Pessimista, Flu vê demora em acordo por Dodi; agentes divergem em renovação
A renovação de Dodi virou uma novela no Fluminense. O volante é o único dos titulares de Odair Hellmann ainda sem contrato até o fim do Campeonato Brasileiro, que se encerrará apenas em fevereiro de 2021. Com vínculo até dezembro, o jogador não chegou a um acordo com o Tricolor, o que divide seu estafe e contraria até sua vontade: por ele, já havia novo contrato assinado.
Representado por três agentes — Carlos Escuro, Márcio Bittencourt e Tadeu Cruz —, o volante se destacou em 2020 e se valorizou. A primeira proposta do Flu, de fato, estava aquém do esperado pelo jogador e seus empresários: apenas 12% de aumento em relação ao já considerado baixo salário que recebe no clube (em comparação com outros titulares) e uma divergência no tempo de extensão.
Assim, a negociação começou difícil. Escuro, que o acompanha desde as divisões de base do Grêmio e em sua profissionalização no Criciúma, é o agente do atleta de fato e, em tese, tem a última palavra para os acordos. Desejando uma valorização maior do jogador, que é seu principal ativo, o empresário "estica a corda" o máximo que pode, com demora para responder propostas e desmarcando reuniões com a diretoria.
A questão é que não há unanimidade entre o trio sobre o futuro. Bittencourt — que não tem nenhum vínculo familiar com o presidente Mário Bittencourt — e Cruz, que possuem representação sobre Dodi, enxergam a renovação com bons olhos. O primeiro, inclusive, tem ótima relação com a cúpula de futebol do Fluminense e, em um primeiro momento, agiu como um apaziguador das discordâncias.
Depois de testar positivo para a Covid-19 e alegar uma viagem à Europa para levar a negociação pelo menos até o fechamento da janela, Carlos Escuro negou ter conversas com outros clubes e também possíveis sondagens do futebol árabe. Neste mês, já "adiou" duas vezes um encontro com o clube: primeiro no dia 13 e depois no dia 17.
A postura está longe de agradar ao Flu e aos outros empresários, que se preocupam em não "queimar" o jogador, que vive o melhor ano como profissional. Em coletivas de imprensa e para pessoas próximas, Dodi já revelou que sua preferência é ficar no Tricolor. Por outro lado, o mercado da bola está ativo, e o volante de 24 anos já foi oferecido para pelo menos três outros grandes clubes do país. As cifras pedidas — acima das oferecidas pelo Tricolor —, entretanto, fizeram as conversas não se desenvolverem.
O panorama fez o Fluminense, antes otimista, a adotar cautela. O clube resolveu todas as outras renovações até setembro, prazo dado pelo presidente Mário Bittencourt, mas está pessimista com a situação envolvendo Dodi. A semana que se desenhava decisiva provavelmente passará sem nova reunião ou resolução.
A relação com Carlos Escuro não é mais amistosa como no início das conversas e, hoje, um acordo está bem longe de sair, uma vez que não há concordância nos valores oferecidos — uma valorização polpuda e imediata, ainda em 2020, com aumento progressivo já em 2021. A ideia do Flu é assinar um contrato de três anos com Dodi, considerado peça importantíssima na espinha dorsal da equipe de Odair Hellmann.
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