Elenco curto cobra em maratona, e Flu sofre 22 lesões após volta do futebol
São 22 lesões. Dois times completos de desfalques para Odair Hellmann desde 28 de junho, quando o Fluminense entrou em campo contra o Volta Redonda no retorno ao futebol, ainda pelo Campeonato Carioca. De lá para cá, o Tricolor teve que se superar na maratona de jogos, e o elenco curto começa a cobrar a conta pelo desgaste.
Os problemas médicos nem levam em conta os casos de coronavírus — o Flu teve 14 casos confirmados, incluindo Odair. Por isso, a campanha que hoje dá o sexto lugar do Campeonato Brasileiro, com 26 pontos, é ainda mais surpreendente. Só o atacante Fred, reforço mais badalado da equipe neste períodos de pandemia, teve cinco interrupções em sua tentativa de voltar a ter uma sequência de jogos.
Problemas que afetam o time montado por Hellmann, que além de tudo, perdeu dois titulares para o mercado da bola: Gilberto e Evanílson foram negociados com os portugueses Benfica e Porto, respectivamente. O treinador ainda não teve reposições para as baixas.
Para o ataque, Fred e Lucca reforçaram o setor, mas ainda longe das características do antigo titular. Na lateral, o jovem Calegari começou bem, mas voltou ao banco de reservas após contrair Covid-19, enquanto Igor Julião, que vinha bem, teve fraco desempenho no empate contra o Ceará.
"As lesões sempre acontecem no futebol, mas quando você tem uma exigência como a que está acontecendo agora, os jogadores estão muito mais propícios a lesionar. Não significa que não possam acontecer lesões quando você tem um espaço de tempo, porque os atletas vão ao limite físico", opinou Odair, após o empate na última rodada, quando perdeu Yago, logo no segundo minuto de jogo.
Antes do camisa 20, Fernando Pacheco e Wellington Silva já haviam sofrido lesões musculares no início dos jogos contra Atlético-MG e Coritiba, respectivamente. Matheus Ferraz também foi contundido para o vestiário contra o Botafogo. Michel Araújo foi outro que sentiu dores na panturrilha, mesmo suspenso e fora de combate a partir da vitória sobre o Goiás.
As cinco lesões aconteceram nos últimos 22 dias, espaço de tempo em que o Flu disputou seis jogos. Ao todo, são 28 jogos em 114 dias desde o retorno, média de uma partida a cada quatro dias — somando os três duelos que realizou pela Copa do Brasil (acabou eliminado), dois amistosos contra o Botafogo e mais seis jogos pelo Estadual, quando foi à decisão.
Internamente, não há quem culpe a preparação física ou qualquer outro departamento pela sequência de contusões. Com utilização alta de jogadores acima dos 30 anos (23% do grupo), em que pese a média baixa de idade do elenco, o Fluminense poupou jogadores apenas contra Sport e Atlético-MG nas 17 rodadas do Brasileirão. Sem muitas peças para alguns setores, as lesões passaram a aumentar.
Jogadores como Digão, Yuri, Caio Paulista, Hudson e Muriel também sofreram lesões musculares e desfalcaram o Flu em algum momento após a pandemia, em que o Tricolor, uma das vozes mais fortes contrárias à volta do futebol, atuou apenas sete dias depois de recomeçar os treinamentos.
Nenê é "homem de ferro" tricolor
Jogador mais velho do elenco, com 39 anos, Nenê é também o jogador de linha que mais jogos disputou pelo Fluminense em 2020. Foram 36 das 42 partidas, perdendo uma por conta da covid-19 e sendo poupado em outras cinco oportunidades — três pelo Brasileirão.
O ano mágico do meia, que já fez 19 gols na temporada, é fruto de uma preparação física impecável que continua em casa. Durante o período de paralisação dos campeonatos devido à pandemia, o jogador era de longe o mais ativo em atividades pessoais específicas, além dos treinos virtuais com o Flu.
Sem histórico de lesões e com a saúde privilegiada, o veterano tem um planejamento específico da comissão técnica e equipes envoltas para desempenhar seu melhor potencial. Nos testes físicos, tem fôlego de um jovem com menos de 25 anos, o que também ajuda a justificar sua permanência e performance na equipe de Odair Hellmann.
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