SPFC luta por 2 títulos após esboçar ano perdido, e Reffis vira solução
O São Paulo esteve perto de uma temporada perdida, com eliminações no Campeonato Paulista, na Libertadores e na Sul-Americana. Mesmo depois de momentos de pressão, o clube segue na luta por dois títulos: Brasileirão e Copa do Brasil. Ontem (18), no Morumbi, o time deu demonstração de força ao derrotar mais uma vez o Flamengo e garantir vaga na semifinal da Copa do Brasil. Em meio à disputa por taças, o trabalho físico se destaca pela redução da incidência de lesões no elenco comandado por Fernando Diniz.
O Reffis — Núcleo de Reabilitação Esportiva Fisioterápica e Fisiológica do São Paulo — viveu momentos de crise no ano passado. À época, o departamento médico sofreu críticas por causa do excesso de lesões nos atletas. A situação aconteceu em demasia durante os trabalhos de André Jardine, Vagner Mancini e Cuca, antecessores de Diniz. Pouco mais de um ano depois, o clube não tem a mesma incidência de problemas clínicos e ainda vê a atual comissão técnica evitar o rodízio no plantel.
Dez titulares na noite passada atuaram pelo menos em dez dos últimos 12 jogos da temporada — foram oito vitórias, três empates e uma derrota no período. Juanfran, recuperado recentemente de lesão, atuou em cinco partidas. Tiago Volpi, Bruno Alves, Luan, Igor Gomes e Brenner jogaram todos os confrontos.
O trabalho conjunto de departamento médico e preparação física é o que tem possibilitado a manutenção de atletas até com idades elevadas, como Daniel Alves, de 37 anos.
"Acho que a preparação física tem sido um trabalho conjunto muito bem feito entre a gente, o Reffis, a fisioterapia, os médicos... Quando eu cheguei aqui, existia um problema crônico, que era depositar muitos dos problemas da equipe na conta do departamento médico. Quando o departamento médico está cheio, quase sempre se coloca a culpa no próprio departamento médico e não é bem assim. O negócio é muito mais complexo. A gente tem trabalhado aqui no São Paulo de uma maneira muito integrada, respeitando os departamentos e, principalmente, os jogadores. Promovendo saúde, em vez de ficar curando doença. Trabalhamos sempre na prevenção. Tenho uma concepção diferente da norma, que é meu jeito de trabalhar, como expliquei antes na questão sobre o Daniel [Alves]", disse Fernando Diniz.
"Não acho que se jogou dois ou três jogos seguidos tem que poupar o jogador. Tem jogador que você precisa tirar [poupar] depois de um jogo e tem outros que não precisa tirar quando joga dez. Tem a sensibilidade, o emocional, o desejo de estar em campo. Então, a gente tem que avaliar tudo isso. O jogador não é só feito da parte biológica. Eu não consigo avaliar o jogador desse jeito, nem o futebol", acrescentou o treinador.
O exemplo de Daniel Alves se encaixa perfeitamente na explicação de Diniz. Mesmo aos 37 anos, o meio-campista tem atuado frequentemente. Em 2020, participou de 33 dos 43 compromissos do time — todas como titular. O único período afastado foi por causa de uma fratura no braço direito. Em campo, ele foi substituído duas vezes, sendo apenas uma por lesão e a outra por opção da comissão técnica.
Em que pese o momento produtivo da preparação física, o São Paulo ainda tem alguns jogadores no departamento médico. Lucas Perri, Walce, Liziero, Paulinho Boia e Jonas Toró são tratados no Reffis. Rojas faz trabalho de transição e está perto de um retorno aos gramados.
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