Após polêmica, ata da eleição do dia 7 é protocolada na secretaria do Vasco
A eleição presidencial voltou a agitar os bastidores do Vasco hoje (16). Sergio Romay, vice-presidente do Conselho Deliberativo, foi ao clube buscando protocolar a ata da eleição do último dia 7 e ratificar o resultado -- que apontou Leven Siano, da chapa "Somamos", como mais votos --, mas não conseguiu em um primeiro momento. Após o presidente Alexandre Campello realizar uma consulta ao departamento jurídico, o trâmite seguiu e o documento foi acatado.
A corrida eleitoral está recheada de polêmicas e guerras na Justiça. O pleito do dia 7, que aconteceu em São Januário e de forma presencial após uma decisão judicial na noite anterior, teve mais votos a Leven Siano. Porém, o processo foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em nova eleição, no dia 14, que foi realizada com votos on-line e presenciais no Calabouço, Jorge Salgado, da "Mais Vasco", foi o vencedor. Mas uma nova movimentação do processo que corre no STJ, ainda na noite de sábado, fez Leven se declarar eleito.
Na manhã de hoje, Romay foi ao clube para registrar o documento em que era indicado a validação do resultado do dia 7, mas, em vídeo divulgado inclusive por Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo, ele afirma que foi impedido de realizar a burocracia a mando de Campello.
"Estamos aqui na secretaria do clube. Eu, Sergio Romay, vice-presidente do Conselho Deliberativo, e o Maurício [Cardoso], que foi um dos secretários da reunião da Assembleia Geral, estivemos aqui para protocolar uma ata que é a ratificação da Assembleia. No momento que entreguei os documentos aos funcionários, uma se dirigiu a uma sala interna da secretaria. Não sabemos o que ocorreu, mas o tempo estava se passando e eu cobrei. Então, veio nos dizer que passou um Whatsapp, depois de ter fotografado o documento, ao diretor Eduardo, que fez contato com o presidente Alexandre Campello e este ordenou que não se protocolasse documento algum a respeito do processo eleitoral do Vasco. Diante disso, um funcionário veio conversar conosco e disse que o presidente avisou que os funcionários não poderiam descumprir essa ordem", disse Romay.
Em rápido contato com o UOL Esporte, Roberto Monteiro classificou o ocorrido como "um absurdo". Posteriormente, o atual presidente consultou o departamento jurídico e acatou o pedido de protocolo do documento.
A ata apresentada tem a assinatura de Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo, Sergio Romay, Silvio Godoi, presidente do Conselho de Beneméritos, Bruno Rafael Gomes e Maurício Cardoso, ambos secretários da Assembleia Geral. Não há o aval de Faues Cherene Jassus, o Mussa, presidente da Assembleia Geral, que deixou São Januário após o documento do STJ chegar ao clube, mas Alcides Martins assina com o crédito de "presidente em exercício da Assembleia Geral".
Vale ressaltar que, depois da suspensão da eleição do dia 7 por parte do STJ, a votação foi paralisada por alguns minutos. Após indicar que ela seria retomada, mesmo diante da decisão judicial, Jorge Salgado, Julio Brant, da chapa "Sempre Vasco", e Alexandre Campello, da "No Rumo Certo", retiraram-se do pleito. Apenas as chapas "Somamos" e da "Aqui é Vasco", encabeçada por Sergio Frias, permaneceram na votação e estiveram na abertura das urnas.
No último sábado, logo no início da movimentação na sede do Calabouço, Roberto Monteiro, Alcides Martins e Romay se recusaram a corroborar com a ata da eleição, apresentada por Mussa, e assinaram um documento paralelo, declarando que aquela sessão não tinha toda "a segurança e rigidez necessária" e, citando o estatuto, a classificaram como "encerrada".
Salgado divulga nota oficial
Jorge Salgado, que teve mais votos no pleito do último sábado, divulgou nota oficial hoje, ressaltou o "sentimento de vitória" e afirmou que aguarda a Justiça, indicando que caberá a ela decidir o futuro do clube. Além disso, cutucou o rival Leven Siano
"Hoje, o meu sentimento é de vitória, assim como, tenho certeza, da grande maioria dos sócios. Mas não serei leviano de me auto-proclamar presidente do Vasco. Esta decisão está na mesa da Justiça", diz trecho da nota.
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