Ibson avalia que passagem por Corinthians foi a mais apagada da carreira
Atualmente no Tombense-MG, o meio-campista Ibson já passou por clubes grandes, como Flamengo, onde foi revelado, Santos, e teve até passagens no futebol europeu. Mas, agora, aos 36 anos e flertando com a aposentadoria, avalia que a passagem mais apagada de sua carreira foi no Corinthians.
O jogador chegou ao Timão em 2013 após sua terceira passagem pelo Flamengo. Foi um pedido de Tite, atual técnico da seleção brasileira, e, apesar do título da Recopa Sul-Americana sobre o rival São Paulo naquele ano, as coisas no clube não foram como ele planejou.
"Infelizmente, não foi do jeito que a gente queria. Eu acho que foi o único clube que eu passei e não foi como eu esperava. Não fiz bons jogos, não consegui desenvolver um bom trabalho", avalia em entrevista ao UOL Esporte.
Ibson considera que, com a saída de Tite, nove meses depois da sua contratação, e a chegada de Mano Menezes, perdeu ainda mais espaço. "O Mano tinha uma forma diferente de jogar e acabou que eu não fui tão aproveitado. As coisas não correram bem. Eu tentava jogar, e as coisas não iam como esperava. Às vezes, você vai para um clube esperando uma coisa e não consegue desenvolver o melhor trabalho", lamenta.
O meio-campista foi aproveitado em apenas 22 partidas e não fez nenhum gol. Deixou o Corinthians em 2014 com destino ao Bologna, da Itália. Naquele ano, ainda passou pelo Sport para uma passagem de apenas dois meses no clube pernambucano e, no início de 2015, arrumou as malas rumo ao Minnesota United, dos Estados Unidos.
"Tinha também recebido uma proposta dos Estados Unidos, que me seduziu para poder viver um pouco mais tranquilo com a minha esposa e filhos. Jogava uma vez por semana e eu tinha mais oportunidade de estar com a minha família. O futebol lá está crescendo muito. Não tem primeira, segunda e nem terceira divisão. São ligas que você precisa comprar a franquia para entrar, assim como a NBA. Categoria de base você não encontra muito porque não tem, mas o futebol está crescendo", explica Ibson, que ficou nos EUA até 2018.
Relação íntima com Flamengo
Ibson tem uma carreira intimamente ligada ao Flamengo. Foram três passagens pelo clube em que começou sua carreira, aos 9 anos. Na sua primeira passagem pelo profissional, ficou dois anos antes de ser negociado com o Porto, em 2005. No time português, trabalhou com o treinador Jorge Jesus, que foi campeão brasileiro e da Libertadores com o clube da Gávea no ano passado.
"A minha passagem [pelo Porto] foi bem bacana. O Porto tinha acabado de ser campeão mundial. Tinha grandes jogadores e, graças a Deus, logo no início, eu consegui a titularidade, consegui jogar e conquistar títulos. O Jorge Jesus já estava despontando como o grande treinador que é", relembra o jogador que foi bicampeão nacional em Portugal.
E como um bom filho à casa retorna, Ibson voltou ao Flamengo em 2007, ajudou o time a se livrar do rebaixamento e a conquistar a vaga para Libertadores. "[Quando cheguei] o Flamengo estava em penúltimo [no Campeonato Brasileiro]. Aqueles seis meses foram maravilhosos porque nós conseguimos ainda a classificação para a Libertadores. Fizemos um excelente segundo turno. Foi uma bela arrancada e conseguimos a classificação que era o nosso objetivo. Ainda fui eleito o melhor jogador", comemora Ibson.
Como o Porto era dono do passe do jogador emprestado ao Flamengo, em 2009, o time português o negociou com o Spartak Moscou. "Fiquei meio assustado porque era a Rússia, frio e tal, mas foram também dois anos maravilhosos. Fui bem surpreendido, um país maravilhoso e as pessoas são bem bacanas. Fui bem recebido também. Infelizmente, não conquistei títulos, mas foi um período bacana. Fui com minha família, minha esposa estava grávida".
Na volta ao Brasil em 2011, Ibson foi parar em Santos, no qual ficou apenas uma temporada antes de voltar para o Flamengo. "É um clube que tenho um carinho muito grande. Eu sei que a torcida [flamenguista] também tem um carinho muito grande por mim. Até hoje aonde eu vou, por onde eu passo, a torcida sempre me para para falar, tirar foto", conta Ibson.
Projeto Tombense
Com tanta experiência na bagagem, Ibson garante que voltar a jogar em um clube grande já não faz parte de seus planos. Ele até chegou a flertar com a aposentadoria, já que não reunia o mesmo tesão para jogar futebol. No entanto, tudo mudou com uma proposta de seu empresário, Eduardo Uram, dono do Tombense-MG, time que disputa a Série C do Campeonato Brasileiro.
"No ano passado, fiquei seis meses em casa, já não queria mais jogar futebol. Quando o meu empresário me ligou perguntando se eu poderia ajudar ele aqui, aceitei. Amei a cidade [Tombos], o clube aqui tem uma estrutura sensacional que alguns clubes ainda não têm. Nós temos uma academia sensacional, três campos, um centro de treinamento muito bacana, um estádio para oito mil pessoas. Estou muito feliz", analisa.
Diferentemente de muitos atletas que aceitam o desafio de jogar em um time menor para chamar a atenção de clubes grandes e ter novas oportunidades na elite do futebol, Ibson garante que sua meta é ajudar o time mineiro a chegar à Série B do Brasileirão. "O meu objetivo hoje é dar sequência aqui no Tombense e levar esse clube, que eu acredito que merece, a buscar coisas maiores", afirma.
Apesar da boa estrutura da Tombense, os perrengues da Série C são uma realidade. E, para Ibson, estar longe dos grandes centros atrapalha na hora de viajar para disputar jogos em outros Estados.
"O futebol brasileiro está muito nivelado na questão de logística. Hoje, o Tombense tem uma estrutura muito boa, tem um staff muito bom, que consegue trabalhar isso muito bem. Para a gente, as coisas mais difíceis são as viagens porque nós não temos aeroportos próximos. Os mais próximos são Rio de Janeiro e Belo Horizonte", afirmou.
Cidade de 8.000 habitantes, localizada na Zona da Mata mineira, Tombos está a 347 km de Belo Horizonte e a 360 km do Rio de Janeiro.
Apesar de estar feliz no Tompense, Ibson, perto de completar 37 anos (ele faz aniversário em 7 de novembro), já planeja a aposentadoria. "Eu acredito [que] mais uns dois anos. Ano passado, eu pensava em parar, mas eu acredito que ainda tenho lenha para queimar, apesar da idade. Me sinto bem fisicamente, pude fazer um excelente Campeonato Mineiro — fui eleito jogador da competição por um clube menor e isso é muito difícil", finaliza.
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