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Bartomeu evita falar de Messi em saída do Barcelona e quer 'virar a página'

Josep Maria Bartomeu, presidente do Barcelona - Urbanandsport/NurPhoto via Getty Images
Josep Maria Bartomeu, presidente do Barcelona Imagem: Urbanandsport/NurPhoto via Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/10/2020 18h02

Josep Maria Bartomeu falou na tarde de hoje após renunciar ao cargo de presidente do Barcelona. Em entrevista coletiva nesta terça-feira, o agora ex-mandatário do clube catalão evitou falar dos atritos com Lionel Messi e disse que quer "virar a página". Ele se despede do Camp Nou ao lado de outros dirigentes.

"Queremos virar a página e que cada um tire as suas conclusões. A única coisa que quero é continuar a desfrutar do Barça e eles terão todo o meu apoio no futuro", disse.

Bartomeu falou também sobre a pressão sofrida durante os últimos meses à frente do clube. O ex-dirigente revelou que ele e sua família chegaram a receber ameaças.

"Foi sugerido que tínhamos coisas a esconder. Tudo falso. Dizem que tenho uma grande capacidade de resiliência, mas o que tenho é muita experiência. Sempre defendi que a nossa autocrítica nos fortalece e o que vivemos nos últimos meses ultrapassa o limite. Fui insultado e ameaçado, como todos os membros do conselho", disse.

A renúncia de Josep Maria Bartomeu aconteceu um dia após ele negar os rumores de possível saída do clube. Ontem, o agora ex-presidente do Barcelona disse depois de uma extensa reunião com a diretoria que o pedido de demissão "nunca passou pela sua cabeça".

A decisão de deixar o Barcelona foi tomada em reunião de urgência do Conselho de Administração do clube nesta terça-feira depois que o governo da Catalunha declarou que não havia impeditivos para a realização do referendo de voto de censura. A moção movida por mais de 20 mil sócios avaliaria a permanência do presidente e outros dirigentes à frente do clube.

Como as autoridades alegram que "não há impedimentos jurídicos, nem sanitários", Bartomeu deveria se reunir com caráter de urgência para anunciar a convocação do referendo ou apresentar sua demissão, o que foi feito nesta tarde. Na coletiva, ele classificou como "irresponsável" a decisão do governo catalão.

"Algumas decisões além de incompreensíveis, me parecem irresponsáveis. É forte, mas é o que penso. Num momento em que o governo toma decisões e insinua o confinamento aos fins de semana pelo risco de colapso do sistema de saúde. Vemos versões contraditórias. Como diretoria temos que atuar com responsabilidade, temos que garantir a saúde de todos. Não queríamos estar na posição de colocar em risco a saúde. Sabemos que estamos deixando o clube nas mãos de um dirigente, que nestes momentos de pandemia, não sabemos se poderá convocar eleições", declarou.

"A vontade da diretoria nunca foi perpetuar-se no clube. Depois da eliminação da Champions League, seria fácil renunciar, mas tínhamos que garantir o futuro do clube em meio a uma crise global sem precedentes. Não podíamos deixar o clube na mão. Quem contrataria um treinador ou contrataria jogadores ou asseguraria a continuidade de Messi ou ajustaria salários? Como conselho, tínhamos a obrigação de fazer isso", completou.

Bartomeu deixa o Barcelona em meio a uma crise política e atritos com a principal estrela do clube. Lionel Messi tentou a rescisão unilateral do contrato no início temporada. Apesar da permanência no Camp Nou, o jogador havia deixado claro a sua insatisfação com a direção do Barça.

Amanhã, o Barcelona enfrenta a Juventus pela segunda rodada da fase se grupos da Liga dos Campeões. A equipe vem de derrota por 3 a 1 no clássico contra o Real Madrid, pelo Campeonato Espanhol.

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