Campello diz que Vasco "não será tomado" e torce por resolução rápida
Em coletiva realizada na tarde de hoje (17), Alexandre Campello, presidente do Vasco, ressaltou o quanto o momento conturbado envolvendo a escolha do novo mandatário influencia no dia a dia do clube e do departamento de futebol. Além disso, pediu aos que ainda lutam pelo cargo máximo do Cruz-Maltino que possam dialogar e pensar no melhor para a instituição.
Questionado sobre a transição com a nova diretoria, Campello garantiu que fará de forma transparente e começará assim que a Justiça determinar o vencedor.
Nas últimas semanas, houve duas eleições. Um pleito foi convocado para o dia 7, de forma presencial, e apontou Leven Siano, da chapa "Somamos", com mais votos. Porém, a movimentação foi suspensa pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). No dia 14, em nova corrida eleitoral, Jorge Salgado, da "Mais Vasco", foi o vencedor. Há, agora, uma guerra judicial entre as partes.
"Pedi essa coletiva muito em função dessa turbulência que o clube vem enfrentando, até antes do período que antecedeu a eleição. A partir da convocação, a turbulência aumentou muito, o que culminou nesses duas Assembleias. Quero aproveitar para pedir aos candidatos que façam uma reflexão. Essa turbulência tem impacto direto na vida do clube e em especial no futebol. A Assembleia, seja lá qual for, a que a Justiça decidir, elege presidente para o próximo triênio", disse ele, que aproveitou para mandar um recado:
"O mandato se inicia a partir da segunda quinzena de janeiro e o Vasco não vai ser tomado de assalto em novembro. Aqui tem uma diretoria administrativa com mandato. As pessoas têm de entender que a vida do Vasco está em jogo. Tivemos um período ruim no futebol, que passou a apresentar melhoras. Uma vitória convincente contra o Sport praticamente não foi motivo de discussão ou de exibição na mídia. Só o que se fala é da questão política. E vem um candidato em uma fanfarronice de criticar jogador, diz que vai trazer esse ou aquele reforço. Será que não pensa no impacto que isso provoca? É preciso encarar o Vasco com responsabilidade".
Campello sugeriu que Leven Siano, Jorge Salgado e Faues Cherene Jassus, o Mussa, presidente da Assembleia Geral do Vasco, possam conversar em busca de uma solução, indicando até, inclusive, haver tempo hábil para uma nova eleição.
"Espero que seja o mais rápido [solução]. Até gostaria de conclamar os candidatos e o presidente Mussa e, quem sabe, chegar a uma resolução. Quem sabe até uma nova eleição. E há tempo para isso, temos dois meses até a posse. Seria interessante que os candidatos e o Mussa pensassem no Vasco. Eu abri mão de disputar e estou à disposição para ajudar para que essa confusão acabe logo", afirmou.
Convocação para a eleição
Um dos temas que integram a polêmica eleição é o fato de a decisão judicial da noite do dia 6 ter sido feita com base em uma convocação feita pelo próprio Campello. De acordo com o estatuto, o dirigente responsável pela convocação da eleição é o presidente da Assembleia Geral.
Segundo o mandatário, ele assinou tal ata diante da "inércia" de Mussa, mas lembrou que a Justiça já havia derrubado a validade do documento. Vale lembrar, porém, que a convocação de Campello.foi realizada posteriormente a de Mussa.
"Não sei se cabe [retirar a convocação]. Naquele momento, achei que era o certo porque havia uma omissão do presidente da Assembleia Geral e, seguindo o estatuto, fiz a convocação. Por conta da inércia do presidente da Assembleia Geral, me vi obrigado a convocar, mas essa decisão havia caído, também por força de decisão judicial", recordou.
Atas protocoladas
Ontem (16), a ata da eleição do dia 7 e a do dia 14 foram protocoladas na secretaria do Vasco, o que gerou dúvidas nos torcedores.
"Tiveram duas atas porque tivemos duas Assembleias. O clube recebeu as duas atas e protocolou, mas vai caber à Justiça entender quem, de fato, venceu a eleição. No momento, a Assembleia que está valendo é a do dia 7. Isso não significa que os atos que foram praticados na Assembleia tenham validade. São motivos de contestação", salientou.
Questões emperradas
A compra dos direitos do meia argentino Martín Benítez também foi pauta da entrevista coletiva. O presidente cruz-maltino ressaltou que a indefinição sobre o futuro atrapalha as negociações. Campello, inclusive, aproveitou para cutucar Leven Siano, que, após o pleito do dia 7, publicou em uma rede social que havia tido uma reunião com o empresário do jogador.
"A última notícia que eu tenho é que teve um candidato que já contratou. É difícil caminhar com uma proposta dessas em uma situação tão turbulenta. Ideia era usar os parceiros em um projeto capaz de captar recursos e essa situação gera insegurança nos parceiros. Não vejo possibilidade de resolver a curto prazo. Temos até dezembro, acho que vai depender muito dessa decisão em relação à eleição", apontou ele, dizendo que também há ainda pontos sobre a reforma de São Januário a serem discutidos.
Críticas a Leven Siano
Alexandre Campello fez ainda duras críticas a Leven Siano, que, nos últimos dias, falou sobre reforços, como a possibilidade da chegada do atacante italiano Balotteli, além de Alex Teixeira, cria do próprio Vasco que, atualmente, está no Jiangsu Suning, da China.
"Isso é até uma covardia com o torcedor vascaíno. Não sei se é desconhecimento ou má-fé. A inscrição para o Campeonato Brasileiro acaba no dia 20. Por um atleta sul-americano, por conta dos acordos do Mercosul, existe uma facilidade. Da Europa ou de um país que não esteja nesse acordo, seria impossível trazer e inscrever alguém até sexta-feira. Não gosto de falar em números. Mas o Alex Teixeira, sozinho, ganha mais do que todo elenco do Vasco. Como vai trazer? Com que recurso? O Vasco está virando chacota por causa dessas bravatas".
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