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Tite homenageia Carlos Amadeu, entende críticas à seleção e prevê jogo duro

O técnico Tite durante entrevista coletiva da seleção brasileira hoje (16), no CT do São Paulo - Lucas Figueiredo/CBF
O técnico Tite durante entrevista coletiva da seleção brasileira hoje (16), no CT do São Paulo Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

16/11/2020 14h43

O técnico Tite abriu sua última manifestação pública antes da próxima partida da seleção brasileira com um pronunciamento. Emocionado, ele homenageou o colega de profissão Carlos Amadeu, que morreu ontem (15) de parada cardíaca. O treinador trabalhou entre 2015 e 2019 na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) à frente das categorias sub-17 e sub-20 e ambos tiveram muito contato e interlocução.

É muito difícil falar de quem a gente admira, admirou, com quem conviveu. Trabalhamos três anos com Amadeu e o que posso colocar para vocês é sua escala de valores num mundo extremamente competitivo, ainda mais no futebol onde sobreviver é vencer. Ele trabalhou com jogadores que estão aqui, como Gabriel Menino, Militão, Vini Júnior... À sua esposa Dora e seus filhos Ricardo e Matheus toda nossa solidariedade, nosso carinho, nosso fortalecimento. O legado que o Amadeu trouxe é grande e diz que para vencer você precisa ser melhor, não precisa ser em cima de qualquer custo."

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Após o pronunciamento com a voz embargada, Tite começou a responder perguntas sobre a partida de amanhã, às 20h, contra o Uruguai, pela quarta rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar. Ele e seu auxiliar, Cléber Xavier, mostraram conhecimento sobre a seleção adversária e admitiram a força do desafio após vitórias sobre Bolívia (5 a 0), Peru (4 a 2) e Venezuela (1 a 0).

"Na tabela são os três últimos e fizemos três vitórias, nas duas primeiras jogando bonito, criando e fazendo gol. Na outra não deu para jogar bonito, mas tivemos a consistência do resultado. Essas equipes possivelmente não brigarão para classificar, mas vão atrapalhar a classificação de alguém. A Venezuela retirou a classificação do Paraguai em 2018. Mas agora vamos enfrentar o Uruguai, um clássico, com uma gama de envolvimentos com peso de camiseta, atletas de alto nível e esse processo nosso de afirmação da equipe", disse Tite, antes de completar:

"Jogar contra a Venezuela na sua casa é uma proposta do adversário, jogar contra o Uruguai na casa deles é outra proposta. Seremos mais exigidos defensivamente do que fomos contra a Venezuela, e paralelamente teremos mais espaço para criações ofensivas. São estratégias, formas e ideias de um futebol diferente de um jogo para outro."

Xavier - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
O auxiliar da seleção brasileira Cléber Xavier concedeu entrevista ao lado de Tite
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Cléber Xavier explicou mais taticamente o que esperar do Uruguai amanhã, especialmente em relação aos astros Cavani e Suárez: "O Cavani tem jogado de duas formas lá, no último jogo contra a Colômbia atuou por dentro em dupla com Suárez, vindo buscar e aproximar mais, como são Firmino e Galhardo aqui, e também jogando de lado num desenho de 4-1-4-1. Trabalhamos nesses dois sentidos nossas formas de jogar, no desenho de Cavani e Suárez e dois externo e Cavani de 9. É característica deles brigar pela bola, eles não constroem de trás, quebram muito para brigar pela segunda bola."

Já no fim da entrevista coletiva, Tite foi questionado sobre as críticas sofridas após a vitória magra sobre a Venezuela e diz que entende o momento mesmo com números positivos à frente da seleção em quatro anos e meio de trabalho.

"É muito difícil fazer comentários, tenho que ter respeito e discernimento sobre as opiniões. Eu até coloquei que nossa fase ofensiva tem condições de melhorar, mesmo, nesse processo de afirmação da equipe. Concordo. No mais, sem revanchismo ou responder crítica. Meu papel não é esse, é fazer o melhor trabalho possível. Desde que não sejam informações erradas o conceito e a opinião é de cada um."