7 fatores que explicam Vasco ir de líder ao risco da zona do rebaixamento
Um início surpreendente e empolgante, que fez o Vasco chegar à liderança do Campeonato Brasileiro e implementar o chamado Ramonismo. Tudo fluía da melhor forma possível, até chegar setembro e a coisa desandar de forma avassaladora a partir da metade do mês, acumulando eliminação na Copa do Brasil, demissão de Ramon Menezes e toda a sua comissão técnica, além de nove jogos sem vitória, sendo os cinco últimos de derrotas consecutivas.
A apenas dois pontos da zona de rebaixamento e podendo entrar nela já no fim de semana, o Cruz-maltino mergulhou em uma crise profunda, mas alguns fatos explicam a ida do clube "do céu ao inferno":
Salários atrasados
Como de praxe nos últimos anos, o Vasco novamente acumula salários atrasados. Ontem (21), antes da derrota para o Corinthians por 2 a 1, a diretoria pagou uma folha, o que fez até mesmo o presidente do clube, Alexandre Campello, "comemorar" o feito nas redes sociais, ignorando o fato de ainda dever um mês aos jogadores, dois aos funcionários, além de duas parcelas de um acordo de dívidas com o elenco. A ação gerou muitas críticas nos comentários da postagem.
Lesões
A maratona de jogos tem cobrado caro ao Vasco. O clube vem tendo uma sequência de lesões e as últimas duas vítimas foram os principais jogadores do time: os argentinos Martín Benítez e Germán Cano, desfalques ontem.
Seguem também no departamento médico o zagueiro Ricardo Graça e o meia Juninho, ambos "reincidentes" em contusões nesta temporada.
Vale destacar neste quesito a dificuldade de divulgação das lesões por parte dos médicos vascaínos. Algumas delas foram reveladas em apurações da imprensa.
CT atrasado e gramado ruim
Em termos de estrutura, o Vasco também está devendo. O centro de treinamento - que era para ter ficado pronto em julho, mas atrasou por conta da pandemia do coronavírus - foi "inaugurado" em um festivo evento dia 11 de setembro, mas bola rolando mesmo por lá, até agora, nada.
O clube alega que tem priorizado o gramado, para que fique em perfeitas condições e não prejudique a equipe, e agora há a expectativa de que o primeiro treino aconteça amanhã (23), embora isso ainda não esteja confirmado.
Enquanto isso, quem sofre é o gramado de São Januário, que tem recebido os treinamentos do time, além dos jogos tanto dos profissionais quanto da base, algo que se reflete na qualidade ruim dele, vista perfeitamente na derrota para o Corinthians.
Demissões não foram bem digeridas
A forma como Ramon Menezes, sua comissão técnica e o gerente de futebol, André Souza, foram demitidos também não foi bem digerida pelo elenco num primeiro momento. Além de interpretarem que ainda não era o momento para tal, os jogadores acharam que houve uma má condução no caso, inclusive no planejamento para o clássico contra o Flamengo dias depois.
Elenco "curto"
Embora numeroso, até o momento o Vasco tem apresentado um elenco "curto", no sentido de não ter peças de reposição à altura, principalmente quando se trata dos desfalques de Benítez e Cano. A maioria dos reforços recentes não vingou até o momento e não conseguiu emplacar uma sequência no time titular.
A esperança agora é no volante argentino Leonardo Gil, que fez sua estreia ontem, entrando no segundo tempo, e foi elogiado pelo técnico Ricardo Sá Pinto.
"O Léo é de outra escola de futebol. Quando temos a bola, é um jogador que encontra soluções, tem um lado emocional muito tranquilo. Acho que entrou muito bem no jogo. O Andrey também fez um bom jogo, mas estava no limite. Não estava conseguindo mais dar o que eu queria, dar velocidade. O Léo vai dar qualidade, essa dinâmica de jogo. Contamos muito com ele", declarou o português.
Garotos não decolam, e peças importantes caem de rendimento
No elenco em si, jogadores importantes, como o zagueiro Leandro Castan e o volante Andrey, tiveram uma queda de rendimento. Experientes, o lateral direito Yago Pikachu, o lateral esquerdo Henrique e o volante Fellipe Bastos caíram em desgraça com a torcida.
Entre as promessas, Talles Magno, Vinícius e Bruno Gomes ainda não decolaram.
Ambiente político
Para completar o momento turbulento, o Vasco está a apenas duas semanas da eleição presidencial e, como de praxe, o ambiente político é conturbado. Presidente do clube, Alexandre Campello está em campanha na tentativa de reeleição, algo que tem incomodado os funcionários, passando necessidades com salários atrasados.
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