Filho de Lê, atacante João Gabriel busca trilhar passos do pai no Flamengo
Autor do quarto gol do Flamengo na recente goleada por 6 a 1 sobre o Boavista, pela Taça Rio sub-20, João Gabriel tem DNA rubro-negro. O atacante é filho de Leandro Coelho Cardoso, o Lê, cria do clube da Gávea e autor do gol do título da Copa Mercosul de 1999 — fez o terceiro no empate em 3 a 3, no Parque Antárctica.
O ex-jogador, inclusive, auxilia no gerenciamento da carreira do jovem de 19 anos e tenta, fora das quatro linhas, ajudar para que o filho possa trilhar o mesmo caminho que ele fez no fim da década de 90.
Foi Lê quem deu uma "mãozinha" para que João Gabriel desembarcasse na Gávea, após dar os primeiros passos no futebol no rival Vasco.
"Eu ainda estou, mais ou menos, ligado ao futebol. Tenho, através de algumas parcerias, alguns atletas promissores. E ajudo com o João, com a minha família. Espero que ele consiga seguir carreira e ser feliz", conta Lê ao UOL Esporte.
"Ele jogava no Vasco até os 15 anos, mas estava tendo pouca oportunidade. Consegui que ele fizesse um teste no Flamengo. Era uma semana de teste e, no terceiro dia, já inscreveram ele. Para mim, foi uma alegria muito grande. O Flamengo tem uma molecada muito boa. Sei que ele está no caminho certo e, agora, é pedir a Deus para que as oportunidades apareçam e ele possa ir bem", completa.
Lê acompanha João Gabriel de perto e, sempre que pode, conversa sobre as atuações do atacante. Segundo ele, o filho gosta e até pede para ouvir as avaliações.
"Sempre falo, e ele gosta de escutar. Ele me ouve bastante, pergunta: 'pai, viu o jogo? O que achou?' E eu dou minhas opiniões. O jogo hoje mudou muito, pego mais a posição dele e aponto o que ele fez no jogo, o que deixou de fazer. Sempre estou em cima", afirma.
O ex-atacante recorda que João Gabriel era "fominha" desde os primeiros anos de vida e teve como um dos grandes incentivadores o avô, Seu Toninho.
"Sempre jogou bola com o avô, o Seu Toninho. Ele que sempre cuidou muito dessa parte, colocava o João para jogar bola, chutava bola em casa o tempo todo. E deu no que deu, com 5, 6 anos ele foi para o Vasco. Ficou até os 15 anos. Fez futsal e um pouco de campo. Sempre foi fominha, não tinha outra brincadeira que não fosse bola."
Sem essa de pressão
João Gabriel, por sua vez, enaltece a boa relação que tem com Lê e, apesar do passado do pai no Flamengo, garante já estar acostumado e não sentir pressão.
"Nossa relação é mais de amigo, a gente conversa demais, sempre. A pressão já existe pelo fato de jogar no Flamengo e ainda mais por ser filho dele, saber da história dele no clube, mas já estou bem acostumado com isso e não sinto pressão nenhuma", comenta ao UOL Esporte.
O atacante voltou a atuar após a paralisação por conta da pandemia de coronavírus, depois de ser submetido a uma cirurgia no joelho ainda no fim do ano passado. "Meu momento é de projeção. Venho de uma lesão recente e estou adquirindo confiança aos poucos, com gols e boas atuações", recorda.
"Nosso ônibus era rico"
Lê, que atua pelo time Master do Fla, revela que mantém contato com os amigos que fez no Rubro-Negro até hoje, apesar das atribulações do dia a dia.
"Temos um grupo da Mercosul... Quem vem muito aqui em casa é o Jorginho, com quem tenho uma afinidade muito grande. Reinaldo e Júnior Baiano encontro no Fla-Master. Com a pandemia, os jogos pararam, mas estávamos sempre viajando. Sou amigo deles todos. Não nos falamos muito por causa da correria, mas fim de ano temos uma pelada. Foi uma época boa", conta ele, que organiza um samba no quintal da casa onde mora, em Guadalupe (zona norte do Rio) e tem uma marca de roupas.
O ex-atacante brinca com possíveis comparações entre ele e João Gabriel e lembra dos companheiros de base "famosos" ao salientar a mudança na estrutura oferecida pelo Flamengo às categorias inferiores.
"Sempre tem aquela comparação que a gente não quer que tenha, mas é inevitável. Dizem que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar, mas aqui em casa vai cair (risos). Os caminhos são bem parecidos, mas, hoje, ele sofre menos. A condição dele para treinar, se manter no dia a dia [financeiramente]. Até o próprio Flamengo mesmo. O Ninho do Urubu é fo..a. Eu não tinha aquilo. Era Santa Cruz da Serra e Gávea, um monte de cocô de gato, ônibus que enguiçava toda hora. O ônibus tinha eu, Adriano, Julio César, Juan, Reinaldo, Alesandro... Nosso ônibus era rico, né? (risos) Hoje, a estrutura é outra", finaliza.
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