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Salgado costura bastidor mais calmo no Vasco enquanto aguarda Justiça

Candidatos Jorge Salgado, da "Mais Vasco", e Julio Brant, da "Sempre Vasco", posam para fotos em clima harmônico - Alexandre Araújo / UOL Esporte
Candidatos Jorge Salgado, da "Mais Vasco", e Julio Brant, da "Sempre Vasco", posam para fotos em clima harmônico Imagem: Alexandre Araújo / UOL Esporte

Alexandre Araújo e Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

15/11/2020 04h00

Enquanto aguarda uma decisão da Justiça sobre quem será o novo presidente do Vasco, Jorge Salgado, líder da chapa "Mais Vasco" e vencedor da eleição online realizada ontem (14), costura um bastidor político mais apaziguado caso se concretize como mandatário.

O tom pacificador em seu discurso e a forma como o resultado foi recebido por correligionários da chapa "Sempre Vasco", segunda colocada, serviram como um indicativo de que o diálogo pode ser mais harmonioso. Isso tudo, porém, depende dos caminhos que o judiciário percorrerá.

Leven Siano, da chapa "Somamos", por exemplo, interpretou que uma atualização de sua ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ontem, às 22h47, significa que o pleito deste sábado não teve validade, e que o do último dia 7 voltou a valer. Com isso, se declara o legítimo presidente eleito. No entanto, até o fechamento desta reportagem, nem os advogados de seu grupo e nem os da "Mais Vasco" tiveram acesso ao teor da decisão.

Alinhamento com a Sempre Vasco

Os grupos que concorreram ao pleito de ontem indicaram alinhamento em algumas pautas ao longo da campanha eleitoral e demonstraram isso durante todo o sábado (14). Salgado e Julio Brant, inclusive, posaram juntos em algumas oportunidades e chegaram a conversar em mais de um momento.

Membros das chapas do Vasco assistem ao jogo contra o Sport, do lado de fora do Calabouço - Bruno Braz / UOL Esporte - Bruno Braz / UOL Esporte
Imagem: Bruno Braz / UOL Esporte

Uma das características de Salgado que pessoas próximas apontam, inclusive, é o de ser uma pessoa conciliadora. No decorrer da disputa pelo cargo máximo do Cruz-Maltino, ele buscou diálogo com outras chapas, mesmo que concorrentes.

A sinergia entre as chapas pode também render frutos mais diretos. Pessoas influentes na "Sempre Vasco" são vistas com bons olhos para participar da gestão de Salgado e convites podem ser feitos em breve caso a Justiça entenda que ele é o vencedor.

Independente da confirmação de Jorge Salgado ou Leven Siano como presidentes eleitos, o cenário promete ser diferente do apresentado nos últimos anos, quando houve uma implosão da chapa vencedora ainda antes da votação do Conselho, o que levou Alexandre Campello, então vice da "Sempre Vasco", ao cargo de presidente. Além disso, posteriormente, aconteceu um racha entre os grupos políticos que faziam parte da gestão, o que obrigou o mandatário a lutar também por governabilidade durante os três anos em que esteve à frente do clube.

Campello promete transição tranquila

Ausente no pleito do último sábado por estar com a delegação do Vasco que venceu o Sport por 2 a 0 pelo Campeonato Brasileiro, o atual presidente Alexandre Campello fez um pedido expresso para que os funcionários de diversos departamentos do Vasco "mantenham a pegada" e ajudem para que a transição seja realizada de forma tranquila.

A conversa aconteceu após Campello retirar a candidatura da segunda eleição. Ele havia encabeçado a chapa "No Rumo Certo" na disputa presidencial que aconteceu no dia 7, mas, após diversas polêmicas, se retirou.

Quais foram as ações de Leven Siano?

Na última sexta-feira (13), Leven Siano chegou à última instância, o Supremo Tribunal Federal (STF), mas a ministra Carmen Lúcia negou sua ação. No mesmo dia, ingressou com um mandado de segurança no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com o objetivo de suspender a eleição deste sábado (14). Antes, já havia entrado com um pedido de reconsideração da decisão que suspendeu o pleito presencial do dia 7, em São Januário.

A atualização do STJ às 22h47, reencaminhando ao TJ-RJ, foi justamente a do pedido de reconsideração. Ele está sendo advogado por Wadih Damous, ex-deputado federal pelo PT e um dos responsáveis pelo habeas corpus que libertou o ex-presidente Lula da prisão.

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