Observação ao vivo e força física: como Diego Carlos furou fila na seleção
O zagueiro Diego Carlos é a grande novidade entre os convocados à seleção brasileira para as próximas rodadas das Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar-2022, nos próximos dias 13 (no Morumbi, contra a Venezuela) e 17 (fora de casa, diante do Uruguai). Ele foi chamado ontem (3) ao lado de Felipe para repor os cortes de Rodrigo Caio e Éder Militão.
O técnico Tite já precisou substituir quatro convocados inicialmente, mas o único dos suplentes que nunca tinha vestido a Amarelinha é o jogador de 27 anos do Sevilla-ESP. Diego é o 16º zagueiro diferente a ter chance com o treinador em quatro anos e cinco meses de trabalho.
Outros zagueiros já convocados por Tite ficaram pelo caminho desta vez, como Gil (Corinthians), Geromel (Grêmio), Samir (Udinese-ITA) e Jemerson (ex-Monaco-FRA, a caminho do Corinthians), além de outros hoje considerados mais distantes do radar, como Miranda (Jiangsu Suning-CHN), Dedé (Cruzeiro), Pablo (Bordeaux-FRA), David Luiz (Arsenal-ING), Luan (Palmeiras) e Vitor Hugo (Trabzonspor-TUR).
Diego Carlos furou a fila e, ao lado de Felipe, se juntará a Marquinhos (PSG-FRA) e Thiago Silva (Chelsea-ING) a partir da próxima segunda-feira (9) em razão de uma longa observação da comissão técnica da seleção brasileira. Além de vídeos e monitoramento remoto, ele foi visto ao vivo por Matheus Bachi, auxiliar de Tite, numa partida em 16 de fevereiro deste ano.
O Sevilla empatou em 2 a 2 com o Espanyol naquela ocasião, mas Diego Carlos atuou os 90 minutos e se destacou positivamente. Sua força e imposição física foi o comportamento observado ao vivo que mais agradou. Foi uma partida em que ele fez sete cortes e travou um chute em chance real do adversário, além de duas interceptações, dois desarmes, dois duelos pessoais vencidos no chão e sete em dez duelos vencidos pelo alto. Até uma finalização ele conseguiu.
A decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em enviar Matheus Bachi para o acompanhamento in loco de Diego Carlos foi motivada pela temporada de afirmação que ele viveu no Sevilla em 2019/2020, que culminou no título da Liga Europa conquistado em agosto, com um gol de bicicleta do brasileiro.
Internamente, o zagueiro virou assunto por causa da trajetória passo a passo que segue no futebol europeu. Antes de o Sevilla contratá-lo por 15 milhões de euros (R$ 94 milhões, em julho de 2019), ele havia atuado no Campeonato Francês (Nantes) e no Português (Estoril). Isso significa uma afirmação gradativa em alto nível e a tendência é que um novo passo seja dado em breve.
Ao menos quatro gigantes europeus têm Diego Carlos no radar: Manchester City (o diário AS publicou que ele é o "zagueiro dos sonhos" de Guardiola), Liverpool, Bayern de Munique e Arsenal. Sua cláusula rescisória é de 75 milhões de euros (mais de R$ 504 milhões), valores que o tornariam o terceiro zagueiro mais caro da história.
Diego Carlos foi formado nas categorias de base do Paulista, do Desportivo Brasil e do São Paulo, pelo qual chegou a ser promovido ao elenco principal por Ney Franco, em 2013, mas nunca jogou. Ele defendeu profissionalmente Paulista e Madureira antes de chegar ao futebol português. Nem sequer nas seleções brasileiras de base chegou a atuar.
Bem avaliado pela comissão técnica, ele ainda tem dois compromissos pelo Sevilla até a apresentação: hoje (4), às 17h, contra o Krasnodar, pela Liga dos Campeões da Europa, e sábado, contra o Osasuna, pelo Campeonato Espanhol. Depois, é esperado na Granja Comary para uma bateria de avaliações que vai além do campo ou do nível de treinamento. Seu comportamento, capacidade de integração e personalidade também serão observados de perto para que os profissionais da CBF entendam se há condições de chamá-lo mais vezes.
Assim como ele, há outros nomes no radar de Tite em busca do timing perfeito: Gabriel Magalhães (Arsenal-ING), Luiz Felipe (Lazio-ITA), Rafael Tolói (Atalanta-ITA), Ibañez (Roma-ITA), Lyanco (Torino-ITA)...
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