Eleição do Vasco repete roteiro e tem novas batalhas judiciais e internas
A 11 dias da eleição presidencial, a política do Vasco segue a todo vapor como em anos anteriores. Batalhas judiciais e internas ainda trazem incertezas sobre como ocorrerá o pleito.
Hoje (27), por exemplo, "a cama estava armada" para que o Conselho Deliberativo votasse a recomendação de suspensão do presidente da Assembleia Geral, Faues Cherene Jassus. Porém, "Mussa", como é mais conhecimento no ambiente cruz-maltino, obteve uma liminar ontem (26) à noite que anulou tal votação e garantiu a sua continuidade no cargo.
Caso a maioria dos conselheiros optasse pela suspensão do dirigente, ele não poderia conduzir a eleição, e o pleito seria gerenciado por seu vice, Alcides Martins, que é ligado ao grupo "Avante Gigante", do ex-candidato Fred Lopes — este retirou a candidatura para apoiar a tentativa de reeleição de Alexandre Campello.
Comissão de Inquérito apontou irregularidade de Mussa
A recomendação de suspensão aconteceu em 8 de outubro por 8 votos a 2, quando a Comissão de Inquérito entendeu que o dirigente feriu o estatuto do clube na condução da Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que aprovou a proposta de eleição direta.
Na ocasião, Mussa contratou a empresa "Eleja Online", que realizou o pleito da AGE de maneira virtual e o resultado foi chancelado pela Justiça. Outra reclamação foi quanto ao uso regular do cadastro de sócios para a votação.
A defesa do dirigente defende que apenas uma nova Assembleia Geral poderia destituí-lo ou afastá-lo do cargo. Ele foi eleito pelos sócios em 2017.
Denúncia de Campello
Mussa, porém, não está totalmente livre do Conselho Deliberativo. O dirigente também será tema de votação hoje (27), às 14h, de uma representação do presidente do clube, Alexandre Campello, em função de assuntos relacionados ao formato da eleição presidencial de 7 de novembro. Esta sessão poderá resultar em uma abertura de inquérito contra Jassus caso assim entenda a maioria dos conselheiros.
O mandatário vascaíno acusa Mussa de agir "em contrariedade às medidas tomadas pela Diretoria Administrativa" ao protocolar junto a Secretaria Municipal de Saúde um ofício "informando que o CRVG não possui condições de realizar eleições de maneira presencial".
Anteriormente ao ofício do presidente da Assembleia Geral, Campello já havia obtido junto ao órgão uma autorização para realizar o pleito presencialmente adotando as medidas sanitárias de combate ao coronavírus.
Mussa, por sua vez, no último dia 23, emitiu um comunicado oficial indicando que a eleição será realizada integralmente de maneira online, justificando a decisão com um parecer do Conselho Regional de Medicina não recomendando a Assembleia Geral Ordinária (AGO) presencial e ressaltando que 45% do quadro social é composto por pessoas de risco.
Jassus se escora em uma alteração da legislação brasileira motivada pela pandemia da Covid-19 que permite que clubes adotem o voto online. Para isso, de acordo com a Lei Pelé, basta que o pleito se dê em um sistema seguro e imune a fraudes.
O dirigente alega ainda que, pelo estatuto, ele é o único responsável por definir as regras do pleito.
Horários das reuniões também causam polêmica
Outro ponto que tem gerado polêmica são os horários das reuniões do Conselho Deliberativo estipulados pelo presidente do órgão, Roberto Monteiro: 11h (na sessão anulada pela Justiça) e 14h (sessão da denúncia de Campello).
Muitos reclamam por se tratar de um horário comercial e acusam o dirigente de querer esvaziar os encontros, acreditando que os conselheiros que estarão disponíveis votarão contra Mussa.
Na grande maioria das vezes, as reuniões do Conselho Deliberativo são marcadas no período noturno.
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