Marcelinho explica derrota e diz que PSL descumpriu acordo; partido rebate
Uma votação pouco expressiva, de pouco mais de 7.500 votos, colocou fim na busca de Marcelinho Carioca por uma cadeira na câmara de vereadores de São Paulo. Depois do revés nas eleições do último domingo (15), o ex-jogador do Corinthians falou sobre o resultado e afirmou que o PSL descumpriu um acordo para a verba da campanha. O partido rebateu e afirmou que a derrota pode estar ligada à estratégia política adotada.
Segundo Marcelinho, o presidente do PSL-SP, Júnior Bozzella, prometeu R$ 300 mil quando aconteceu a filiação ao partido. Ainda de acordo com o ex-atleta, o repasse atingiu R$ 120 mil. Com esse montante, a campanha foi menos incisiva.
"É difícil fazer campanha, se o partido promete uma coisa e não cumpre. Prometeram R$ 500 mil e não cumpriram. Fechei o acordo, olhei nos olhos do presidente Bozzella, ele apertou a minha mão, falou 'aqui tem palavra', mas não cumpriu. Foi me dar R$ 120 mil. Como é que você faz campanha para vereador com R$ 120 mil?", disse Marcelinho em entrevista ao UOL Esporte.
"Ser eleito o maior jogador da história do Corinthians não quer dizer o voto. O voto é na rua, o voto é as pessoas encontrarem o seu número pra votar, ver a equipe trabalhando. Eu não tinha nada na rua, eu não tinha nada, como é que as pessoas vão votar? Eu fui na escola da minha filha, e ela foi votar. Chegando lá ninguém sabia que eu era candidato. Mas como é que vai saber?", completou.
A reportagem do UOL Esporte entrou em contato com Júnior Bozzella. Por telefone, o presidente estadual do PSL deu a sua versão sobre os fatos. Segundo ele, nunca houve uma promessa e, sim, uma possibilidade de um repasse de R$ 300 mil
"Quando ele veio para o partido, ele realmente pediu R$ 300 mil do fundo e foi em Brasília para garantir mais R$ 200 mil. Em nenhum momento falamos 'vai ter R$ 300 mil'. Quando tratei com ele lá atrás, fui muito claro de não ter a certeza, como fiz no estado todo. Quando ligaram para mim, eu disse que não poderia garantir", explicou.
"A votação dele não tem absolutamente nada a ver com essa questão do fundo partidário, até porque ficou bem definido que esses R$ 300 mil eventualmente ia chegar no término da campanha. O dinheiro da nacional para os estados estava represado em função das cotas, questão de gênero, racial. Houve um problema no nacional que foi feita uma conta e não estava liberando recursos para os estados. A gente estava com o caixa do partido zerado até a nacional liberar a fração que faltava. Isso não foi só em São Paulo, nos demais estados também", completou Bozzella.
Para o presidente estadual do PSL, a derrota de Marcelinho pode estar ligada à aproximação dele a Jair Bolsonaro. No fim de julho, o ex-jogador gravou um vídeo ao lado do presidente da república e até lhe presenteou com uma camisa do Corinthians. Nas semanas seguintes, Marcelinho saiu em defesa de Bolsonaro em outras questões.
"Ele tocou a campanha obviamente sabendo que o dinheiro, se viesse, viria no último dia. Isso não impactou no resultado final dos votos. Acho que foi uma eleição atípica, muita abstenção. O Marcelinho também fez uma aposta. Ele tentou usar essa relação mais próxima com o presidente, mas todo mundo que buscou esse caminho não teve resultados positivo. Isso é outra coisa que precisa ser levado em consideração. Talvez tenha sido um erro de estratégia política", frisou Bozzella.
Marcelinho ainda disse que o partido, no âmbito nacional, também descumpriu um acordo, pois, segundo ele, foi prometido um aporte de mais R$ 200 mil.
"Eu não ia ser candidato a vereador, eu quero deixar bem claro isso. Eu não ia ser candidato, mas foram atrás de mim na rádio por várias vezes. Eu me filiei aos 45 minutos do segundo tempo, prometeram o tempo de televisão e os R$ 300 mil. Eu fui até Brasilia, a nacional me garantiu e ia me dar um aporte de R$ 200 mil reais. Faltando dez dias sumiu todo mundo, não cumpriram", disse o ex-atleta, que desistiu da política depois de seis derrotas em dez anos.
"Todas essas vezes, só que eu me qualifiquei para tal, é diferente. Eu sou letrado, eu nunca fui por ideologia de partido, eu sempre acreditei no que me falaram, mas todos os que eu passei, todos, falaram e não cumpriram, todos, e esse último foi o pior", ressaltou Marcelinho.
A reportagem tentou entrar em contato com Antônio de Rueda, vice-presidente nacional do PSL, por telefone e mensagem, a fim de escutá-lo sobre a questão, mas não obteve retorno até o momento da publicação do texto.
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