Atlético-MG deixou de ser favorito no Brasileiro? Mattos diz que nunca foi
O Atlético-MG sofre com a oscilação dos jogadores e vê o desempenho do time cair em momento crucial no fim do primeiro turno do Campeonato Brasileiro. Se muitos pensavam que o Galo dispararia na liderança e chegaria na ponta da tabela na metade do torneio com um pé nas costas, se enganou.
As dificuldades que surgiram e as derrotas recentes para Fortaleza e Bahia, além do empate com o Fluminense dentro do Mineirão, não eram esperados ou desejados por ninguém, jogadores, comissão técnica e diretoria. No entanto, esses resultados fizeram com que os adversários mais diretos, Internacional e Flamengo, ultrapassassem o Alvinegro na classificação.
É claro que vale lembrar que o Galo tem um jogo a menos do que a gaúchos e cariocas, que ocupam, respectivamente, a primeira e a segunda colocação. Mas a diretoria da equipe mineira, antes mesmo de o time de Sampaoli perder a liderança após sete rodadas consecutivas, não considerava o Atlético-MG o "franco favorito" ao título nacional.
Isso, mesmo com o torcedor sonhando alto pela sequência de resultados, e com o fim do mais longo jejum entre os clubes de maior expressão do Brasil. É que há 49 anos o Galo não sabe o que é ser campeão Brasileiro.
"O Atlético-MG ainda está com um projeto novo. Eu fico maluco quando vejo todos os programas [de TV] colocando o Atlético-MG como franco favorito ao título. Isso não é verdade, o nosso projeto é novo. O nosso projeto ainda pode oscilar, mas vamos fazer para que isso não aconteça. E se oscilar, não quer dizer que está tudo ruim também não", disse Alexandre Mattos no dia 28 de setembro, ao canal do jornalista Paulo Azeredo, no YouTube.
Na data em que deu essa declaração, o Atlético-MG de Alexandre Mattos havia acabado de vencer o Grêmio por 3 a 1, no Mineirão, na 12ª rodada. Naquela ocasião, o Galo abria três pontos de vantagem para o Internacional, que havia empatado com o São Paulo.
Sonho possível
Apesar de rechaçar o favoritismo, Mattos garante que o trabalho bem feito, o projeto realizado da forma como segue em execução, certamente vai gerar o sonho que o atleticano tanto espera, o título Brasileiro.
"É um projeto sério, projeto que tem um Norte, tem um porquê e sabe o fim. Pode ser rápido esse fim ou pode demorar um pouco. Se ficarmos na loucura da rede social, não vamos a lugar algum. Pedimos ao torcedor para não cair nas armadilhas. Se o Campeonato Brasileiro fosse fácil, [o Atlético-MG] não ficava 50 anos [49, na verdade, sem ganhar]. O Atlético-MG teve máquinas e não ganhou o Campeonato Brasileiro (...) Se continuar com o projeto sólido, vai ganhar o Campeonato Brasileiro. Não tem como não ganhar [em algum momento] se fizer o projeto que estamos fazendo agora", revelou.
Quem também sonha com o título é o presidente Sérgio Sette Cârama. Em entrevista à Rádio Itatiaia, no fim do mês passado, o mandatário alvinegro disse que o Atlético-MG incomoda. E pediu paz para que o time pudesse seguir seu caminho, que era o sonho pelo título nacional.
"O Atlético-MG está focado no Campeonato Brasileiro, nós vamos brigar por este título. A torcida não pode cair nessa conversa fiada e em cilada", disse à época, citando as cobranças da imprensa por problemas nos bastidores do clube, como salários atrasados.
Inclusive, o Galo ainda convive com esses problemas salariais. Tanto que o vice-presidente do clube, Lásaro Cândido da Cunha, confirmou que há uma folha atrasada atualmente.
Imediatismo no futebol
Mattos tem sido um crítico ferrenho do imediatismo no futebol. O diretor de futebol atleticano contesta os elogios precipitados em certos momentos e disse que há outros clubes mais preparados que o Atlético-MG, no cenário atual, para ser campeão nacional.
"Somos imediatos até para elogiar. Por que elogiar o Atlético-MG agora? É para olhar e dizer, 'olha, está tendo algo legal ali'. A gente não sabe, vamos ter calma para dizer, o Atlético-MG não é favorito. Temos quatro, cinco equipes que estão muito sólidas, podem não estar conseguindo resultados agora, mas em cinco, seis meses vão conseguir. Flamengo, Palmeiras, Internacional, Grêmio, São Paulo... Essas equipes são sólidas", comentou o dirigente, que justificou o seu raciocínio.
"O Palmeiras nos últimos quatro Brasileiros, tem dois títulos, um vice e um terceiro lugar com o mesmo elenco, esse time vai chegar. Mas não está jogando bem, mas vai chegar. O Flamengo, alguém tem dúvida, que vai estar beirando lá na frente, brigando pelo título? Vai! O Atlético-MG ainda está na fase de se conhecer (...) O imediatismo para colocar o Atlético-MG como favorito não pode acontecer, se daqui há dez rodadas o time tiver em sexto, sétimo. Aí, a destruição do projeto não pode acontecer só por isso. É o que a gente vive, a realidade é essa", disparou.
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