Em cenário mais radical, nova eleição do Vasco pode ter apenas um candidato
A confusão foi armada e está longe de acabar. Após a eleição do último sábado (7) ter tido o resultado suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), as chapas e os atores políticos do Vasco se movimentam para os próximos passos nos bastidores. O novo pleito, que está marcado para o sábado (14), de maneira integralmente on-line, poderá até chegar a situação de ter apenas um candidato — em um cenário mais radical — caso a votação seja confirmada. Entenda:
Possibilidade de retiradas de candidaturas
Candidato da chapa "Somamos", Leven Siano, por exemplo, afirmou novamente ontem (9), em entrevista coletiva, que não participará de uma nova disputa caso a decisão seja mantida pelo STJ. Ele foi o que teve mais votos na apuração feita após a liminar, e que não contou com fiscais das chapas de Alexandre Campello, Julio Brant e Jorge Salgado.
Leven, inclusive, busca recorrer à Justiça para ser reconhecido como novo presidente. Ele acusa erro jurídico e intervenção política por parte do Superior Tribunal de Justiça.
Sérgio Frias, candidato da "Aqui é Vasco" e que ficou em quinto na apuração extraoficial, deixou claro que só irá participar novamente se Leven Siano também for.
"A chapa Aqui é Vasco só participará de novo pleito se a chapa vencedora do pleito do último sábado resolver fazer parte de um próximo, pois entendemos que tal chapa é a vencedora das eleições ocorridas no Club de Regatas Vasco da Gama em 2020, conforme vontade do quadro social e aceitação da maioria esmagadora da torcida vascaína", declarou Frias ao UOL Esporte.
Campello, por sua vez, ainda não se posicionou oficialmente. O atual mandatário do clube, que ficou em quarto na apuração extraoficial, convocou uma entrevista coletiva para hoje (10), às 10h, em São Januário.
O que se sabe, até o momento, é que ele irá cumprir a decisão judicial, mas não quer que a eleição seja gerida pela empresa "Eleja Online", preferida do presidente da Assembleia Geral, Faues Cherene Jassus, o Mussa.
Não está descartada a possibilidade de Campello retirar sua candidatura e apoiar Jorge Salgado, com quem seu reuniu ontem pessoalmente em São Januário para tratar do pleito sub judice e os próximos passos. Mussa também foi convidado, mas não compareceu.
Brant e Salgado irão se unir?
O cenário mais radical de apenas um candidato, então, se formará caso Leven, Frias e Campello não participem e Jorge Salgado e Julio Brant resolvam se unir. Nesta pouco provável situação, Salgado venceria por aclamação e ocuparia todas as cadeiras reservadas aos eleitos no Conselho Deliberativo.
A possibilidade de união é considerada desde o pleito do último sábado, quando as duas chapas chegaram a conversar sobre o tema pessoalmente, mas não tiveram um consenso. E agora ganhou ainda mais força por parte de alguns simpatizantes delas após Leven Siano demonstrar que tem muitos votos.
A aliança, porém, não é considerada fácil. Correntes dos dois grupos, por exemplo, avaliam que numa eventual eleição on-line, eles crescerão na votação, principalmente entre os sócios off-Rio, e que isso pode possibilitar a chance de uma "dobradinha" da Mais Vasco e da Sempre Vasco nos dois primeiros lugares, o que aniquilaria a chapa de Leven Siano até mesmo das cadeiras no Conselho Deliberativo.
Mais Vasco e Sempre Vasco não acreditam em desistência de Leven
Outra questão que tem norteado as conversas internas das chapas de Jorge Salgado e Julio Brant é o posicionamento de Leven Siano. Tanto a Mais Vasco (Salgado) quanto a Sempre Vasco (Brant) não acreditam que o candidato da chapa Somamos irá cumprir sua palavra de não disputar outra eleição caso ela seja mantida para o dia 14.
Tal avaliação, inclusive, é um ponto que tem pesado bastante na questão da sugestão de aliança. Alguns creem que Leven já faz seus cálculos para uma possível disputa on-line entre os sócios.
Durante a entrevista coletiva que concedeu ontem (9) em seu escritório, porém, o candidato da Somamos manteve seu discurso, mas topou desconsiderar os votos ocorridos após a liminar que suspendeu a eleição e propôs um desafio aos outros candidatos em tom de provocação:
"Pode abrir o clube para 1 hora e 25 minutos, que foi o tempo restante após a liminar. Essa eu aceito e irei golear eles novamente."
Enquanto as situações não se definem, Julio Brant convocou uma coletiva para hoje (10), às 15h30, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio de Janeiro).
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