Pantera Negra do Inter, Patrick adota personagem em combate ao racismo
"Racismo não, racismo nunca". Assim Patrick encerrou uma de suas respostas ao UOL Esporte sobre um tema que não esconde de ninguém. O Pantera Negra do Internacional adotou o personagem pela valorização do negro e combate à discriminação.
Foi vendo o filme da Marvel que o meio-campista de 28 anos resolveu adotar o herói. Virou o Pantera Negra do Colorado. As comemorações com "Wakanda Forever" e até uma máscara — que gerou cartão amarelo — vieram em seguida. Mas a mensagem não se refere apenas aos superpoderes de T'Challa com suas garras de vibranium. E sim mira na igualdade racial.
"[Adotou o personagem] Quando assisti ao filme, eu gosto muito de filmes de super-heróis e quando assisti ao Pantera Negra achei muito top, muito relevante, e decidi comemorar assim, fazendo Wakanda Forever. Me identifiquei bastante", contou ao UOL Esporte. "Não só pela valorização [do negro], mas um posicionamento que todos somos iguais e somos contra todo tipo de preconceito", completou.
Racismo e combate a ele
Patrick admite que já sofreu com racismo no início da carreira. Na ocasião, optou por ignorar para evitar o pior. Hoje, manda uma mensagem mais forte do que qualquer combate físico a cada gol que marca.
"Aconteceu uma vez lá atrás, no meu início de carreira. Eu tinha sido substituído, estava saindo do campo e o torcedor ficou me xingando, ali no momento não tinha muito o que fazer, apenas o ignorei", disse. "Acho que nós, pessoas públicas, temos voz ativa, o que falamos pode ser ouvido por bem mais pessoas, repetido em veículos de comunicação. Então, se há racismo, e não é segredo para ninguém que há, temos que falar sobre, nos posicionar contra e deixar claro a nossa opinião em combate a isso", acrescentou.
E no rebote do personagem veio o apego das crianças. Os pequenos enxergam Patrick e já o tratam pelo apelido.
"É muito bacana, algumas crianças me veem e falam: olha o Pantera! (risos) É legal você passar essa imagem para as crianças, trazer essa positividade e passar essa alegria para elas. É muito gratificante ver que elas identificam isso também, ter essa identidade e fazê-las, de alguma forma, valorizar e admirar a figura do Pantera", afirmou.
Cartão amarelo por comemoração com máscara
Em 2018, Patrick chegou a pegar uma máscara do Pantera Negra para comemorar seu gol. E queria repetir a atitude, mas o cartão amarelo o fez repensar, e hoje rir do que aconteceu.
"Se pudesse, eu usaria em todos os gols que eu fizer. Não entendo porque tenho que levar cartão amarelo se usando a máscara eu apenas caracterizo um personagem e passo uma imagem tão legal para quem admira. Enfim, ficarei só no Wakanda Forever e respeitarei as regras (risos)", disse.
O meio-campista é um dos destaques da temporada 2020 do Inter. Titular absoluto no time de Eduardo Coudet, ele é o jogador com mais duelos ganhos contra adversários e que mais passes decisivos deu nos jogos do Brasileirão, segundo estatísticas do SofaScore, site especializado em estatísticas. É o segundo jogador com mais participações diretas em gols no Colorado, com cinco, e o segundo com mais chances criadas para o time.
O bom momento, porém, não é combustível para postura. Entre elogios e críticas naturais para um jogador de futebol, ele pretende erguer sempre a bandeira da igualdade. "Sendo destaque ou não, eu sempre vou me posicionar sobre o assunto, que por sinal não deveria existir. O racismo não deveria existir. Enfim, elogiado ou criticado, para mim, racismo não, racismo nunca", sintetizou.
Em meio a tantos motivos para comemorar, neste ano o jogador teve uma notícia ruim. O ator Chadwick Boseman, que dá vida ao Pantera Negra nos cinemas, morreu em agosto, vítima de um câncer.
"Eu fiquei muito triste, pois eu sou fã do trabalho dele. Porém, sei que é a vida. Eu acho que ele deixou o seu recado de uma forma admirável, todos sabem o que representa o personagem. Vai ficar marcado para sempre sua atuação, e acho que não se trata só do ator, e sim da causa, então quem usar essa bandeira vai estar passando o mesmo recado que ele passou e, por sinal, deixou milhares de admiradores. Que os outros reis de Wakanda façam o mesmo", finalizou o Pantera Negra do Beira-Rio.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.