Dome encorpa Fla com resgate de 'esquecidos' e de joias sem vez com astros
A tese de rodízio defendida à exaustão por Domènec Torrent começa a dar provas de sua eficácia. Seja por problemas físicos ou escolhas de ordem tática, o técnico do Flamengo tem conseguido encorpar um elenco que fica mais homogêneo a cada dia de passa.
Desde que Dome chegou ao clube, o comandante deixou muito claro que precisava de todos motivados e em boa forma. Os resultados demoraram um pouco a vir, o espanhol levou um tempo para conhecer o grupo, mas já conseguiu resgatar jogadores que haviam perdido terreno em um plantel recheado de nomes consagrados.
Os atacantes Vitinho, Lincoln e Michael são bons exemplos deste trabalho. Muito criticados pela torcida, o trio deu claros sinais de crescimento. Mais solto, Vitinho foi protagonista nas vitórias contra Corinthians e Junior Barranquilla. Já o camisa 19, que custou 7,5 milhões de euros (R$ 49,4 milhões na cotação atual) ao clube, brilhou contra os colombianos e carimbou sua melhor atuação na temporada. O centroavante Lincoln por sua vez, saiu do ostracismo ao fazer dois gols nos últimos três jogos.
"Falei muito com o Lincoln, convenci ele que tem que melhorar muitas coisas. É importante trabalhar sem a bola para um atacante. É sempre mérito dos jogadores, não dos técnicos", disse Dome.
O surgimento de outras alternativas foi fruto do acaso, mas mudou a cara do Rubro-Negro. Ante um surto de Covid-19 que atingiu praticamente todo departamento de futebol, o Fla teve de dar vez aos jovens da casa, como Hugo Souza, Matheuzinho, Natan, Noga, Ramon, João Gomes, Lázaro e Guilherme Bala.
Com os Garotos do Ninho, o Flamengo recebeu uma injeção de ânimo e o time subiu no embalo dos jovens. O surgimento inesperado destes talentos mudou completamente o cenário dentro do clube, que viu seus problemas resolvidos sem a necessidade de gastar um tostão sequer no mercado da bola. Para alegria de Domènec, a garotada correspondeu, fez a concorrência aumentar no dia a dia e tirou até os grandes astros da zona de conforto.
"Temos grandes jogadores, mas a competição é saudável. Todos querem espaço e vai jogar quem estiver melhor no momento. Isso valoriza a força que o grupo tem", explicou o zagueiro Thuler, que também reapareceu bem contra o Junior.
Apesar deste vasto cardápio, jogadores mais fundamentais foram poupados na Libertadores e a ideia da comissão técnica é ter um time fortíssimo para o jogo de domingo (25) contra o Internacional, às 18h15, no Beira-Rio, que vale a liderança do Campeonato Brasileiro. Diante da fartura rubro-negra, o treinador irá promover as voltas de Isla, Filipe Luís, Thiago Maia, Gerson, Arrascaeta e Pedro no jogo que pode valer a liderança do Brasileiro. Sem lugar cativo, chegou a hora dos craques mostrarem serviço.
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