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Mário contesta postura de agente de Dodi, defende volante e 'boa proposta'

Dodi é um dos destaques do Fluminense em 2020 e vive novela por renovação de contrato - Lucas Merçon/Fluminense FC
Dodi é um dos destaques do Fluminense em 2020 e vive novela por renovação de contrato Imagem: Lucas Merçon/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/10/2020 14h52

A novela envolvendo a renovação de Dodi teve novos capítulos nos últimos dias. Mas o final feliz ainda parece distante. O negócio entre o estafe do atleta e o Fluminense está emperrado, com mais uma proposta tricolor na mesa sem resposta dos empresários do jogador.

Em reunião na semana passada, o Flu apresentou números maiores para manter o volante de 24 anos no clube. Dodi, que hoje ganha pouco menos de R$ 70 mil, passaria a ganhar R$ 100 mil já em 2020, com um aumento para R$ 110 mil em 2021 e R$ 130 mil em 2022 caso aceitasse a oferta de três anos de contrato feita pela diretoria.

Os números não agradaram, entretanto, a Carlos Escuro, representante do atleta, que espera uma valorização maior. Em entrevista ao Donos da Bola, da Rede Bandeirantes, o presidente Mário Bittencourt questionou a postura de Escuro na negociação.

"Fizemos uma segunda proposta mesmo sem contraproposta e foi nos prometido que ontem seria dada uma resposta ou seria feito uma contraproposta e até agora nada. Diferente de tudo que vemos com todos os outros, Luccas Claro, Luiz Henrique e outros. Ontem nos foi dito que semana que vem o representante estaria de volta, enfim, para fazer uma contraproposta. Infelizmente, a conduta do representante não nos agrada. Não porque o jogador não tenha direito de ir para outro clube, ouvir outra proposta. A única questão é que gostaríamos apenas de saber qual o pleito. Até hoje não foi dito nem que "não gostei", nem que "quero ganhar mais"", afirmou o mandatário.

O problema é que, além de não fazer uma contra-proposta e deixar o clube sem resposta, Escuro tem oferecido Dodi a diversos clubes, como São Paulo, Corinthians, Internacional e Bahia, entre outros. Nenhum deles, entretanto, alcançou os valores pedidos pelo empresário, que descobriu o jogador ainda na base do Grêmio, antes de levá-lo ao Criciúma, onde deu os primeiros passos como profissional.

O volante do Flu também é representado por outros dois empresários, Tadeu Cruz e Márcio Bittencourt. A dupla goza de boa relação com o clube e, em certo momento, atuou para apaziguar os ânimos na negociação complicada. Já não é de hoje que a diretoria do Fluminense está irritada com a postura do agente, que não é unanimidade nem entre o trio de agentes que toca a carreira do jogador.

Sem muitos jogadores como clientes, Escuro deseja fazer dinheiro com Dodi, principal atleta que representa. A postura está clara para a diretoria do Fluminense e, apesar de ser vista como justa, tem irritado pela maneira com a qual o empresário se manifesta tanto internamente quanto ao público. Em conversas restritas, compara a performance e os vencimentos do jogador com outros do elenco — alguns deles, reservas e mais velhos.

Em 2019, o Tricolor negou sondagens — que não chegaram a virar propostas oficiais — de clubes da Rússia e também da Arábia Saudita pelo volante. À época, quando o atleta ainda era reserva, o agente deixou claro que gostaria de uma valorização para renovar o vínculo. O Flu, por sua vez, entende que agiu corretamente e ofereceu uma "boa proposta" ao jogador, defendido por Mário Bittencourt na entrevista.

"Fizemos uma boa proposta para o jogador, interessante e merecida. Contrato longo, porque ele é um jovem, dentro das nossas possibilidades, da nossa organização de folha, dentro de um quesito de comparativo. Vamos continuar dando crédito, esperando que, na semana que vem, consigamos resolver. Algumas pessoas me perguntam: "Não é melhor o jogador não estar jogando?". Eu não acho. Não está interferindo no futebol do jogador, que está sendo muito correto. A única parte que não pode ser prejudicada nessa história toda é o Fluminense", disse.

Enquanto sua renovação não é decidida, Dodi tem contrato até 31 de dezembro com o Fluminense e já pode assinar um pré-contrato com qualquer equipe desde junho, possibilidade que é rechaçada por Carlos Escuro, Márcio Bittencourt e Tadeu Cruz nesse momento. O Tricolor também não foi notificado sobre este possível novo vínculo, o que é previsto por lei. Portanto, não crê que este expediente seja utilizado.

O volante de 24 anos recebeu o terceiro cartão amarelo e está suspenso para o jogo de sábado (31), às 21h, no Castelão, contra o Fortaleza, pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro, a última do turno.

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