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Mauro: Fla precisa combinar 'modo Jesus' com ideias de Ceni para evoluir

Do UOL, em São Paulo

20/11/2020 13h55

O Flamengo tenta se reencontrar desde a saída de Jorge Jesus, em julho. Depois que o português deixou o comando técnico da equipe, Domènec Torrent teve uma breve e frustrada passagem antes da chegada Rogério Ceni. Ainda sem vencer no comando do clube rubro-negro, o novo treinador demonstrou ao menos características importantes nos jogos contra o São Paulo, pela Copa do Brasil, na visão de Mauro Cezar Pereira.

O blogueiro do UOL Esporte analisou a eliminação do Fla no Morumbi, justíssima em sua opinião, e destacou no quadro "Fala, Maurão" (assista acima) que agora é preciso se "reconectar" às ideias de Jesus que deram muito certo no clube, e somar com os toques do novo comandante.

"As características apresentadas [contra o São Paulo], na estratégia do Ceni, passam por uma tentativa de reativação de uma forma de jogar que ficou para trás. O Flamengo perdeu o contato com o estilo vencedor do Jorge Jesus. Não que tenha que jogar exatamente daquela forma, não que tenha que atuar apenas daquela maneira, mas, aproveitando aquilo que existia, o Flamengo pode tentar reativar uma proposta de jogo, e adequar às novas situações, às novas necessidades, à introdução de novas maneiras de se defender, de criar, de jogar futebol", disse o comentarista em sua análise sobre o Fla.

"A passagem de Domènec Torrent acabou quebrando um pouco esse ciclo, com muitas mudanças de forma apressada, sem o tempo necessário para essas alterações. Até compreendo que um técnico, quando chega, quer colocar seu modelo de jogo, mas era aconselhável que ele esperasse um pouco, até para um momento que tivesse mais tempo para treinar. O Flamengo precisa reativar algumas situações, colocar em prática algumas ações que ficaram para trás e agregar alguns novos elementos com a chegada de Rogério Ceni", acrescentou.

Em sua análise, o Flamengo não é agudo como em 2019, que conquistou os títulos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro. "Como disse o companheiro aqui do UOL André Rocha, o Flamengo voltou a ser 'arame liso'. Tem a bola, cerca, cerca, mas não machuca, não fere, não incomoda o adversário. Foi assim no primeiro tempo no Morumbi, com a posse de bola, na ocupação do campo ofensivo, na imposição de dificuldade ao São Paulo. Mas o Tiago Volpi não fez nenhuma defesa."

Por fim, Mauro Cezar destacou que é preciso evoluir defensivamente. Em sua visão, é o "problema crônico recente" do time da Gávea.

"No segundo tempo [do confronto na Copa do Brasil], o São Paulo tirou proveito de um crônico problema que o Flamengo adquiriu nos últimos meses: a sua defesa. Defesa muito frágil, muito exposta, não importa a escalação, a dupla de zagueiros. O problema não é o nome dos zagueiros, não, é o sistema defensivo, a linha defensiva, a compactação entre o meio de campo e a defesa. As falhas são várias", concluiu.