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Corinthians se mostra 'bipolar', mas faz Mancini sonhar com lado perfeito

Samir Carvalho

Do UOL, em São Paulo (SP)

15/11/2020 04h00

A derrota do Corinthians diante do Atlético-MG por 2 a 1, de virada, ontem (14), na Neo Química Arena, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro, começa a expor um "time bipolar" sob o comando do técnico Vagner Mancini. O treinador, inclusive, admitiu que houve 'dois Corinthians' em campo contra os mineiros.

A equipe 'bipolar' corintiana foi intensa no primeiro tempo: correu demais, impôs velocidade, marcou forte e no campo do adversário. O resultado foi uma vitória por 1 a 0, com gol de Davó. Já no segundo tempo, o time de Mancini se mostrou cansado, lento e sem pegada em campo. Não foi à toa que sofreu dois gols.

O Corinthians do primeiro tempo é o Corinthians que o torcedor quer ver. O do segundo precisa de ajustes

Mancini, técnico do Corinthians

Vagner Mancini tentou explicar taticamente o motivo de o Corinthians se mostrar bipolar em campo, mas também não deixou de dizer que os atletas "deram muito" no primeiro tempo, e não repetiram a "pegada" na segunda etapa.

"Esse recuo se deu porque nós desencaixamos a marcação. Não conseguimos marcar como fizemos no primeiro tempo. Acho que isso se deve ao fato do cansaço. Naquele momento a gente vencia a partida. Acho que essa diminuição da intensidade se deu por vários fatores. Não encaixamos mais a marcação na saída do Galo e também porque todos os atletas deram muito no primeiro tempo e acabou faltando na segunda etapa", disse.

O lado bom

Fagner - Daniel Vorley/AGIF - Daniel Vorley/AGIF
Imagem: Daniel Vorley/AGIF

Apesar da oscilação, Mancini começa a sonhar com uma espécie de lado direito perfeito no Corinthians. O treinador gostou bastante do trio Fagner, Ramiro e Luan. Na visão do comandante, o trio se encaixa de uma forma que impede o adversário de infiltrar. Mancini, aliás, enfatizou que Keno precisou trocar de lado e atuar pela esquerda da defesa alvinegra para 'entrar no jogo'.

"Acho que o primeiro tempo foi muito interessante porque houve um acerto entre Luan, Ramiro e Fagner, mas isso não aconteceu na segunda etapa. Não conseguimos acertar a marcação no segundo tempo. Quando começamos a facilitar a entrada dos passes do Réver, tivemos que recuar as linhas. Invariavelmente eles pegavam a segunda bola e estavam no nosso campo. Esse foi um erro", disse.

O problema é que se o lado direito se mostra eficiente, o esquerdo precisa de muitos ajustes. Mancini nem sequer encontrou os titulares no setor. Fábio Santos é o único que se firmou. Lucas Piton é inconstante, enquanto Everaldo não tem força física, segundo o próprio Mancini, para exercer a função. O atacante, inclusive, foi o pior em campo mais uma vez.

Jonathan Cafú, que pediu para ser relacionado após perceber a dificuldade de Mancini com os desfalques de "última hora", pode ser uma das soluções. Ele disse em sua apresentação que prefere atuar justamente do lado esquerdo do ataque. Caso ele corresponda, Mancini pode começar a sonhar com um time equilibrado, com os dois lados fortes. Isso porque Cafú poderia compor o setor esquerdo com Fábio Santos e Otero.

Reforços e desfalques

Para o duelo contra o Grêmio, Mancini contará com os retornos de Xavier, que cumpriu suspensão, e Fábio Santos e Otero (além de estar na seleção venezuelana), que não atuaram por causa de cláusula do Atlético-MG, ex-clube da dupla. Vale ressaltar que o meia já não jogaria pois defende a seleção venezuelana.

Além deles, o treinador deve promover a estreia do zagueiro Jemerson, além de Jonathan Cafú, que deve estar em condições físicas melhores.

Em contrapartida, Roni, substituto de Xavier e que fez boa partida, recebeu o terceiro cartão amarelo e está fora. Jô e Mateus Vital devem seguir afastados por causa da Covid-19.