou com o então treinador do clube, Louis van Gaal, por não atuar na posição desejada, foi vaiado pela torcida do time no Old Traford em dia de rendimento ruim, e no lado pessoal foi vítima de um assalto em casa quando estava no local com a esposa Jorgelina Cardoso.

Em entrevistas, Di Maria costuma fugir de temas relacionado ao ex-clube. Na resposta mais recente comentou apenas "não ser o melhor período da carreira e que não desfrutou da passagem pela cidade". A declaração de raiva já foi demonstrada por quem convive com o meio-campo.

"Em Manchester foi horrível, não gosto nem de lembrar. Vivíamos em Madri e lá estávamos adaptados a tudo. E eu dizia para o Angel [Di Maria]: 'como pode ser duas da tarde e já estar escuro?' Não há nada que nos deixe com saudades de lá", comentou Jorgelina Cardoso, esposa do jogador, em entrevista recente ao canal Eltrece, da Argentina.

O incômodo de Di Maria também já foi narrado pelo terceiro goleiro do PSG na temporada passada, Marcin Bulka.

"Di Maria odeia o Manchester United. Ele não tem boas lembranças do tempo que passou lá. Na verdade, quando algo relacionado ao Manchester United aparece na televisão, logo ele muda de canal", disse Bulka.

Com a série de problemas vividos, Di Maria pressionou a diretoria do Manchester United para ser transferido ao PSG em 2015. No clube francês atualmente, ele tem contrato até o fim desta temporada e espera pela renovação por, ao menos, mais dois anos.

O desapreço pelo Manchester United já gerou até provocação de Di Maria quando o PSG encarou o time inglês nas oitavas de final da Liga dos Campeões em 2019. A foto do argentino simulando beber uma cerveja atacada pelo torcida do time inglês em sua direção rodou o mundo.

No jogo da provocação há imagens que mostram Di Maria xingando os torcedores do Manchester. A comemoração de um dos gols da vitória do PSG por 2 a 0 também é efusiva por parte do argentino, com gritos para torcida na arquibancada. No entanto, a dor do argentino foi grande já que o adversário ficou com a vaga nas quartas de final ao vencer o jogo da volta, no Parque dos Príncipes, por 3 a 1.

O duelo contra o Manchester United também é uma oportunidade para Di Maria voltar a atuar. Ele cumpre suspensão de quatro jogos no Campeonato Francês por cuspir em Álvaro González, do Olympique de Marselha — o duelo que ficou marcado pela acusação de Neymar de racismo por parte do defensor espanhol. Sem estar presente na última lista de convocados da Argentina, a última partida do meio-campo foi em 27 de setembro - vitória do PSG por 2 a 0 diante do Reims.

"Estou contente com a volta do Di Maria. Posso dizer que não há substituição dentro do elenco para o setor que ele joga. Ele dá muita confiança ao time, ao Neymar, ao Mbappé, e com certeza teremos um ataque fortalecido. Mesmo não tendo o Icardi [lesionado], temos muito o que comemorar com esse retorno", destacou o treinador do PSG, Thomas Tuchel, à véspera da partida.